segunda-feira, 28 de abril de 2014

Vem chegando o inverno, um calor no coração...

E só no coração, porque o resto congela.

Para me precaver, já comprei luvas de inverno antes que caia neve no Cambirela.

Imagem: http://a-barricada.blogspot.com.br/2013/07/alpes-catarinenses-fotos-da-neve-no.html

Eu costumo usar um sanduíche de luvas de couro, até que funciona bem, mas um dos pares pediu aposentadoria.

Na loja me ofereceram uma novidade (disseram eles e eu também não lembro de ter visto por aí):

Imagem: rj.bomnegocio.com
Luva impermeável Quatto, da Alba. 

Gostei da filosofia, são dois pares de luvas, um par interno de malha com a função de segunda pele, isolante térmica, e a novidade, uma luva externa impermeável de tecido emborrachado. O par com os polegares do lado esquerdo é mostrado aí do lado.

Os dois pares podem ser lavados na máquina.

Aqui na região eu morri com 46 reais, mas vá lá, se resolver o problema, está valendo.

Vendida como “refletiva, impermeável, anatômica e térmica”, resolvi testar no melhor campo de provas que existe, as noites frias de Floripa.

As quatro propostas ela cumpre, mas o resultado final não é tão empolgante.

A primeira impressão foi ruim, a superfície externa da luva impermeável estava literalmente gosmenta, pegajosa, esquisita mesmo. Isso desapareceu em dois dias, mas vai dificultar as vendas no balcão.

Vamos ao teste prático:

Primeiro você calça veste a luva de malha de uma mão e em seguida sua luva impermeável. Isso é explicado no manual de utilização (ói que chique!), e serve para evitar que a malha enrosque no velcro da segunda luva. Não evita.

E para desenganchar uma da outra, só rompendo alguns filamentos. Não bom.

A luva calça veste muito bem, com boa pegada e sensibilidade. É quase uma luva de tecido. 

A luva passou nos testes de pegar moeda no chão, pegar moeda no bolso (impossíveis com luvas de couro), fechar zíper da jaqueta, fechar fivela do capacete, abrir cadeado da corrente, ligar a moto e sair pilotando.

E o mais importante: ela foi aprovada para fazer cafuné no gato e segurar e abrir tampa de rosca do pote de ração (meu gato é externo).

As mãos ficam realmente quentinhas, mas só enquanto a moto está parada.

Porque na hora que comecei a rodar, senti um ligeiro refrigério nas costas das mãos. Nada de assustar, mas considerando que a temperatura naquela noite estava na casa dos 15 graus, senti que só essa luva não será suficiente para enfrentar os rigores catarinenses. Para outras regiões, tudo bem.

O lado bom é que ela não fica volumosa, então será possível colocar por cima outra luva térmica. Porque as de couro não conseguiram entrar por cima.

Na hora de tirar, foi preciso um pouco de paciência. Ela só sai dedo a dedo, e luva a luva.

Na primeira retirada, tive paciência. Na segunda, a mão já estava suada, e a sensação na hora de tirar a luva de malha foi a mesma de tirar uma meia suada: ela virou uma bolinha com cinco furos para os dedos. Ideal para jogar boliche de mesa.

Em nova reutilização, foi necessário desembolar as luvas de malha, e elas já não entraram tão facilmente por causa do suor...

Veredito final:

A ideia é boa, parabéns à Alba pela iniciativa, se ela for realmente original, mas na minha opinião essa luva ainda não chegou lá. Talvez ela se saia melhor em regiões de clima mais ameno.

Em viagens ela funciona melhor do que em trajetos curtos, então duvido que os motoboys (mercado alvo) caiam matando em cima dela.

Vou continuar a usar uma luva de couro por baixo e uma luva térmica que caiba por cima da luva de couro. Se necessário, com um par de luvas de látex para garantir a impermeabilidade; é mais prático porque consigo tirar e colocar o sanduíche montado. 

E nos dias muito, muito frios, a Quatto poderá ficar por baixo de outra luva térmica, porque sozinha no frio catarinense ela não dará conta não.

Um abraço,


Jeff

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