terça-feira, 2 de agosto de 2016

Adivinha o que tem depois da curva cega?

Adivinha o que tem depois daquela curva cega daquela estrada linda e deserta?

Adivinhou!

Um motoqueiro gordinho apanhando a luva caída!

É por isso que nunca se pode confiar em entrar cegamente em curvas cegas — mesmo que a estrada faça você se animar e atacar as curvas todo empolgadão...

Pode haver grandes obstáculos à frente.

Depois de uma curva cega sempre pode ter um carro ou caminhão em baixa velocidade...

Depois de uma curva cega sempre pode vir outra curva ainda mais fechada...

Ou de repente ela pode se acentuar ainda mais — o que é muito ruim quando você já está no limite da moto...

Junte isso com nossa tendência instintiva a ficar olhando para o perigo, levando a moto diretamente para lá... é o tema da postagem A fixação do olhar e como isso te derruba.

Depois de uma curva cega pode vir um caminhão daqueles grandes que não conseguem fazer curvas apertadas sem invadir a pista contrária... (blind curve = curva cega)

E é por isso que o pessoal pinta essas faixas duplas no asfalto.

A proibição de ultrapassagem não é só para evitar trombadas com quem vem na pista contrária, ela também serve de alerta de que você não verá algum obstáculo que apareça assim que sair da curva — portanto, vá com cuidado.

Se eles dizem que não pode ultrapassar, pode apostar que existe um motivo para isso — e esse é o motivo de muito tonhão fazer a ultrapassagem proibida e se ferrar de verde e amarelo. Ou de azul, vermelho e branco.

Falando nisso, a coisa mais bizarra que apareceu na minha frente depois de uma curva foi lá no Rastro da Serpente, trajeto tupiniquim que lembra um pouco a Tail of the Dragon (Rabo do Dragão) dos vídeos.  
Imagem: http://www.viagemcomemocao.com.br/rastro-da-serpente-de-moto/ O pessoal também pernoitou em Guapiara, e achei hilária a descrição do hotel... essa é a graça de viajar de moto. Só não confunda Rastro da Serpente com a Serra do Rio do Rastro, que fica em Santa Catarina.

É uma paralela interiorana com a BR-116, que liga Sorocaba via Itapetininga - SP a Curitiba no Paraná.

Perto da divisa, muito longe de qualquer cidade, depois de um tempão só vendo mato, curva e passarinho — nenhum carro, nada — faço a curva e vejo lá na frente um скейтбордист no meio da pista.

Se eu fosse enumerar coisas que poderiam aparecer no meio da pista, a última coisa que eu imaginaria ali naquelas paragens seria um emo sobre rodinhas.

Em outro lugar apareceu um susto de verdade, a pista afundou em um precipício de uns 100 metros de altura, nenhuma sinalização nem aviso antes da curva, a coisa tinha acontecido há pouco tempo.
Imagem ilustrativa: http://www.gazetadejoinville.com.br/portal/2016/01/04/serra-do-rio-do-rastro-esta-interditada/

Era assim, mas bem mais alto, e sem bloqueio da via...

E falando em bloqueio de via, até mesmo uma estrada superturística como a Serra do Rio do Rastro pode ter seus imprevistos depois das muitas curvas:
Imagem e reportagem: http://oregionalsul.com.br/destaques/35819/35819

Esse desmoronamento aconteceu na semana passada, dias depois daquele outro que atingiu e destruiu um carro.

A gente nunca sabe o que vem depois da curva, por mais deserta e tentadora que ela seja — então não vacile, ouça sempre aquela vozinha dentro do capacete quando ela falar pra você maneirar o peso da mão.

Ela não costuma errar não.

Um abraço,


Jeff

4 comentários:

  1. além disso discuido na postagem, no meio da curva pode ter uma "poça" de areia.
    dá um tombo lindo, o problema depois é descolar o asfalto do couro do lombo.

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    1. Olá, Patrick!
      Saquei de imediato que discuido era discutido.
      Recebi seu comentário e a correção via email, mas quando abri a página para responder, a correção tinha sido apagada. Foi você mesmo, ou foi bug do blogspot?
      Mas foi também um descuido meu por não falar da areia e daqueles riachinhos lavando a pista que aparecem em trechos de serra, são bastante escorregadios ainda mais para motos de pneu esportivo.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. eu que apaguei e escrevi de novo.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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