domingo, 30 de janeiro de 2022

Fascinante, diria o Sr. Spock

A Ciência descobre mais um motivo porque motoristas não vêem as motos... e os motociclistas também não.

Todos somos vítimas desse mecanismo e o responsável é o nosso cérebro. 

Essa explicação para nossa dificuldade em ver as coisas, inclusive motos, carros, caminhões e trens, é no mínimo "fascinante".

Imagem: Wikipedia, Spock's Brain. Pior episódio da série, tão ruim que chega a ser divertido.

Esta interessante reportagem da Sciencealert, com título em tradução livre Para ajudar-nos a ver um mundo estável, nosso cérebro nos mantém 15 segundos no passado, explica o complicado processo que nos permite perceber o mundo. A matéria está em inglês, mas você pode traduzir usando o recurso de tradução do Google. 

Em resumo:

Nossos olhos são extremamente móveis.

Se a imagem que formamos no cérebro se focasse apenas na informação que chega através das imagens vistas, teríamos uma visão caótica e incapaz de focalizar o que é importante naquele momento — mais ou menos como aqueles filmes com câmera nervosa mostrando uma briga nos filmes do Borne em busca de sua identidade.

Para evitar isso, o cérebro mantém um "quadro congelado" daquilo que ele não considera importante para o quadro observado.

O cenário atual que formamos na mente seria uma mistura de informações processadas nos últimos segundos mais as novas recebidas a cada instante.

O processo é mais ou menos o mesmo que o da compactação de arquivos de vídeo: a paisagem fixa não recebe atenção, enquanto os objetos móveis são processados a cada quadro.

O cérebro suaviza as informações usando como base o que foi visto nos últimos poucos segundos, a imagem que interpretamos não é garantidamente uma visão de tudo em tempo real. Se fosse, não teríamos capacidade de processar tantas informações ao mesmo tempo.

Imagine nossos ancestrais na floresta: 

A floresta não se mexe, seu foco de visão está no animal sendo caçado, na fruta sendo colhida; a paisagem não é importante a menos que algo comece a se mover perto de você, e esse algo pode representar um perigo — uma cobra, um inseto perigoso, uma onça te caçando.

Traga isso para o trânsito dos dias atuais, o ritmo é totalmente diferente. 

Toda a paisagem está se movendo perto de você e tudo é potencialmente um perigo, mas o nosso cérebro continua formando um quadro de estabilização das imagens.

Nesse cenário, a prioridade são os carros.

Pois é, ele nem sempre prioriza o que deveria, seu mecanismo de lidar com as imagens está programado para lidar melhor com visões de veados, bisões e cobras do que com visões de motocicletas.

Cobras se movem lentamente, motocicletas se movem muito rápido. A informação da moto não se encaixa no que o cérebro se acostumou a prever por milênios.

Então, sabendo que nosso cérebro é ainda mais limitado do que imaginávamos (oh, tristeza...), tenha ainda mais cuidado ao pilotar e dirigir.

A real é que o mundo não é o que parece.

Um abraço,

Jeff

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