segunda-feira, 4 de julho de 2016

Carro entrando na frente da moto... com uma novidade

Aconteceu de novo, o motorista de um carro não viu a motocicleta se aproximando e entrou na frente dele. Veja o vídeo neste link.
Reportagem e vídeo: http://g1.globo.com/goias/transito/noticia/2016/06/piloto-sobrevive-apos-ser-lancado-cerca-40m-em-acidente-veja-video.html

Esse tipo de acidente muito comum foi explicado em detalhes na postagem Postes, árvores e outros obstáculos à visão — Por que os motoristas não veem as motos.

Para quem não leu, vai um resumo: 

O motorista não vê a moto porque na hora em que ele pensa em fazer a conversão, ela está encoberta pelas árvores na ilha central.



O motorista acha que não vem ninguém (porque ele só pensa em carros), avança e só percebe a moto quando já está para bater.

Até aí nenhuma novidade, esse tipo de acidente acontece dezenas de vezes todos os dias.

O fato novo é que o motociclista sobreviveu e deu uma dica de como minimizar o estrago em uma batida como essa:

Ele levantou a frente da moto logo antes de bater.

Corrigindo a informação conforme alertado pela leitora Fabiana Ribeiro, ele disse que levantou a traseira da moto.

Não vejo como é possível levantar a traseira da moto... Será que ele quis dizer que levantou a própria traseira do banco da moto?

Olha, pela intensidade da pancada, para sair de uma dessas apenas com o braço quebrado (em três lugares), essa dica deve funcionar mesmo...

Isso Uma coisa tem lógica:

Melhor voar por cima do carro do que bater com toda força direto contra ele.

Mas também ele deu sorte de não bater contra a cabine — a frente dos carros costuma ser bem mais baixa e fácil de sobrevoar.

Nessas situações, ao cair no asfalto e sair quicando e rolando que nem melancia ladeira abaixo, os ocupantes da moto vão desacelerando aos poucos.

Cada quicada no chão rouba um pouco da energia cinética (lembra que o professor falava dela? Não, né? Pense assim: quanto mais você puxa o elástico, maior a energia cinética, mais longe vai a pedra o passarinho e mais estrago ele faz.), e isso é bem melhor do que transformar toda essa energia em deformação do motoqueiro. Não a do passarinho. Nem do porquinho.

Mas se o piloto bate direto de cara contra o carro, a desaceleração é praticamente instantânea, e aí já era.

Tomara que nenhum de nós precise usar essa dica de levantar a moto ou mirar no capô do carro na hora H.

E para não precisar usar, tenha sempre em mente o seguinte:

Quando houver árvores, postes e outros obstáculos para a visão no canteiro central de avenidas, você estará invisível para os carros na outra pista.

Postes e árvores são suficientes para esconder uma moto devido ao ângulo de visão do motorista. 
Vídeo e reportagem: http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2015/05/nao-deu-tempo-diz-mecanico-que-atropelou-motociclista-em-acidente.html
Postagem explicando isso: https://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2015/06/postes-arvores-e-outros-obstaculos-visao.html

Aliás, fazer de conta que nós motociclistas somos invisíveis o tempo todo ajuda muito a não se enfiar em armadilhas do trânsito como essa.

Você deixa de confiar que ninguém vai entrar na sua frente e fica muito mais precavido contra outras motos, carros e etc. cortando seu caminho.

Te digo que vale muito a pena.

Um abraço,

Jeff

11 comentários:

  1. Muito bom ter você de volta Jeff.
    Excelente post como sempre.
    Tudo de bom! Vida longa a nós motociclistas.

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    1. Obrigado, Ed!
      Eu também senti muita falta de poder postar aqui no blog,e do retorno recebido dos leitores!
      Vida longa (e próspera),
      Jeff

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  2. Na moto velocidade o piloto, em caso de queda, se livra da moto. Essa possibilidade é a maior vantagem de um motociclista que é impossível (ou quase) para motorista de automóvel, ônibus ou caminhão. Usar a própria moto para se impulsionar para o alto ou para os lados, na eminência de uma colisão é (muitas vezes) a salvação. Deixar a moto colidir com o obstáculo e não o nosso próprio corpo é uma excelente idéia.
    A teoria é esta e vai depender da preparação mental do piloto para se desgrudar da moto naquele milésimo de segundo derradeiro.

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    1. É verdade, José. O piloto da moto precisa estar preparado e ter sangue frio para tomar decisões instintivas e acertadas. Quem congela e fica travado diante de uma situação de perigo deve repensar se a pilotagem de uma moto é a melhor opção para si.
      Um abraço,
      Jeff

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  3. Ótima dica mas garanto que a melhor é sempre estar a dois passos de tudo de ruim que possa acontecer, colocando desse jeito parece impossível mas garanto que apos algum tempo de pratica fica automático, sem falar em nunca andar no limite sempre garantir aquela margem de segurança.
    Jeff sei que aqui não é o lugar mas fiquei com uma duvida sobre o modo correto de medir o óleo da minha moto, tenho uma fan 2012 e segui todos os procedimentos a risca no manual eu havia aberto o motor pra verificar a situação, fechei tudo coloquei 1 litro de óleo e fiz os procedimentos só que não precisei colocar 200 ml não sei quanto foi exatamente mas não tive que colocar muito acho que purai de 50 ml(pra menos) isso pra atingir o máximo permitido na paleta eu também realizo a medição diariamente. A duvida é sera que eu estou fazendo algo errado?

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    1. Olá, Felipe! Obrigado por acompanhar o blog!
      Você fez a troca de óleo com o motor quente, como é correto? Muita gente não percebe essa necessidade na hora em que mede porque o óleo se aquece assim que é colocado no motor, e o óleo quente se dilata, dando um resultado falso.
      Experimente refazer a medição exatamente conforme o manual na primeira manhã após a troca, com o motor totalmente frio, ligando o motor por apenas poucos minutos, conforme manda o manual. É aí que você percebe que falta óleo. Se você estiver usando o óleo 10W-30, ele escoará muito rápido para o cárter, dificultando perceber isso. Quem usa o óleo 20W-50 constata a falta do óleo com facilidade.
      Um abraço,
      Jeff

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  4. desculpe a demora, eu fiz do jeito que eu vi no blog essa semana eu coloque só um pouco pra ficar no limite da paleta, já tentei sair do 10w30(não gosto do mobil) já tentei varias marcar e ainda tenho receio sobre os óleos minerais hoje estou com o 10w30 da lubrax, eu utilizo muito a moto nas madrugadas e confesso que estou gostando muito desse óleo, as passadas ficaram mais silenciosas e não é tao difícil colocar no neutro, vou verificar com mais rapidez pra ver se constato essa brecha mas ficou uma duvida, só da certo se eu refazer a medição na primeira manhã apos a troca?ou eu posso fazer após cada período em que a moto fica parada muito tempo? Com 15 mil eu tive que trocar os discos da embreagem(hoje ela esta com 21) na época o mecânico não soube me informar o porque, depois eu descobri no seu blog no tópico de uso extremo e hoje nem que eu vá ao mercado deixo ela aquecendo 5 min(depende do tempo parado). Após esse mecânico fazer a troca dos discos da embreagem se eu parar por longos períodos ela fica horrível pra dar a partida, se eu coloco no neutro ela liga de boa mas na hora de colocar a marcha parece que ela vai voar da minha mão, já fui diversas vezes nesse mecânico e ele diz que é normal por ser a primeira partida "os discos estão colados", eu falo que não é normal que os discos que vieram na moto nunca fizeram isso, ele fala que fazia mas eu não lembro(demorei 2 anos pra andar 8 mil km como não lembro?) e ainda frisa que isso vai ser pra sempre, se eu vou a outros mecânicos eles falam que não podem mexer no "tranpo" dos outros e como esse problema só acontece naquela primeira engatada não da pra eu ir no mecânico e ele ver certinho o problema, tive que criar estrategia pra não forçar tanto eu dou umas bombadas na embreagem quando a moto esta aquecendo e empurro ate uma descida e quando ela ganha uma velocidade eu engato a marcha. Normalmente a mafia(assim que eu penso sobre eles) cobra caro só pra olhar de 50 a 60 reais, eu acho que pode ser algum parafuso que ele apertou demais sei la e essa semana parece que ta colando mais ainda. resumindo to f***do se for algum problema serio não vou poder ir reclamar com o cara porque não fiz nele(não vou mais la) ai não vou poder reclamar e sempre que vou la ele não constata nada porque eu tive que andar pra chegar na mecânica e ele vem com a historinha do disco colado, desculpe o textão rs mas sera que da pra me ajudar nessa também?

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    1. Olha, Felipe... tranco intenso assim eu vejo como falta de regulagem do cabo. Essa regulagem é muito fácil de fazer, e para o mecânico é muito mais interessante não fazer nada e depois você precisar consertar a embreagem ou o câmbio, do que fazer um pequeno ajuste que de tão simples nem dá para cobrar, e que prolonga muito a vida dos componentes. Troquei apenas os discos de cortiça da embreagem aos 35 mil km, e até agora já se passaram mais 60 mil km, sem dar tranco. Minha moto sempre está com a quantidade certa de óleo, então os discos não colam.
      Sobre o óleo, se você não confia no mineral, nada te impede de experimentar o 20W-50 semissintético.
      Tudo de bom,
      Jeff

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  5. a regulagem do cabo não é porque ela esta original, antes eu fazia a regulagem deixava uns 40% menos que a original mas quando ia fazer a revisão na autorizada eles mexiam tudo, então deixei queto. Vou começar a colocar mais óleo como uso o 10w30 não da pra perceber muito a falta ao realizar todo o procedimento entao estou testando devagar, costumo usar a moto de madrugada temperatura normalmente esta em 10 graus não vai ter problema usar o 20w(winter)? que marca você me recomenda(fan 150 2012)?

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  6. Olá, Felipe. A classificação 10W ou 20W indica a viscosidade em temperaturas extremamente baixas, mas para os padrões lá dos EUA, com neve durante meses. Ela não é relevante aqui no Brasil, o que manda é o segundo número, 30 ou 50. Quanto a marcas, aí vai do gosto de cada um.
    Um abraço,
    Jeff

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  7. bom saber! vou arriscar um 4t 50, de repente até faço um antes e depois com o 10w30 e o 20w50 assim como o patrick fez também com a informação sobre a meça no procedimento com a viscosidade do 10w30

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