quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O que a concessionária diz, o que a concessionária não diz e o que a fabricante escreve

Dá só uma conferida no que o pessoal da yamaha diz na hora de entregar a moto:


Isso que o vendedor fez se chama entrega técnica.

É o momento de explicar as particularidades do modelo para o novo proprietário.

Não é muito diferente do que outras montadoras fazem, quando fazem.

Na melhor das hipóteses, é no máximo algo muito próximo a isso. 

Comparada às demais, essa foi uma boa entrega técnica.

O chefe de oficina foi muito profissional e abordou vários pontos essenciais com objetividade — já vi entregas muito menos informativas.

Por exemplo, um ponto positivo foi que ele alertou sobre algumas coisas importantes que poucos comentam, como o desgaste acelerado da embreagem por falta de costume de usar o neutro.

No entanto, ele não falou que esse desgaste ocorrerá sempre que o cabo de embreagem estiver mal regulado... 

E não falou o principal, que esse cabo se desregula constantemente nos primeiros milhares de km até estabilizar o comprimento.

E depois ele continua a se desregular, mas em uma taxa bem mais lenta, até chegar a hora da troca.

Ele não disse uma palavrinha sobre o procedimento super simples de regulagem do cabo da embreagem, que elimina o problema de maneira definitiva, instantânea e sem custo.

A regulagem do cabo da embreagem é tão simples que dá para fazer durante uma parada no semáforo sem levantar do banco da moto e sem usar ferramenta.

É algo que o próprio dono pode resolver sem trabalho, mas a oficina da concessionária está lá pra isso, né?

Também não falou uma palavra sobre a necessidade de regular o freio traseiro para andar com garupa, outra coisa que pode colocar os ocupantes da moto em risco no meio do trânsito.

Ops, falei bobagem... 

Conforme alertado pelo leitor Ernesto Schramm, o freio traseiro da Fazer é a disco e não precisa de regulagem para andar com garupa. Fui maus aê...

Somente freios a tambor necessitam desse ajuste, afrouxando a regulagem para compensar o arriamento da suspensão.

Nenhuma palavra sobre a necessidade de manter o tanque de gasolina acima da metade da capacidade para evitar danos por aquecimento excessivo da bomba de gasolina...

São procedimentos e dicas importantes que você precisa conhecer e usar pelo resto da vida.

Adiar a regulagem do cabo fará a embreagem ir se desgastando aos poucos em todas as trocas de marcha e até durante o uso normal em casos extremos.

Mas usando o neutro nas paradas, o desgaste por falta de regulagem do cabo não ocorrerá dentro daquele período de 1 ano da garantia.

Ops 2, falei bobagem de novo... 

A garantia não cobre o desgaste da embreagem... 

Aliás, não cobre um monte de coisas que você pensa que cobre e acha natural que devesse cobrir, mas a montadora considera desgaste por uso normal. Leia as letras miúdas de sua garantia.

Depois que acabar a garantia e o cliente parar de fazer as revisões, na casa de 2 anos, o serviço de troca dos discos de embreagem será necessário e muito possivelmente trará o cliente de volta à concessionária.

Ótima hora para o pessoal de vendas aproveitar para sugerir a troca por uma moto nova "antes que a moto comece a dar muitos problemas".

Essa prática é super difundida e funciona muito bem, todo mundo usa. 

Vendedores trabalham por comissão sobre as vendas e concessionárias trabalham por lucros sobre as vendas. 

Não estão errados em tentar vender, estão errados quando induzem conscientemente ou não o cliente a gastar mais dinheiro do que precisaria.

O chefe de oficina não está se omitindo quanto a isso. Pelo contrário, está dando uma dica valiosa. Mas poderia ter dito mais.

Muitos vendedores e mecânicos nem sequer têm consciência de que estão fazendo tal coisa, apenas repetem informações que vêm sendo repassadas há anos e já viraram verdades na "sabedoria popular".

Mais errado está o dono da moto que não é curioso, não se interessa em pesquisar e não usa o bom senso para tomar decisões.

As informações sobre a regulagem do cabo estão no manual do proprietário, que geralmente é esquecido em uma gaveta esquecida. 

Para a concessionária tudo bem, porque se esse desgaste da embreagem não trouxer o cliente de volta à concessionária, muito provavelmente o mecânico lá do bairro dele virá comprar as peças originais — dono de moto nova gosta de usar peças originais.

E a probabilidade de o cliente voltar logo, agora que a moto começa a dar problemas, será alta...

Outra coisa fundamental:

O cliente que vai retirar uma moto zero km está sob profunda emoção, mil ideias passando na cabeça.

Logo aos 1:25 o chefe de oficina recomenda a troca do óleo mineral a cada 2 mil km e do semissintético a cada 5 mil km.

Curiosamente, isso é melhor do que a yamaha escreve no próprio manual do proprietário.

No manual a yamaha não fala nada sobre essa diferença de prazo para a troca de óleo mineral ou semissintético — joga todos os prazos para 5 mil km:
Inclusive, no manual ela enfatiza o uso de óleo mineral :
Não fala absolutamente nada sobre essa diferença de intervalo de troca para mineral e semissintético no manual do proprietário.

Será que o primeiro dono emocionado retirando sua primeira moto vai se lembrar dos detalhes do intervalo de troca do óleo?

Ou será que ficará em dúvida sobre a hora da troca do óleo e irá consultar o manual?

Ao ler a informação escrita no manual, o que ele irá pensar?

Que ele mesmo se enganou sobre a troca a cada 2 mil km? Errado.

Que o chefe de oficina se enganou sobre a troca a cada 2 mil km? Errado.

Que a concessionária está querendo apenas vender mais óleo? Errado. Ela está querendo apenas que a moto não dê problema durante a garantia.

Ora, se no manual está escrito que o proprietário só precisa fazer as revisões a cada 5 mil km e só precisa verificar o nível e trocar o óleo a cada 5 mil km, isso se tornará um hábito.

Se a yamaha recomenda o Yamalube mineral, se a moto sai de fábrica com o Yamalube mineral e se as primeiras trocas são feitas na concessionária a cada 5 mil km (e o cliente não vê o estado do óleo que saiu do motor), o proprietário pensará:

O certo é mesmo fazer as trocas a cada 5 mil km — por que gastar mais trocando o óleo a cada 2 mil km? Assim economizo 20 reais... Errado.

Resultado:

Para o novato yamaha, óleo = 5 mil km Errado.

(Para o novato honda, óleo = 4 mil km) Errado.

Fazendo isso, o motor terá boa chance de chegar aos 10 mil km sem problemas — e aí acaba a garantia. Danou-se.

Passou de 10 mil km, meu caro leitor, o problema será seu. Micão.

Não que antes disso também não seja... mas é mais raro de acontecer antes do fim da garantia com a yamaha.

Eles ainda usam um óleo MINERAL de viscosidade adequada para o motor. Mas estão migrando para um semissintético de menor viscosidade 10W-40 (que ainda assim é mais do que a honda usa).

E o motor da yamaha também usa um cilindro revestido de nicasil que é super durável, é quase vitrificado, mas não permite retífica — na hora que desgastou, só trocando o caro conjunto completo.

É por isso que a yamaha AINDA não precisa dar trocas de óleo grátis durante a garantia que nem a honda. Mas se adotarem 10W-30... terão de fazer isso para adiar o abacaxi para depois do fim da garantia.

Interessante que aos 10:05 ele fala sobre a importância de sempre acompanhar o nível de óleo, mas não fala uma palavra sobre o procedimento obrigatório de ligar e desligar o motor.

E não foi esquecimento não, tenho outros vídeos de entrega técnica de outras concessionárias yamaha e de outras montadoras — ninguém explica a necessidade de ligar o motor para conferir o nível de óleo.

Curioso, né?

Por que motivo o chefe de oficina não explica aquele que é o detalhe mais importante do procedimento de medição do nível de óleo das motos?

Por que motivo nenhum representante da concessionária fazendo a entrega técnica explica isso para os clientes — seja qual for a montadora? 

Se bobear, capaz de ainda te falarem que "é igual carro, você mede pela manhã sem ligar o motor"... Mentira.

E por que a quantidade recomendada sempre deixa o nível de óleo no mínimo?

Por que as montadoras não dizem logo de cara a quantidade correta?

Mistério, mistério...

Mais uma coisa:

Notou que ele alerta que o proprietário irá começar a pagar as revisões a partir dos 10 mil km?

Ele enfatiza as peças, mas não cita a mão de obra. 

O cliente vai pagar todas as peças mais a mão de obra, mas isso ficou subentendido, apenas bons entendedores entenderão. Ou não.

Porque desde a primeira revisão ele já paga tudo que é consumido na moto, só não paga a mão de obra, que nas primeiras revisões é tão ridícula que nem merece mesmo ser cobrada. Você já pagou muitas e muitas onças na sua máquina, a concessionária está abrindo mão de uma. Se for ver nem onça, é só um mico ou arara mesmo.

Então, caro leitor interessado em pegar a primeira moto, fica aí meu conselho:

Antes de ligar a moto para sair da concessionária, pegue o manual e abra na página do procedimento de inspeção do nível de óleo:
E faça exatamente o que está determinado ali na frente do vendedor.

Pergunte por que motivo ele não falou que precisava ligar o motor antes de medir... e depois conte pra gente aqui no blog qual foi a desculpa esfarrapada que eles vão dar.

E não deixe de fazer a medição novamente no dia seguinte pela manhã, porque a concessionária te entregará a moto com o motor pré-aquecido e nessa condição toda medição resultará alta.

O nível verdadeiro é obtido na condição determinada no manual, com o motor praticamente frio.

Faça o procedimento ligando e desligando o motor pelo número de minutos determinado no manual e tenha certeza de rodar sempre com o óleo próximo da marca superior do visor de nível, sem exceder. O óleo totalmente quente se dilata e irá exceder o nível máximo, mas essa é uma condição normal já prevista no projeto que não traz problema algum. Mas o pessoal gosta de tacar terror nos novatos... motos rodando com pouco óleo são lucrativas.

Essa estória de que o nível de óleo pode chegar a ficar abaixo do mínimo, partindo de um fabricante, chega a ser indecente.
Não se deixe enganar pelas informações desencontradas de fabricantes e vendedores.

No caso desta entrega técnica, a recomendação do intervalo de troca do óleo feita pelo chefe de oficina consegue ser melhor do que a da própria fabricante...

É uma pena que por atitudes como essas a yamaha esteja aparentemente trilhando o mesmo caminho ladeira abaixo que a honda percorreu.

Um abraço,

Jeff
PS1: Fica registrado meu agradecimento ao leitor Pedra Veloz que me indicou o vídeo, e a todos os leitores que estão se empenhando em me enviar sugestões de postagens, vídeos e fotografias para me tirar da letargia. Estão quase conseguindo, mas continuo resistindo bravamente. 

PS2: Uma das próximas será sobre as varetas de medição de nível de óleo, está pendente por algumas fotos e fatos novos, mas não esqueci não.

PS3: Continuo de férias do blog. 
Por mim eu passava o ano inteiro de férias. Ficava 2017 inteiro sem pensar em postagem. Mas felizmente existem os assuntos suficientemente revoltantes que fazem a gente escrever, senão ficava só na vagabundiagem.

PS4: Caro pra салями, MotoGP 15 sem chance.

Eu de novo,

Fui. Mas não para onde você pensou.

31 comentários:

  1. Olá Jeff, tenho uma dúvida sobre a vareta. Ao verificar o nível, um lado da vareta fica mais "molhado" do que o outro, havendo diferença na medida. Tem algo de errado nisso? Sempre uso o cavalete central e aqueço o motor por uns minutos, de acordo com o manual. Obrigado

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    1. Olá, Lucas!
      Essa pequena diferença não chega a ser significativa. O nível não precisa ser exato na casa dos milímetros.
      A faixa indicadora mostra o intervalo que você pode usar o óleo, o ideal é não deixar o nível chegar até o mínimo. Medindo do jeito certo, quando chega à metade da faixa eu já reponho o óleo que falta para chegar no máximo. Em uma viagem, é normal usar toda a faixa, mas sem nunca deixar ficar abaixo do mínimo.
      Um abraço,
      Jeff

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  2. Valeu,Jeff; não pensei que este vídeo poderia render um artigo tão bom como este! E obrigado pela menção,mas quem merece nosso reconhecimento é voce.
    Um grande abraço e mesmo que voce só escreva esporadicamente,ainda assim será proveitoso.Descanse o tempo que quiser,só não abandone o blog,tem um monte de gente precisando ouvir tudo de novo.

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    1. Valeu, Pedra!
      As postagens com melhor conteúdo sempre resultam da colaboração dos leitores. Até mesmo daqueles que postam comentários falam mal... hehehe...
      O interesse da turma é meu maior motivador.
      Forte abraço,
      Jeff

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    2. Corrigindo:
      Até mesmo daqueles que postam comentários falando mal...

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  3. Olá Jeff.
    Quando peguei minha Intruder o vendedor nao me explicou nem 10% do que esse cara ai falou.
    Alias, graças ao seu blog que eu passei a não seguir as recomendações deles...
    Quando levo em outra oficina eles só cobram o valor do produto, no caso 18 reais do óleo.
    Esse negócio de "revisão" do fabricante é bem duvidoso, você saberia informar o que eles realmente fazem?
    Alias, uma inspeção todo dia antes de usar a moto é sempre bem vinda, no mais basta seguir a tabelinha do manual.

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    1. Olá, Rafael!
      Obrigado pelo retorno de informações!
      A manutenção mais importante que eles fazem nas revisões é o ajuste da folga das válvulas do cabeçote, algo necessário mais ou menos a cada 10 mil km ou imediatamente se perceber um ruído de batida de válvulas (barulho de máquina de costura no cabeçote).
      Agora eu percebi o quanto estou velho, acho que ninguém com mais de 40 chegou a escutar uma máquina de costura... antigamente era mais comum que TV. Cacilda, estou velho mesmo...
      É um barulho tec-tec-tec bem rápido e um pouco mais alto que o normal, quando estão bem reguladas o ruído é quase imperceptível.
      Válvulas mal reguladas por muito tempo podem se danificar por fadiga, podendo em casos extremos se quebrarem e travar / destruir o pistão, um dos problemas mais graves que podem ocorrer com o motor.
      As revisões também fazem a troca de filtros e substituição dos elementos de desgaste, como pastilhas e lonas de freio.
      Em motos que não usam filtro de óleo do tipo cartucho, espera-se que eles abram e limpem o filtro centrífugo de óleo... a comprovação da execução desse serviço é impossível porque envolve abrir a tampa direita do motor, aí depende de confiar na honestidade da concessionária ou do mecânico particular.
      E basicamente, cumprindo a tabela você está fazendo as revisões, eles não fazem nada diferente disso.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Esqueci de incluir a vela de ignição, fundamental. Costuma durar 20 a 30 mil km. E quando trocada, precisa ser calibrada para a folga recomendada. É uma diferença na casa de 0,3 mm, mas deixar de fazer essa regulagem é péssimo para o motor.

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    3. Acho importante lembrar da troca do esquecido filtro de combustivel.
      Nao fica triste eu tenho 27 e minha esposa 21 e conhecemos uma maquona de costura kkk

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    4. Bem lembrado, o filtro de combustível, tão útil e tão pouco valorizado... tadinho dele.
      Vocês conhecem uma máquina de costura? Me passa o endereço, faz tempo que não visito um museu...
      Hummm... deixa pra lá.
      Não quero virar patrimônio...
      Um abraço,
      Jeff

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    5. Saúde & Paz.
      Para relaxar.... a maquina de costura que o Jeff se refere é a manual ou quiça (mais moderna) a de pedal. Não a eletrica. (risos)
      Ninja.

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    6. Já existe máquina de costura elétrica????
      O que mais faltam inventar, TV a cores??? ;)
      Um abraço,
      Jeff

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  4. Jeff,boa noite.
    Somente um detalhe.
    Você disse que o vendedor não falou nada sobre a necessidade de se alterar a regulagem do freio traseiro ao se trafegar com garupa.
    Mas nessa moto o freio traseiro é a disco.
    Freio a disco não requer regulagem.

    Abraço


    Ernesto.

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    1. Obrigado, Ernesto! Comi mosca nessa!
      A propósito, você é o Ernesto do ano passado?
      Ainda estou devendo a postagem das Mirage... aguardando o vídeos do Vinícius.
      Forte abraço,
      Jeff

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    2. Eu mesmo.
      Caramba!!!
      Realmente,ano passado!!!

      Achou fácil o caminho da volta?

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    3. Olá, Ernesto!
      Tranquilo!
      Ainda aproveitei para dar uma volta no Shopping! (Aquela saidinha que tem ANTES da Fernão é sacanagem...)
      Mas na segunda tentativa foi tranquilo, nem peguei chuva. (Rodar a Aricanduva com a possibilidade de chuva na cabeceira assusta. Felizmente, a chuva ficou mais para o centro de Sampa.)
      Até a próxima (este ano ainda!)
      Forte abraço,
      Jeff

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  5. Quando fui retirar a minha o vendedor só me entregou aquele plastico que poe o manual e tudo ja estava la dentro e a moto ja estava no jeitinho pra sair, depois que me entregou eu fiquei tipo ?what? Kkk pedi pro cara descer a moto pq o chao era pintado e eu nao quis arriscar avisou do combustivel e só rs

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    1. Em compensação, antes de fechar o negócio, o vendedor era totalmente atencioso, não era?
      É sempre assim... Vendedor e tradutor, duas profissões que... opa, não posso falar mal, tenho um amigo meu que já fez as duas coisas... mas está de consciência limpa.
      Um abraço,
      Jeff

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  6. Saúde & Paz.
    Jeff, o engraçado que no manual de minha Virago 2001, o manual orienta ligar...esperar aquecer....e depois fazer a medição; que é da forma de VISOR.
    Como lhe envio a pagina??? É 3-17 do manual.
    Abraços e boas Aceleradas.
    Ninja. Lobo Solitário Moto Grupo

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    1. Olá, Lobo!
      Esse manual não especifica um limite de minutos?
      Alguns fabricantes adotam o critério de medição com o motor quente, mas geralmente o fabricante adota o mesmo critério para toda a linha de motos.
      Usar o critério de medição a quente para motos estradeiras é uma vantagem, talvez a yamaha tenha tido esse cuidado.
      Você pode enviar foto(s) da(s) página(s) do manual através dos emails jefferson.tradutor@gmail.com (consegui recuperar) ou jefferson.tradutor@hotmail.com
      Fico no aguardo!
      Um abraço,
      Jeff

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  7. Eu tô no grupo do "entrega técnica é lenda". A vendedora quase nem me entregava o manual, eu que pedi. Por sorte sou um adepto a pesquisa, muita pesquisa, e já sabia maios ou menos o que esperar. Boa parte inclusive por conta de você Jeff, já que descobri o blog pouco antes de comprar a moto (em abril/16) e li todos os posts desde o inicio. Fica aqui meu enorme agradecimento.

    A única coisa que ainda resisto um pouco, é na maldita regulagem da embreagem. Os limites especificados pelo manual deixam a danada alta demais pro meu gosto, então normalmente deixo pelo meio do caminho, mas já estou preparado pois em algum momento a conta será cobrada.

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    1. Olá, Robson!
      Obrigado! Sempre fico muito feliz de saber que o blog foi útil!
      Aquele ditado, "o que engorda o gado é o olho do dono" se aplica muito bem a motocicletas...
      Um abraço,
      Jeff

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  8. "PS4: Caro pra салями, MotoGP 15 sem chance."

    Ri muito aqui, obrigado pelo post Jeff, calibrar embreagem é algo que só fiz algumas semanas atrás depois da revisão e achei muito longa para o que estava acostumado. Vou verificar o manual.

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    1. Olá, Wesker! Ainda bem que alguém riu!
      A posição ideal da embreagem vai muito do gosto pessoal e da malandragem do mecânico. Eles costumam ajustar bem alto porque assim ela se desgasta mais rápido, com a alavanca semipressionando os discos ficam patinando entre si. Além de desgastar a embreagem, aquece demais o motor e o óleo evapora mais rápido, carboniza o motor e em dias muito quentes pode ajudar a causar batida de pino que destrói o motor em pouquíssimo tempo.
      O certo é manter a regulagem em uma posição intermediária e sempre acionar totalmente a embreagem. Tipo uns 10 mm até a embreagem desacoplar com mais uns 5 a 10 mm até chegar no fim de curso do manete. Assim você garante uma longa vida dos discos e do motor.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Me ajude em mais uma dúvida por favor. Ontem levei pra trocar o óleo, agora acabei de completar, mas notei algo que não tinha percebido antes.

      Na vareta medidora, 1 dos lados estava no "Max", mas o outro lado ainda não. É uma Titan 150, a vareta é encaixada levemente inclinada, então acho que seja esse o motivo, e a posição de segurar e encaixar faz realmente um lado ficar pra cima e outro pra baixo.

      Qual lado devo cuidar? Na dúvida, coloquei só um pouco a mais e deixei assim mesmo, 1 lado pegando no max, o outro na metade mais ou menos.

      É assim mesmo? Ou devo completar até ambos os lados ficarem cheios? Ou devo talvez rodar em sentido contrário ao de encaixe só para fazer a vareta dar uma volta no óleo?

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    3. Olá, Wesker!
      Não se preocupe com isso, essa diferença de poucos milímetros é pouco significativa para o nível do óleo. Deve corresponder a mais ou menos 20 a 30 ml, não será essa falta ou excesso que danificará o motor.
      Nas varetas das 125 a faixa de medição é grande, cerca de 2 centímetros, então isso representa uns 200 ml.
      A vareta das 150 possui uma faixa de medição de 1 centímetro, que corresponde aproximadamente a 100 ml de óleo. Ou seja, medindo do jeito certo ligando e desligando o motor, ou ela indica que tem óleo ou não tem, e aí faltariam cerca de 100 ml para mais.
      Não há problema em adotar o critério de lado superior ou inferior da vareta inclinada, o que não pode é deixar chegar perto do mínimo.
      Um abraço,
      Jeff

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    4. Se você girar a vareta uma vez sem rosquear você molhará os dois lados da vareta e não ficará em dúvida.
      Eu de novo,
      Jeff

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    5. Muito obrigado pela atenção, como sempre!

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    6. Nem sempre eu pude dar a devida atenção aos leitores. Antigamente a publicação de comentários não passava pela moderação e eu não era informado de uma boa parte deles. Muitos comentários passaram batidos sem resposta nas postagens mais antigas e não adianta mais e nem tenho como responder tantos comentários depois de tanto tempo...
      Ossos do ofício. Agora pelo menos fico sabendo de todos os comentários. E o pilantra que estava postando propagandas da concessionária dele nunca mais se atreveu a dar as caras por aqui.
      Há malas que vêm para bem.
      Um abraço,
      Jeff

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  9. Amigo porfavor me ajude.
    Tenho uma Dafra Next 250. No manual diz que tenho que usar o óleo 15w50 semi sintetico. Porem não acho esse óleo em lugar nenhum aqui. Ouvi dizer que tem um pessoal usando o 10w40 nas autorizadas porém tb não acho aqui.
    Daí fui na autorizada e lá vendem 20w40 kk. Uma fusaca doida.
    Nas lojas so encontro esse 10w30.
    Pode me ajudar indicando algum ?
    Moro em Belém do Pará.

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    1. Olá, Rodrigo!
      Nunca use um óleo de viscosidade inferior à recomendada. A honda fez essa besteira de determinar o uso do 10W-30 e o resultado foi todo mundo reclamando dos motores abrindo o bico com baixa quilometragem.
      Sua região é muito quente e o 10W-40 também não vai dar conta, o óleo correto é realmente o 15W-50.
      Você não precisa se preocupar com o número 15W, ele indica a viscosidade do óleo apenas em temperaturas abaixo de zero.
      Para a gente aqui no Brasil, exceto no auge do inverno no RS e SC, o número indicado com W é irrelevante.
      Óleos 10W-50, 15W-50 ou 20W-50 terão o mesmo desempenho para proteger e lubrificar corretamente o seu motor. Se o seu motor estiver bastante rodado, caminhando para a velhice, sua moto poderá até usar um óleo 25W-60, que é o que eu uso na minha com quase 100.000 km.
      Muita gente está se iludindo em usar óleo menos viscoso 10W-40 ou 10W-30 porque a moto "desenvolve melhor". É verdade, o motor irá girar mais livre porque o óleo é mais fino. Mas a conta virá em pouco tempo na hora de pagar a retífica do motor.
      Carros e motos de competição usam óleo super fino. Mas ninguém está preocupado com a durabilidade, o motor só precisa aguentar e vencer uma corrida, a premiação cobre os custos.
      Mas quem tem moto para usar de verdade não pode jogar fora o motor indo na conversa dos vendedores que não entendem nada de Mecânica.
      Um abraço,
      Jeff

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