segunda-feira, 11 de julho de 2016

Pequenos improvisos, craus inesperados

Neste domingo aconteceu coisa nova: eu e Jezebel finalmente saímos para rodar sem compromisso nem destino.

Não foi a primeira vez que saí com ela desde que foi resgatada, mas fora as idas ao supermercado daqui do bairro, e uma ida ao teatro para ver Troilo e Créssida de Shakespeare — agora em cartaz em curta temporada no teatro Sérgio Cardoso no Bexiga às segundas e terças à noite, e quartas à tarde e à noite
(Vamos ver quem adivinha o motivo do jabá gratuito. Dica: olhe bem a foto da peça e tente achar um rosto familiar...), nós ainda não tínhamos saído só para rodar pelo puro prazer de rodar.

Voltei a usar a jaqueta de cordura que estava guardada há quatro anos. Não imagino o motivo, o zíper não fechava.

E foi só dar um rolê para vermos coisas interessantes.
Imagem meramente ilustrativa: http://www.agoratemnoticia.com.br/apos-colisao-na-traseira-moto-fica-presa-e-em-pe-entre-o-capo-e-o-para-lama-carro/

Não foi isso aí de cima, mas foi quase.

Parei no semáforo na primeira fila e já havia uma moto por lá, então fiz como sempre faço — nunca fico lado a lado. 

Eu paro um metro atrás na posição em que ele me veja no retrovisor, e respeito a preferência de quem chegou primeiro sair na frente.

Fazer isso garante espaço para evitar esbarrões e fechadas na saída.

Esperando o sinal abrir, a outra moto apaga do nada. Típico apagão de moto pedindo reserva.

Eu já ia dar um toque pra ele, quando vejo o piloto tentando reconectar um fio quebrado e mal emendado do corta-corrente.

O cara foi direto ali, então devia ser uma coisa recorrente.

Um conserto improvisado com reparo adiado... atire a primeira pedra quem nunca fez isso.

O sinal abriu, esperei, ele não conseguiu ligar a moto, eu e Jezebel fomos embora.

O cara acabou ficando parado lá no meio do trânsito de uma avenida bastante movimentada.

Não era seguro pararmos, então não fiquei sabendo como ele saiu de lá.

Mas uma vozinha ficou falando na minha cabeça, "faz uma postagem, faz uma postagem!".

Como não costumo contrariar a Matilde, aí vai o texto inspirado por essa cena...

Imagine a situação: 

Você sabe que sua moto tem um probleminha que volta e meia aparece, tipo a moto apagar por um fio com mau contato, e então a moto apaga, você já vai direto no ponto para resolver.

Mas e se a moto resolveu parar por outro motivo? Porque as motos são cheias de manias e adoram sacanear seus donos parceiros...

Você perde um tempo tentando resolver um problema inexistente, se desespera porque não consegue, tenta de novo, quebra a cabeça porque não está dando certo, acaba afogando a moto de tanto tentar ligar o motor... 

Porque todo novato um dia se apavora e afoga a moto tentando ligar o motor. Assim me disseram.

E enquanto isso você fica parado no meio do trânsito, os carros passando e você rezando para não levar uma chapoletada.
Imagem meramente ilustrativa: http://www.agoratemnoticia.com.br/apos-colisao-na-traseira-moto-fica-presa-e-em-pe-entre-o-capo-e-o-para-lama-carro/

Por essa e por outras, pense se vale mesmo a pena adiar aquele consertozinho básico.

Ele pode complicar muito a tua vida e a vida da sua moto na hora mais inesperada. Falando nisso, deixa eu ir lá apertar o espelho.

Acrescento o comentário feito pelo Péricles:

Gostaria de adicionar um comentário que acredito ser relevante sobre estes probleminhas que a gente sabe que existem mas adiamos resolver.

Um risco ainda maior do que o motor apagar no semáforo e você ficar estancado numa avenida movimentada é a moto apagar enquanto estiver andando, ou naquela arrancada no cruzamento ou em uma subida em marcha mais reduzida. 

A desaceleração que o motor vai impor pode ser suficiente para causar acidentes gravíssimos, ou desorientação ou distração momentânea, o que por sua vez pode também levar a acidentes.

Já passei por uma situação desse tipo, o miolo da chave estava com um mau contato, e era preciso virar a chave e voltar um pouquinho para o sistema elétrico funcionar. 

Mesmo sendo algo tão simples como borrifar periodicamente um wd40 para evitar formação de oxidação, descuidei. 

Até quando a moto morreu na saída de um estacionamento e eu percebi que a coisa podia ter sido mais séria. 

Agora é mais um item obrigatório na minha checagem diária. Óleo, corrente, pneus, combustível, faróis, etc, e agora uma pequena dose de wd40 na ignição!

Obrigado, Péricles! 


Segue também o relato do leitor Wesley com outra pane inesperada por adiar um cuidado simples, limpar a oxidação dos bornes da bateria:

Tem mais uma coisa que pode fazer a moto apagar: oxidação no borne da bateria (em motos com injeção eletrônica). 

Tenho uma Fazer 250 e o polo positivo da bateria estava com zinabre, resultado: estava subindo uma rua e quando cheguei na esquina, no PARE, a moto simplesmente apagou tudo, todo o sistema elétrico parou de funcionar. 

Mais uns 2 segundos e ela teria apagado na frente de algum veículo na rua em que eu iria entrar. 

Na rua mesmo, desparafusei o polo, lixei, coloquei de volta e apertei bem. Nunca mais deu nada!

Obrigado pelo depoimento, Wesley!

São esses pequenos cuidados que evitam grandes sustos.

Forte abraço,


Jeff

6 comentários:

  1. Jeff, é um prazer imenso ver que está de volta, firme e forte! Gostaria de adicionar um comentário que acredito ser relevante sobre estes probleminhas que a gente sabe que existem mas adiamos resolver.
    Um risco ainda maior do que o motor apagar no semáforo e você ficar estancado numa avenida movimentada é a moto apagar enquanto estiver andando, ou naquela arrancada no cruzamento ou em uma subida em marcha mais reduzida. A desaceleração que o motor vai impor pode ser suficiente para causar acidentes gravíssimos, ou desorientação ou distração momentânea, o que por sua vez pode também levar a acidentes.
    Já passei por uma situação desse tipo, o miolo da chave estava com um mau contato, e era preciso virar a chave e voltar um pouquinho para o sistema elétrico funcionar. Mesmo sendo algo tão simples como borrifar periodicamente um wd40 para evitar formação de oxidação, descuidei. Até quando a moto morreu na saída de um estacionamento e eu percebi que a coisa podia ter sido mais séria. Agora é mais um item obrigatório na minha checagem diária. Óleo, corrente, pneus, combustível, faróis, etc, e agora uma pequena dose de wd40 na ignição!
    Um grande abraço!

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    1. Obrigado, Péricles!
      Engraçado, tinha a certeza de ter respondido seu comentário, e agora não encontro... coisas do blogspot. Mas incorporei seu comentário na postagem, muito bom!
      Forte abraço,
      Jeff

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  2. Tenho uma preocupação que gostaria de compartilhar e que tem ligação com esta colisão por trás neste motociclista.
    Instalei um sisibar (encosto traseiro), a moto fica mais bonita, o acessório é muito útil para prender coisas com segurança, o segundo capacete fica bem quando encaixado nele, dá mais segurança ao carona, MAS (sempre tem um "mas"), em caso de colisão na traseira da moto, pode lesionar gravemente a coluna do motociclista ou do carona, visto que a moto vai se deslocar rapidamente para a frente e o corpo de quem está sentado no banco, na sua inércia, é atingido pelo ferro do sisibar.
    É isso.
    Grande abraço.

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    1. É sempre uma preocupação, José...
      Na foto da batida, dá para ver que o piloto bateu a cabeça com força contra o vidro. Se houvesse uma sissy bar, ela frearia o corpo do piloto ou garupa, e provavelmente causando um esforço enorme para dobrar e quebrar a coluna, com enorme risco de paraplegia.
      Mas bater a cabeça pode quebrar o pescoço, com risco de tetraplegia ou morte...
      O risco existe, mas não conheço ninguém que tenha passado por uma situação como essa com sissy bar. Por outro lado, conheço uma garota cuja moto sofreu colisão traseira por um caminhão, moto sem sissy, e ela escapou sem sequelas irrecuperáveis.
      Aí acho que quem decide mesmo é o anjo da guarda, ou o karma da pessoa... Qualquer coisa além de procurar não se colocar em situações com risco de colisão traseira já é coisa fora de nosso alcance.
      Um abraço,
      Jeff

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  3. sempre procuro arrumar na mesma hora que descubro uma hora ou outra o cara se descuida e vários "poucos" se tornam um "muito"

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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