Resolvi realizar um projeto adiado há anos: ir até São Joaquim e descer a Serra do Rio do Rastro.
Imagem: http://www.serradoriodorastro.net/
Já tinha feito esse caminho no mapa por dezenas de vezes, agora era a hora.
Programei sair às 6 da manhã e pontualmente duas horas depois lá estava eu pegando minhas
Jezebel estava meio indisposta, a troca de marchas estava falhando por folga excessiva da articulação... nada que atochar um teco de fita isolante não resolvesse.
Esse era o plano de viagem original:
Imagem: Google maps
Eu achava que a SP-66 não tinha rival, mas nada se compara com a delícia que é pilotar nessa estrada.
Será minha preferida de hoje em diante. Até eu encontrar a próxima.
Você sobe a serra pela BR-282 para chegar até a SC-110, e aí sobe outra serra para chegar a Urubici. Tinha trechos que só dava para encarar com uma segundona, e olhe lá.
Chegando em Urubici, paradinha para esticar as pernas, conferir o óleo, abastecer e pedir informações.
A intenção era seguir em frente até São Joaquim, mas aí vi a placa Morro da Igreja/Pedra Furada...
... e nada melhor do que mudar na última hora um planejamento feito por anos.
Pedir informações foi nossa sorte, porque o acesso ao Parque Nacional de São Joaquim é limitado a 200 veículos por dia, então é necessário fazer um cadastro prévio em um escritório na cidade.
A agência ficava pertinho do posto, e essa informação me poupou de ir até lá, voltar à cidade e retornar ao morro, 30+30+30 km.
Humm... Pensando melhor, não me poupou de ir até lá, então pode tirar 30 km dessa conta.
No escritório descobri que a limitação de quantidade é apenas para automóveis — motos não têm cota, mas o cadastro continua obrigatório. É que não há espaço para estacionamento de muitos carros no alto do morro. Viva a moto!
Não me preocupei em abastecer, porque iríamos retornar à cidade para almoçar antes de seguir para São Joaquim e a Serra do Rio do Rastro... mal sabia eu.
Não confunda Morro da Igreja com a Igreja de Urubici no centro da cidade... |
A altura fez com que ela respirasse com dificuldade, causando alguns pipocos no escapamento por causa do excesso de gasolina para o ar rarefeito.
Nada que justificasse regular o carburador, porque em breve voltaríamos ao nível anterior.
Você sabe que chegou quando avista o monumento à bola de gude. Ou o radar do CINDACTA, sei lá.
Para chegar ao mirante, você tem que cruzar um portão onde está escrito "ÁREA MILITAR — NÃO ENTRE". Isso aqui é Brasil, sabe como é, né?
O dia estava completamente limpo, foi possível ver todo o vale abaixo.
Imagem: http://ecoviagem.uol.com.br/brasil/santa-catarina/urubici/morro-da-igreja-1828m/
Essa foto não dá ideia da grandeza do lugar. Você está à beira de um precipício a 1800 metros de altura, e para os lados as paredes do vale lembram o Grand Cânion americano, com a diferença do verde da paisagem...
Nenhuma foto é capaz de transmitir essa sensação.
Nem minha sensação de paúra desmedida — meu equilíbrio não é grande coisa, e quando a referência visual do solo desaparece, tenho a sensação de estar caindo para frente... e se bobear, eu caio mesmo, então a visão foi magnífica e apavorante, nem sentado deu para encarar.
Saí de lá rapidinho, mesmo porque a estrutura de apoio ao turista (sanitários) é inexistente — vá prevenido, ou terá de recorrer ao restaurante da Cachoeira Véu de Noiva, ou então barbarizar a mãe natureza.
Mesmo assim, é uma visita imperdível. Espetáculo magnífico como esse, somente as Cataratas do Iguaçu e a Serra do Corvo Branco ali do lado.
Mas essa eu vou deixar para contar amanhã.
Até lá e um abraço,
Jeff
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