Reportagem: http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2015/05/motociclista-de-71-anos-morre-apos-cair-sozinho-na-br-470-no-vale.html
Trevos e rotatórias são um grande perigo nas estradas, principalmente da maneira como são construídos no Brasil.
Ao obrigar uma mudança de direção, elas perturbam o fluxo normal do trânsito, confundindo motoristas e motociclistas que podem não estar atentos ao que vem pela frente.
Além disso, é uma confluência de veículos em alta velocidade com outros rodando muito lentamente, é o equivalente das estradas para os cruzamentos urbanos, com agravantes.
Esta é a rotatória onde aconteceu o acidente da primeira reportagem:
Ao que parece, o motociclista se chocou contra a ilha ao errar a tangência.
Ou foi fechado por alguém que fugiu sem assumir a responsabilidade.
Esta é a rotatória que derrubou Jezebel e eu em 2011 (a joelhada no tanque você vê na foto da postagem anterior):
Uma rotatória pode surgir de repente em seu caminho, se você estiver viajando à noite e com chuva em uma rodovia de mão dupla.
Os faróis em sentido oposto te deixam ofuscado pelos reflexos das gotas na viseira embaçada.
Quando você vê, o obstáculo está ali na sua frente, dificilmente você conseguirá frear sem cair por causa da pista molhada.
Essa situação dificulta muito a visão do motociclista. Não se consegue ver nem uma barreira vermelha e branca atravessada diretamente à frente:
Vídeo do acidente: http://tvuol.uol.com.br/video/barreira-em-rodovia-holandesa-provoca-acidentes-graves-04028D1B376AE4A15326
Na mesma situação de viagem à noite com chuva, duas rotatórias na BR-282 me obrigaram a ir para a via secundária porque não consegui ver o caminho.
Ao chegar na rotatória sem boa visibilidade, você perde a única referência visual que é a faixa pintada da direita e então a ilha central aparece na sua frente, te obrigando a desviar para a alça...
Ou então você perde a única referência visual que é a faixa pintada da direita, não vê o restante da trajetória, e a ilha lateral aparece na sua frente:
Nessas situações, é desviar para a alça ou via lateral, ou se preparar para o tombo.
E este aí embaixo é o retorno que quase matou eu e a Edith na quinta-feira passada.
Rotatórias e retornos são feitos da pior maneira possível porque obrigam ao cruzamento dos fluxos de trânsito rápido e lento.
Você está na alça em baixa velocidade e precisa cortar a faixa de trânsito rápido para se encaixar na faixa da direita, de menor velocidade, até pegar embalo para voltar novamente para a faixa da esquerda. E nem sempre dá tempo...
Seguíamos sentido norte pela BR-101 quando pegamos este retorno.
A faixa de aceleração permite que você ganhe velocidade para cortar ou se encaixar no fluxo sentido sul, com um caminhão atrás do outro?
Não. Não há espaço suficiente nem para uma moto acelerar, e você chega ao final da faixa de aceleração, ela acaba e você é espremido contra a faixa de alta velocidade.
O projeto é tão ruim que a faixa de desaceleração é maior do que a de aceleração, como você pode ver acima.
Nem com uma moto eu consegui ganhar velocidade suficiente, imagine um carro.
Ou eu desistia de avançar e ficava aguardando parado por uma janela suficientemente longa, ou me enfiava debaixo de uma carreta, como tanta gente acaba fazendo...
Fique atento para não cair nessas armadilhas, e esteja pronto para abortar uma manobra potencialmente perigosa, sinalizando claramente sua intenção para os motoristas.
Reduzir a velocidade de um caminhão embalado não é fácil e a preferência sempre será deles, estando você na preferencial ou não.
É muito mais fácil para a moto se livrar da encrenca, mas a moto também facilita muito entrar nela, porque as decisões precisam ser rápidas e bem analisadas.
Só o bom senso e a vivência no trânsito podem servir de parâmetro para as decisões, então viva muito e continue adquirindo experiência por toda sua vida.
Um abraço,
Jeff
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