A coisa pode se complicar quando você sai para um rolê sozinho e cai longe de tudo...
Quando outras pessoas te veem cair, tudo fica mais fácil.
A primeira preocupação de quem vê um acidente deve ser cuidar da própria segurança e então sinalizar imediatamente para que outras motos e veículos não atropelem o piloto e a moto caídos.
O filmador fez a coisa certa, sinalizou o local antes da curva para que outros pilotos diminuíssem a velocidade e pudessem parar para ajudar — fazendo isso ele garantiu a segurança de todo mundo.
Em seguida, ele estacionou a própria moto em local com menor chance de ser atingida por um aloprado em alta velocidade.
Remover a moto acidentada do caminho é outra coisa que deve ser feita — isso evita vazamentos de combustível e óleo, evita novos acidentes e melhora a segurança de todos em sua volta.
Você só não remove a moto do local antes da chegada da polícia em caso de acidente com vítima grave ou fatal, porque aí eles poderão determinar uma perícia com fotos do local.
Mas e quando você se acidenta sozinho?
Você faz o quê nessa situação?
No vídeo o acidentado fez a coisa certa, garantiu o socorro e ficou imóvel.
Felizmente ele conseguiu sinalizar e ser visto aos 0:41 da filmagem.
O filmador se comunicou com o acidentado e teve certeza que ele estava lúcido e consciente, sem problemas para respirar.
Com a perna quebrada, a coisa certa é não mexê-la, mas permanecer imóvel, e não tentar levantar o acidentado — e garantir que ele não se levante na adrenalina.
Ficar em pé com uma perna quebrada faria com que o osso se desencaixasse e atravessasse a carne, a tal da fratura exposta — se a ponta do osso cortar uma artéria, ele poderia morrer em poucos minutos pela perda de sangue.
Sem uma hemorragia evidente, nem a necessidade de outros cuidados, o filmador se preocupou em desligar e erguer a moto.
Isso se justifica porque o combustível vazando e o contato com o escapamento quente, não só do combustível como da folhagem, pode iniciar um incêndio — se isso acontecer, você estará num mato sem cachorro.
Mas se não fosse o filmador perceber o cara pedindo ajuda com os braços levantados, quanto tempo ia se passar até alguém perceber o motociclista acidentado lá fora da estrada?
Pensou nisso?
E se não tem ninguém por perto para perceber que você caiu em uma vala e se quebrou todo? Belas curvas e um acidente aos 3:35.
E se ninguém vê você caindo lá no meio do mato barranco abaixo, e você não consegue sair de lá sozinho?
Neste outro vídeo, o cara lá na frente cai no barranco aos 5:45 — aproveite para ouvir o belo uso do freio motor; pilotar não é andar só de cabo enrolado e cravar os freios que nem um doido.
E se estivesse escurecendo?
Passar a noite sem conseguir voltar à estrada e sem ninguém ter ideia do que aconteceu contigo, sem sinal de celular, sem ninguém na estrada ouvindo você gritar, pode ser uma das experiências mais tormentosas da vida. O consolo (epa!) é que não há mal que sempre dure, já dizia Grim Reaper.
Essa coisa de cair no mato, ninguém na estrada te ver e ser obrigado a sair da encrenca sozinho acontece até com carros, imagina com motos...
Reportagem: http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2016/08/motorista-capota-rasteja-ate-sc-480-e-e-socorrido-11-horas-apos-acidente.html
Pilotos de moto se machucam muito mais em um acidente desse tipo. Rastejar com uma perna ou um braço quebrado barranco acima pode ser impossível.
Quando você estiver muito a fim de enrolar o cabo, deixe para fazer passeios sozinho por estradas distantes e com pouco movimento apenas quando já estiver bem familiarizado com sua moto — e com a estrada.
E não se arrisque muito em curvas cegas, elas podem trazer grandes surpresas para os novatos, postagem falando disso sai daqui a uma semana.
Pegar sozinho uma estrada remota cheia de curvas é coisa para se fazer somente depois de ter experiência suficiente para não se meter nessas enrascadas.
E dá para dizer que até quem é experiente e prudente está se arriscando a uma queda inesperada...
Já imaginou se ele tivesse quebrado uma perna lá embaixo no barranco?
A moto te convida a desafiar seus limites, aceitar é contigo. Mas se você precisar de resgate, aí será com os outros.
Então vá na boa, se divirta, e tome cuidado para não estragar o passeio da moçada.
Um abraço,
Jeff
muito show o post jeff.... tenho aprendido bastante no seu blog,pois comecei a andar de moto a poucos meses, e ja tive a horrível sensação de cair kkkkkkkk não por culpa minha rsrsrs um cachorro que vive preso se soutou e correndo louco na rua bateu no pneu da frente... kkkkk muitos dizem que é caó meu quando digo q ele q bateu na moto... mais um cachorro adulto correndo na velocidade de uns 40 km/h bater no pneu dianteiro acho q derruba qualquer um... sem contar q eu tinha passado por ele,mais msm assim ele veio e bateu no pneu dianteiro... por um lado tive sorte em vim devagar (35 km/h) por outro lado foi ruim pq cai no calçamento... graças a Deus so apenas
ResponderExcluirescorreaçoes,e uns 3 cortes profundos no joelho...mais é isso ai kkkkkkk muito bom o blog... continue
Muito obrigado, Jorge!
ExcluirPor coincidência, eu já tinha uma postagem programada sobre cachorros atravessando na frente de motos, estava prevista para dia 04/08.
Como você comentou o assunto, vou antecipá-la para amanhã às 18 horas, assim a espera não será tão longa...
Obrigado por acompanhar o blog, fico feliz que esteja sendo útil, e um abraço,
Jeff
Bela postagem. Na minha experiência de vida a pior curva é aquela que inicia aberta e vai fechando, por erro de projeto. Você vem normal, meio que no limite, inicia a curva e de repente descobre que a mesma se fecha alí na frente, também descobre que sua velocidade é incompatível, muito rápido... Nossa, é sinistro...
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirHoje é o dia das coincidências, José.... há uma postagem que comenta isso e os cuidados com curvas cegas programada para o dia 02/08.
Um abraço,
Jeff