A corrente estava tão frouxa que se apoiava no cavalete central — podia estourar ou causar uma queda a qualquer momento.
O tensor estava dobrado, provavelmente para que a porca não se soltasse — impossibilitando qualquer ajuste.
Assim que o piloto voltou, o alertamos sobre a condição crítica da corrente.
Ele sabia, estava deixando para consertar depois do fim de semana.
Contei para ele do dia em que eu caí porque achava que conseguiria fazer mais 3 quilômetros, e não consegui, só não morri porque não vinha ninguém atrás — e olha que minha corrente estava muito melhor.
O rapaz (menos de 25 anos) disse que contava com a sorte e estava ciente dos riscos, há dois anos ele caiu na BR-101 a 100 km/h por causa da corrente solta.
Diante dessa afirmação, só restou calar.
Se alguém passa por uma dessas, sobrevive e não aprende a lição, não seremos nós a convencê-lo.
Nos despedimos, e ele foi embora com seus chinelos, viseira aberta, capacete desafivelado e a Dona M.... na garupa.
Sinto muito pelo filho dele, vai ter uma vida difícil depois que o pai virar estatística.
É só questão de tempo.
Pouquíssimo tempo.
E esse é o destino de muitíssimos brasileirinhos e jovens ingênuos do mundo todo que não dão valor à própria vida.
Um abraço triste,
Jeff
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