sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Eu reflito em meu reflexo

Jezebel continua indisposta, o que me dá mais tempo para divagar nas viagens diárias de ônibus.

Filosofava eu sobre a incoerência e contradição de fazer postagens recomendando o uso de equipamento de proteção completo, quando eu mesmo piloto apenas de camiseta nos trajetos urbanos e não tão urbanos nos dias derretedores de verão.

Sou motociclista ou o quê?


Estava tentando me enganar e quase me convencendo de que agora, mais experiente, eu não estaria mais tão sujeito a tombos como outrora (foram 12 na juventude e apenas 2 agora na... ahn... com a Jezebel). 

Falei para mim mesmo que eu saberia evitar um acidente, e por isso não estava me arriscando muito ao pilotar sem jaqueta.

Desci do ônibus, almocei, comprei os bagulhos necessários (não os que você pensou) e parei numa loja para perguntar um preço qualquer.

Ao sair da loja confundi o degrau com uma sombra, pisei no desnível como se a calçada fosse plana.

Me desequilibrei, trancei as pernas e jaqueei (do verbo jaquear, cair como uma jaca) na direção da rua bem no momento em que passava um ônibus.

Reflexo herdado da moto, me encolhi para não ir pra baixo da roda traseira do busão, parei quase no meio-fio, encolhidão, pescoço dobrado contra o peito. Mais um pouquinho e eu já era.

Lá se foi minha ilusão de que eu estaria menos sujeito a acidentes porque poderia evitá-los com minha "experiência".

Caí quase parado, feridos só o orgulho e o cotovelo, que esfolei levemente. Sabe aquele raladinho que nem sai sangue?

Mys friendes...

O que esse raladinho mixuruca doeu e está doendo... 

E aí voltei para casa refletindo sobre o que seria ter caído a uns 30-40 km/h, que é a velocidade média da maioria dos tombos urbanos.

A raladura teria sido muito mais extensa, muito mais ralativa e muito, muito mais doloruda.

Decididamente, uma experiência que não vale a pena.

Concluí que preciso comprar urgentemente uma jaqueta que não encolha.

Ou então voltar a pesar apenas 110 kg como antes.

E voltar a pilotar sempre completamente equipado, chova ou faça sol.

Não dá para saber a hora em que iremos cair, é arrogância pensar o contrário.

A vida ensina, a gente é que reluta em aprender.

Um abraço,


Jeff

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