sexta-feira, 10 de novembro de 2017

royal enfield surpreendendo todo mundo com motorzão de dois cilindros

Eu havia programado para hoje mais uma postagem sobre a Chopper Road, mas não pude me conter...

Esta semana foi lançada a mais moderna moto antiga de todos os tempos.

Olha que coisa mais linda:
Imagem: https://indianautosblog.com/2017/11/royal-enfield-interceptor-650-twin-royal-enfield-continental-gt-650-twin-2017-eicma-289789/royal-enfield-interceptor-650-twin-orange-press-shot-front-left-quarter

Parece a Jezebel depois de malhar na academia...

A velharada A moçada experiente se empolgou com o lançamento do novo motor 650 bicilíndrico e duas novas motos da royal enfield no salão de Milão!

Vai de bônus um vídeo com a história da royal.

Não se espante com o tamanho, a parte boa é do início até os 03:45, e depois a partir dos 11:45 para ver as motos...


Apesar do jeitão de motor antigão, por dentro ele é moderno, com 4 válvulas por cilindro e comando no cabeçote.

E para quem gosta de motores sem complicação, arrefecimento a ar e óleo, em vez de água. Infelizmente, vem com injeção eletrônica... bom, nada é perfeito...



O sincronismo do motor é a 270 graus, ou seja, as faíscas ocorrem em cada cilindro a cada 3/4 de volta do virabrequim, e não a 180 ou a 360 graus como no motor da CB 400/450. 

Paradoxalmente, com essa configuração e um eixo balanceiro, é possível obter a mínima vibração total de um motor bicilíndrico.

E ainda preservar aquele ronco clássico de moto antiga... melhor dos mundos.

No press release que o pessoal publicou, enfatizaram a resistência e os testes do chassi... por que será, né?

Se for mesmo verdade, em 2019 mais tardar 2020 teremos essas motos muito interessantes rodando em nossas ruas, a Interceptor e a Continental GT.

Apesar de grandalhão, o motor é pacato, gera no máximo 47 cavalos. Uma kawasaki Ninja com a mesma cilindrada gera 72 cavalos.

Então o motor é fraco?

Beeem... digamos que isso tem vantagens e desvantagens...

Uma Ninja gera toda essa cavalaria em rotações elevadas, 8.500 rpm, e o torque máximo acontece com o motor girando a 7.000 rpm.

O motor 650 da royal gera 47 cavalos a 7.100 rpm, mas o maior torque acontece em baixíssimas 4.000 rpm.

O que isso implica?

Torque é o que faz a moto acelerar, e potência é o que permite atingir altas velocidades.

Rodando na faixa de torque máximo, o motor está na zona de conforto, rodando tranquilo e podendo fazer muita força se precisar.

A velocidade máxima da Continental GT e da Inteceptor será de apenas 160 km/h, a Ninja passa dos 200 km/h.

Para mim, 160 km/h é mais do que suficiente, não preciso chegar a isso... 

Fazendo uma regra de três simples (aquela aula chata de má temática enfim serviu para alguma coisa), calculo que o motor estará a ridículas 5.000 rpm para rodar a 110 km/h — o limite para não tomar multas.

É uma moto para rodar com conforto e viajar tranquilo — com reserva para acelerar forte nas ultrapassagens, se necessário.

Um motor que roda sem ser muito exigido tem vida mais longa e menor custo de manutenção.  Sem falar que a baixa rotação economiza combustível.

Para muita gente, uma moto como essa é mais empolgante do que uma esportiva magrela e desconfortável.

Ah, e sabe o preço na Índia?

O equivalente a 16 mil reais dos nossos.

Então é isso, não pude conter a empolgação... 

A tendência de motos retrô está ganhando terreno para a alegria da galera... (alguém ainda fala galera?)

Um abraço,
Jeff

22 comentários:

  1. Show o post jeff! Muito legal as infos técnicas para leigos como eu.
    Assisti a conferencia da Royal ao vivo e achei essas novas motos apaixonantes. Quando testei a classic e a Bullet achei o torque fantástico, algo muito necessário em ultrapassagens e em transito por exemplo. Tem um video feito por um motociclista indiano que flagrou a interceptor nas ruas da índia e tentou fazer corrida com ela, aparentemente, ela ultrapassa um pouco os 160km/h. Claro que acima disso ja deve sacrificar o conforto. A título de curiosidade, a continental gt 535 atual tem um top speed de 140km/h. Como voce disse, é mais do que suficiente para as ruas brasileiras (isso se a pretensão é seguir a lei do limite de 110km/h) Como dito na conferencia, o foco das novas motos é serem acessíveis mecanicamente, preço razoável e manutenção barata, uma bela combinação ao meu ver. Para quem gosta de motocicleta e de passeio em vez de naves espaciais, acredito que elas serão ótimas companheiras, assim como as royals recentes são.

    PS: Só não gostei da retirada do pedal das novas motos, era algo que deveria ser preservado e que quebra um baita galho quando a bateria acaba.

    Grande abraço!

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    1. Olá, Danilo!

      Não tinha reparado na falta do pedal de partida...

      A Kansas tem, mas eu prefiro não usar porque ele não me parece firme, me dá a impressão de que a qualquer momento alguma coisa irá se soltar lá dentro do motor.

      Acredito que o principal motivo para terem eliminado o pedal nos motores mais modernos, além da redução de custo, é a meta de comercializar a moto em mercados mais exigentes da Europa e América do Norte.

      A meta seria evitar problemas com a nova geração de motociclistas.

      Antigamente levar um contragolpe do pedal durante uma tentativa de partida fracassada era uma experiência dolorosa, mas fazia parte do que era ser motociclista.

      Hoje é motivo para enfiar um processo milionário contra a fabricante...

      Além disso, o público feminino é cada vez mais cortejado pelas fabricantes de motos, que não podem se dar ao luxo de ignorar praticamente metade da população mundial fabricando uma máquina que será muito difícil para utilização.

      Dependendo de como você usa a moto, a bateria não dá problemas por anos a fio e não te obriga a usar a partida a pedal.

      Mas se você usa a moto uma vez a cada semana ou duas, problemas na bateria serão frequentes, contragolpes serão frequentes, reclamações dos clientes serão frequentes.

      Quero muito ver essas motos por aqui... certamente farei um test ride na Interceptor.

      Um abraço,
      Jeff

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    2. Ola Jeff!

      De fato, faz muito sentido mesmmo a questao da melhor aceitaçao no mercado europeu, tanto é que elas serão lançadas primeiramente na europa, depois na india! Isso mostra o objetivo da royal enfield em liderar o nicho "vazio" de motos classicas e outras entre 300-700cc em alguns lugares do mundo. A unica competidora direta sao as recebtes Harley Street 500 e 750 (que só Deus sabe porque eles nao trouxeram ao Brasil, talvez seja para nao popularizar a marca que tornou-se gourmetizada no país). Mas referente à clientela feminina, compreendo sua observaçao e até veria como um problema, mas o pedal é puramente opcional, ja que todas elas sao injetadas. Assim como a GT 535, Bullet e Classic, a partida pode ser feita doa dois jeitos. Nesse caso, é só usar o pedal em.casos extremos ou nao usar. Acho que o pedal da um charme maior pra essas motos, ja que as royal não são modern classics, mas sim, classicas de fato. Ao menos a bullet e classic ainda tem projetos antigos.

      Abração!

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    3. E a royal tem um nicho ótimo para explorar, o público tradicional da harley está se sentido traído pela fabricante que modernizou a linha desrespeitando algumas coisas fundamentais para eles: os motores agora são arrefecidos a água e os faróis são de led.

      Enquanto os motores da harley de um tempo para cá só podem receber manutenção em concessionária com diagnóstico eletrônico, as royal conservam aquela essência que te convida a você mesmo trocar o óleo e as velas (algumas harley novas você precisa remover o tanque para fazer a troca das velas...)

      Se a royal não pisar na bola como deixou acontecer com a Himalayan, essas motos têm um futuro retrô brilhante pela frente.

      As 500 não me empolgaram, vi uma de perto aqui em Santo André na cor que eu achava mais bonita nas fotos... mas essas 650 ganharam minha simpatia.

      O coração sempre será da Jezebel e da Edith... por enquanto.

      Um abraço,
      Jeff

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  2. Falando nisso jeff, irei abusar e perguntar mais alguma coisa: Qual a vantagem do motor com afarrecimento a água em vez do afarrecimento a ar? E qual a desvantagem? Muitos pedem motor com afarrecimento a agua porque é melhor, mas não tenho certeza disso, senão as motos não teriam sobrevivido tantas decadas sem esse feature.

    Abração!

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  3. amigo jeff parabens pelo blog, sempre que tenho tempo passo aqui pra ver as novidades, pena nao ter mais participação! forte abraço!

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    1. Obrigado, Claudio!
      Se a participação aumentar, não terei tempo de fazer mais nada na vida... hehehe
      Um abraço,
      Jeff

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  4. Olha só a oferta que recebi esses dias, uma coisa que me pareceu familiar é o motor, não se parece com o motor das speed/kansas? O que vc acha jeff? - https://www.americanas.com.br/produto/14368383/motocicleta-i-xgjao-bull-racer-b31-196cc-vermelha-branca?DCSext.recom=RR_item_page.rr1-ClickCP&nm_origem=rec_item_page.rr1-ClickCP&nm_ranking_rec=4

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    1. Olá, Greg!

      Não conhecia essa moto, nem fazia ideia que estavam vendendo por aqui!

      Simpática a pequena café racer! Só falta um guidãozinho M que nem eu tinha na minha primeira moto, ou semiguidões Tomazelli... ia ficar da hora, só não sei se ainda podem ser usados... modificação do projeto original, aquela estória para te obrigar a fazer novo documento e gastar mais dinheiro, sabe como é...

      É sim o mesmo motor das dafra Kansas, Speed e também da Green Sport 150. E também da kasinski Flash.

      Apenas a cilindrada 150 foi ampliada para 200 cm3.

      A Kansas faz velocidade de cruzeiro de 85 km/h com máxima de 95 km/h.

      A Edith (Fenix Gold 233 cm3) fazia velocidade de cruzeiro de 100 km/h com máxima de 110 km/h.

      Então acredito que a Bull Racer (que não tem nada a ver com a antiga fábrica Bultaco nem Buell) deve fazer uma velocidade de cruzeiro de quase 95 km/h com máxima de 100 km/h

      O motor 150 da Kansas é um bom motor confiável (com a quantidade correta de óleo, 1,4 litro a cada troca) e que não vibra excessivamente.

      A Kansas apresenta um nível de vibração mínimo, mas que diminui ainda mais com a adoção de um pinhão com um dente a mais que o original.

      A Bull deve vibrar pouca coisa a mais, mas nada a ponto de ser desconfortável devido à cilindrada ser maior.

      E está sendo vendida pelo mesmo preço que a Kansas em 2008... hummmm... Edith II? Motoca II?

      O pessoal anda desovando os estoques que não atenderão às novas normas de emissões, boa época para comprar motos se você não estiver preocupado com garantia.

      Esse motor é baseado na honda CG 150 / Strada 200 1999, não é difícil achar peças.

      Um abraço,
      Jeff

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    2. Chutei um pouco para baixo, talvez ela faça cruzeiro a pouco mais de 95 km/h e máxima de 105 km/h.

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    3. Legalzinha ela né? Jeff uma coisa que eu queria saber é sobre o óleo 60, você ainda está usando? Se sim como está se saindo? Vai ter post específico, ou vc vai usar ainda por um bom tempo antes do veredicto? Abraço.

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    4. Olá, Greg!

      Também gostei muito da motinha e vai ter postagem sobre ela, encontrei uma coisa inacreditável (nada contra a moto em si).

      Quanto ao óleo 25W-60 que uso na minha moto, o resultado é plenamente satisfatório.

      Mas há um motivo para eu estar usando esse óleo e não o 20W-50:

      Meu motor está bastante desgastado por causa daquele filtro de ar defeituoso que comprei em uma concessionária dafra:

      http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2013/10/a-incrivel-falta-de-controle-de.html

      Rodei uns 15 mil km sem filtro de ar por causa do problema e, apesar de na época a moto estar com apenas uns 70 mil km, o motor começou a rajar (folgas internas excessivas, principalmente da biela).

      Melhorou muito com o uso do 25W-60 e o barulho praticamente sumiu quando passei a usar aditivo no óleo:

      http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2014/07/velocidade-de-cruzeiro-motor-rajando-e.html

      Naquela época a velocidade de cruzeiro dela era de 87 km/h.

      Outro dia fomos para Campinas visitar os amigos da região e o motor estava tão redondo que Jezebel chegou a 103 km/h cravados sustentados e eu nem percebi (velocidade medida pelo GPS do Vinícius, porque o velocímetro original parou de funcionar e o velocímetro digital foi roubado em Santa Catarina... devíamos estar com vento a favor).

      Então fica difícil avaliar e dar um veredito de qual seria o comportamento dela com esse óleo se o motor não estivesse tão desgastado.

      Na hora em que eu botar a mão em outra moto zero km, aí sim conseguirei fazer esse teste e até postar um vídeo com o desempenho do motor.

      Se morássemos no litoral ou em uma região quente, como Goiás, Mato Grosso, Nordeste do Brasil, o óleo 25W60 ou 10W-60 certamente daria conta do recado mesmo com motor novo.

      Tanto é que o óleo recomendado pela indian é o 10W-60, assim como carros da bmw, ferrari, koenigsegg...


      (Escrevendo esta resposta, tive a ideia de filmar o motor da Jezebel ronronando atualmente com seus pouco mais de 100 mil km...)

      Um abraço,
      Jeff

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  5. Bom dia jeff.
    Jeff, vc sabe alguma maneira de limpar motor encardido por lama?
    É que moro na zona rural e quando chove minha moto suja muito. O bom é que que a lama nas outras partes é fácil de remover mais no motor é difícil...

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    1. Olá, Maicon!

      Só dá para limpar com jato de água sob pressão.

      O manual não recomenda porque pode ir parar água no filtro de ar e nos componentes elétricos e eletrônicos debaixo do tanque, e também nos retentores de óleo da suspensão, nos selos das pinças e no tambor do freio, mas não tem outro jeito não.

      Ou você usa uma mangueira de jardim com pressão da rua, ou uma lava-jato com o bico bem reduzido.

      Essas maquininhas chinesas que lotaram os mercados são bem fraquinhas, quase tão fracas quanto uma mangueira de jardim.

      Vantagem é que fica mais fácil controlar o jato, desvantagem é que a limpeza é meio limitada.

      Boa sorte!
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Também tem a escova com querosene, mas dá um trabalho... e polui o ambiente.

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  6. Jeff, sei que nao tem nada a ver,mas como voce pode encontrar mais coisas do que eu, te envio este link sobre qualidade dos oleos,incluindo pacote de aditivaçao,etc.Tem uma relaçao de marcas pegas em flagrante:http://www.anp.gov.br/wwwanp/images/publicacoes/boletins-anp/Boletim_Monitoramento_Lubrificantes/2017/Boletim_PML_ANP_2017_01_Abr.pdf
    Aquele abraço!

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  7. Jeff, mando outro material sobre oleo rerrefinado no Brasil,feito por uma formanda da Universidade de Brasilia,2016.: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/19495/1/2015_MaristelaLopesSilvaMelo.pdf

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  8. Jeff, desconsidere tudo! Descobri que ha´ um boletim mensal sobre oleo; e´ so´ baixar o pdf:http://www.anp.gov.br/wwwanp/images/publicacoes/boletins-anp/Boletim_Monitoramento_Lubrificantes/2017/Boletim_PML_ANP_2017_04_Out.pdf

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    1. Olá, Pedra!

      Obrigado pela investigação!

      Me surpreendeu ver nomes como chevron, petrobras e ipiranga na lista.

      E me surpreendeu a mobil estar em desacordo com relação à viscosidade em baixa temperatura com um 10W-30 para motos.

      Para nós a viscosidade 10W seja irrelevante... é um pecadinho menor, a inconformidade seria grave se o óleo não atingisse o limite mínimo da categoria 30.

      Pena que o estudo não divulga os valores medidos, aí sim teríamos como comparar se um óleo está no limite inferior, médio ou superior da categoria em que foi classificado.

      Comparar dois óleos de classificação 15W-40, um no limite mínimo da categoria e outro no limite superior da classificação, chega a ser injusto.

      Valeu por mais esta preciosa colaboração!

      Um abraço,
      Jeff

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    2. Conferi os relatórios disponíveis, vem uma postagem com coisas interessantes por aí!

      Abração, e muito obrigado mesmo,
      Jeff

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  9. Nesse PDF que postei, nao achei oleo 10w30 para motos. Esta´ nesse mesmo ou voce achou em outro? Gostaria de saber pra esfregar na cara de uns chatos que sempre aparecem! hehe Com uma informaçao oficial,nao tem como eles justificarem com o papo do "engenheiros que estudaram"!
    Ou entao me mostre se deixei passar batido o 10w30. Aquele abraço,Jeff!

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    1. Olá, Pedra!

      Encontrei um único registro envolvendo o óleo da honda em todos os relatórios desde 2010 que pesquisei, em maio/junho de 2012.

      O óleo usado por 80% das motos do Brasil foi analisado uma única vez e deu problema na identificação da data de fabricação e lote.

      Mas descobri que há vários outros fabricantes de 10W-30 que nunca tinha ouvido falar.

      Abração,
      Jeff

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