quarta-feira, 10 de junho de 2015

Desgarrando em curvas

Acidente acontecido aqui perto em Alfredo Wagner:

Duas motos desgarraram na mesma curva e acabaram se chocando contra um carro na outra pista, os ocupantes foram para o hospital em estado grave:


Reportagem: http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2015/06/acidente-grave-interrompe-br-282-na-grande-florianopolis.html

O que pode ter acontecido para duas motos não conseguirem fazer a curva ao mesmo tempo?

Várias possibilidades:

1) As duas motos poderiam estar em excesso de velocidade para a curva. Entrando juntas na curva, basta que a moto do lado interno desgarre para levar a outra junto com ela.


O excesso de velocidade faz uma ceifa diária por este Brasil afora.

Motos caindo em barrancos, batendo contra cercas, atravessando a pista... todo dia é a mesma coisa.
Imagem e reportagem: http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2015/06/policial-rodoviario-do-parana-morre-em-acidente-de-moto-na-serra-de-sc.html

2) Só uma das motos estava em excesso de velocidade e as duas se enroscaram durante uma tentativa de ultrapassagem por dentro da curva.

Basta um pequeno esbarrão para que ambas percam o controle e sigam reto na curva.

Mesmo que você esteja passeando de boa, sempre pode aparecer um maluco achando que consegue desviar e controlar uma moto a 300 km/h.



3) As duas motos podiam estar em velocidade normal e terem achado uma poça de areia, óleo ou sementes na curva.


Essa situação da poça de areia é bastante comum em serras e ladeiras com circulação de caminhões de transporte de areia e soja.


Eles vão despejando parte da carga pelo caminho e o vento se encarrega de agrupar a areia seca ou as sementes, criando uma área altamente escorregadia.

Geralmente em curvas...


Imagem: https://www.youtube.com/watch?v=6M2YPqd3Mdc

4) Não parece ser o caso, porque o acidente aconteceu com pista seca... mas pista ligeiramente úmida tem esse efeito. 

Algumas serras costumam ter curvas não atingidas pelo sol, muito úmidas ou com nascentes de água correndo pela pista — é um limo só, como no caso da BR-101 no trecho do parque da Serra do Mar em São Sebastião.


Já as serras daqui de Santa Catarina chegam a formar gelo na pista e se tornam um rinque de patinação nada artística.

Imagem: http://saojoaquimonline.com.br/saojoaquimdefato/?p=7638


5) Uma situação bastante perigosa é aquele momento em que começa a chuviscar ou garoar, sem força suficiente para lavar o asfalto.

A sujeira umedecida forma um verdadeiro sabão, e se você estiver em uma velocidade um pouco mais alta, na hora de fazer a curva vai perder a aderência e cair, sem tempo de fazer nada.



Está aí outra situação que leva duas a motos a desgarrarem na curva ao mesmo tempo — nem os profissionais que andam de moto escapam disso.

Neste acidente, apesar de todo o equipamento de proteção, o soldado quebrou a perna. 

É por isso que não se deve movimentar um acidentado, exceto em caso de incêndio ou afogamento — uma fratura simples do osso pode se tornar uma fratura exposta com as pontas do osso quebrado cortando veias e artérias, e aí a hemorragia será grande e até mesmo fatal.


Sua única defesa para evitar esse tipo de acidente é ter margem de segurança para não desgarrar nem derrapar nas curvas. 


Redobre a prudência.

Rode sempre um pouco abaixo dos limites para evitar grandes dores de cabeça, do corpo e do bolso.


Um abraço,


Jeff

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