E só no coração, porque o resto congela.
Para me precaver, já comprei luvas de inverno antes que caia
neve no Cambirela.
Eu costumo usar um sanduíche de luvas de couro, até que
funciona bem, mas um dos pares pediu aposentadoria.
Na loja me ofereceram uma novidade (disseram eles e eu
também não lembro de ter visto por aí):
Imagem: rj.bomnegocio.com |
Luva impermeável Quatto, da Alba.
Gostei da filosofia, são dois pares de luvas, um par interno
de malha com a função de segunda pele, isolante térmica, e a novidade,
uma luva externa impermeável de tecido emborrachado. O par com os polegares do lado esquerdo é mostrado aí do lado.
Os dois pares podem ser lavados na máquina.
Vendida como “refletiva, impermeável, anatômica e térmica”,
resolvi testar no melhor campo de provas que existe, as noites frias de
Floripa.
As quatro propostas ela cumpre, mas o resultado final não é
tão empolgante.
A primeira impressão foi ruim, a superfície externa da luva
impermeável estava literalmente gosmenta, pegajosa, esquisita mesmo. Isso desapareceu em dois
dias, mas vai dificultar as vendas no balcão.
Vamos ao teste prático:
Primeiro você calça veste a luva de malha de uma mão e em
seguida sua luva impermeável. Isso é explicado no manual de utilização (ói que
chique!), e serve para evitar que a malha enrosque no velcro da segunda luva.
Não evita.
E para desenganchar uma da outra, só rompendo alguns
filamentos. Não bom.
A luva calça veste muito bem, com boa pegada e
sensibilidade. É quase uma luva de tecido.
A luva passou nos testes de pegar
moeda no chão, pegar moeda no bolso (impossíveis com luvas de couro), fechar zíper da jaqueta, fechar fivela do capacete, abrir cadeado
da corrente, ligar a moto e sair pilotando.
As mãos ficam realmente quentinhas, mas só enquanto a moto
está parada.
Porque na hora que comecei a rodar, senti um ligeiro refrigério nas
costas das mãos. Nada de assustar, mas considerando que a temperatura naquela
noite estava na casa dos 15 graus, senti que só essa luva não será suficiente
para enfrentar os rigores catarinenses. Para outras regiões, tudo bem.
O lado bom é que ela não fica volumosa, então será possível
colocar por cima outra luva térmica. Porque as de couro não conseguiram entrar
por cima.
Na hora de tirar, foi preciso um pouco de paciência. Ela
só sai dedo a dedo, e luva a luva.
Na primeira retirada, tive paciência. Na segunda, a mão já
estava suada, e a sensação na hora de tirar a luva de malha foi a mesma de
tirar uma meia suada: ela virou uma bolinha com cinco furos para os dedos. Ideal para jogar boliche de mesa.
Em nova reutilização, foi necessário desembolar as luvas de
malha, e elas já não entraram tão facilmente por causa do suor...
Veredito final:
A ideia é boa, parabéns à Alba pela iniciativa, se ela for
realmente original, mas na minha opinião essa luva ainda não chegou lá. Talvez ela se saia melhor em regiões de clima mais ameno.
Em viagens ela funciona melhor do que em trajetos curtos, então duvido que os motoboys (mercado alvo) caiam matando em cima dela.
Vou continuar a usar uma luva de couro por baixo e uma luva
térmica que caiba por cima da luva de couro. Se necessário, com um par de luvas
de látex para garantir a impermeabilidade; é mais prático porque consigo tirar e colocar o sanduíche montado.
E nos dias muito, muito frios, a
Quatto poderá ficar por baixo de outra luva térmica, porque sozinha no frio
catarinense ela não dará conta não.
Um abraço,
Jeff
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