sexta-feira, 10 de julho de 2015

Minha estrada na visão de um caminhoneiro

Você tem vontade de pegar a estrada com sua moto e se pergunta, o que vou encontrar pela frente?

Bom, eu (ainda) nunca filmei minhas viagens, mas achei este vídeo que dá uma boa ideia do que é voltar de São Paulo para Santa Catarina pela BR-116.

 

Achei esse vídeo legal porque mostra a paisagem muito linda e a emoção e os perigos da estrada.

Ao mesmo tempo, o caminhoneiro passa uma mensagem de cautela e experiência, e ouvi-lo ajuda a entender o ponto de vista dos caminhoneiros, tão incompreendidos (e desrespeitados) pelos motociclistas — ou seja, esse vídeo do canal Diário de Bordo de um Caminhoneiro tem tudo a ver com este blog.

É caminhão que não acaba mais, né?

E a maioria deles não respeita o limite de 60 km/h, os carros muito menos, então você fica naquela, não sabe se será multado pelas câmeras ou pelo monte de radares ou se o pessoal vai passar por cima.


Com o tempo você desencana, descobre que só os radares registram a velocidade — você só não pode exagerar na mão pesada porque rodar acima da média do pessoal pode chamar a atenção de quem monitora as imagens.

Os motoristas habituados com a rota sabem onde a fiscalização é rigorosa e onde é menos intensa porque os limites são francamente exagerados para motos, automóveis e caminhões leves, que têm menos tendência a apresentar fadiga do freio.

Se você vir um motorista reduzindo, reduza também, porque certamente tem radar multando logo à frente.

Não estou dizendo que você deva desrespeitar os limites de velocidade; mas você também não pode se arriscar a ser atropelado por um caminhão ou ônibus com horário para chegar no terminal. 

O resultado do desrespeito à velocidade máxima pelos caminhões pesados é que volta e meia alguém sofre fadiga do freio, desgarra na curva e morde o barranco, como você viu no vídeo. 

O negócio é fugir dos pontos de concentração de caminhões, as serras. Mas não tem como escapar dessa serra do Azeite em Cajati, na reserva ecológica do Parque Estadual do Rio Turvo.
Tanto vindo por Peruíbe quanto por Piedade, é caminho obrigatório.

E as marcas no asfalto dos caminhões desgarrando nas curvas são lembretes constantes de como não se pode deixar de prestar atenção a quem está atrás de você.

Mais um vídeo do canal Diário de Bordo de um Caminhoneiro feito na mesma região: (o acidente é mostrado aos 4:30, mas é interessante ouvir o que o motorista tem a dizer)
Sempre é bom lembrar como é importante reduzir a velocidade com pista molhada. E não há dia que não chova em Joinville...

De Kansas 150 eu viajo mais ou menos no mesmo ritmo que esse caminhoneiro, com todo mundo ultrapassando, porque a coitadinha não consegue rodar mais rápido que isso.

Já com a Fenix Gold Edith Giovanna eu conseguiria acompanhar os outros caminhões do vídeo, o que dá um pouco mais de segurança — se eu precisar andar mais rápido para desemparelhar dos grandalhões nas curvas, o motor tem potência para garantir um lugar seguro.

Encontrar um estreitamento de pista como o que aparece aos 8:30 do primeiro vídeo é uma situação tensa, da qual você tem que procurar fugir o quanto antes.


Ninguém espera afunilamentos, e o pessoal descendo caminhões já no limite do que conseguem frear tem dificuldade para segurar os brutos ladeira abaixo.

A situação só é pior quando você chega logo depois que o acidente acontece e a pista ainda não está sinalizada — felizmente, em todas as ocasiões nós sempre chegamos depois de um bom tempo, e nenhum dos acidentes foi daqueles terríveis.

Naquele trecho do primeiro vídeo os acidentes são tão frequentes que ele é monitorado por câmeras e o pessoal da PRF chega rapidinho e providencia a sinalização, mas se o caminhão ficar bloqueando a estrada, o congestionamento poderá demorar horas.

Em outros trechos em que o socorro demora mais, como na BR-376 do vídeo abaixo, o pessoal improvisa com o que estiver à mão até chegar o pessoal da segurança viária.

Se você chegar em uma curva e avistar pilhas de galhos e arbustos na beira da estrada, tome medidas evasivas (se mande dessa faixa) porque haverá um caminhão acidentado ou quebrado logo após a curva.

E isso é frequente, tem viagens em que conto 4 ou 5 acidentes só na ida entre Floripa e SP, exclusivamente nas BR. 

Se eu usasse a Régis no trecho da serra do Café, entre Juquitiba e Miracatu, contaria uns 6 ou 7...

Para encerrar, um vídeo de um trecho que eu gosto muito, a divisa de Paraná com Santa Catarina pela BR-376, até agora a BR mais bonita do Brasil para mim. E para o caminhoneiro também.



Para mim a BR-376 tem a mais bela das paisagens, a mata é linda. Só fico em dúvida com a BR-101 entre o litoral norte de SP e Paraty e também Angra dos Reis no RJ.

E curtindo esta postagem eu me lembrei que esqueci de contar o último e mais emocionante capítulo do retorno da última viagem longa, aquela de Penedo/ Pouso Alegre / Poços de Caldas. (Depois dessa ainda teve a de Urubici com minha filhota, mas essa foi curtinha.)

Como agora já publiquei esta postagem, vou adiar aquelas por mais um tempo, senão esse blablablá de estrada e viagem vai acabar cansando.

Um abraço, e até a próxima viagem,


Jeff

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