Revisão 2 — A Missão

Voltando de férias, voltando de viagem, muita história pra contar!

E pensar que quase não viajei porque deixei a revisão para a penúltima hora...

Deixei a moto na oficina na terça-feira para uma geral de freios, relação, pneu traseiro, bobina + cabo de vela, e troca de todos os piscas que cansei de maus contatos — tinha pisca que cismava em acender só quando queria.

Viagem programada para sexta de madrugada, retirada da moto programada para quarta ao meio dia, moto entregue impontualmente na quinta ao fim da tarde...

Não gostei nada nada do atraso, porque não dá para pegar a estrada sem antes testar a moto. Se desse alguma zebra, eu não ia conseguir que resolvessem antes do fim do dia, o que ia me custar o primeiro dia da viagem...

Após a revisão, sempre verifique se não ficou faltando nenhuma peça.

Não deu outra.

Peguei a moto e fui para casa, tudo normal. Deixei algumas coisas que havia comprado e fui para o banco, optei pela agência mais distante para poder testar a moto.

Logo na saída, Jezebel apagou em marcha lenta. Ela nunca faz isso, mas vá lá, podia ser a emoção da viagem.

No caminho, já longe de casa, ela começou a apagar nas acelerações de saída de farol, começou a apagar nas mudanças de primeira para segunda...

Mentalmente procuro causas possíveis, suspeito logicamente de falha de alimentação de combustível por um giclê entupido, ou gasolina velha. 

Será que vou pagar a língua e me arrepender de não ter mandado limpar o carburador na mesma semana que falei que não precisava fazer isso?

Abasteço gasolina aditivada nova na esperança de eliminar o problema, mas no posto Jezebel desmaiou de vez. Os alforjes com as ferramentas tinham ficado em casa... Sem elas, eu não ia poder abrir o carburador no meio da rua.

Apelo para a inspeção rotineira sem ferramentas:

A gasolina está saindo do tanque e chegando ao carburador?

Não adianta verificar na saída do registro, tem de verificar após o filtrinho que poderia estar obstruído. Descubro que a abraçadeira da mangueira do tanque de combustível estava solta, a mangueirinha poderia se soltar durante a viagem, mas o problema não era ali. Poderia ser na boia, mas isso implicaria em abrir o carburador...

Bom, desmontar o carburador estava fora de questão. Restava ver se havia faísca.

A faísca estava boa, mas...

Não é que o conector estivesse mal encaixado na vela de ignição; na verdade, ele estava era... ahn... bem encostado.

Na medida em que o motor foi se aquecendo, a folga entre o conector e a vela aumentou e chegou uma hora que a faísca não conseguia mais saltar entre um ponto e outro.

Conector devidamente reinstalado, Jezebel voltou a si lépida, fagueira e assanhada como sempre.

O que parecia um sintoma de falta de combustível por giclê obstruído era na verdade um mau contato na vela de ignição fingindo ser falta de combustível.

Então já sabe, não deixe que uma bobagem dessas estrague seu passeio.

Programe sua revisão para que a moto seja entregue vários dias antes da viagem para ter tempo de resolver qualquer problema de última hora.

E ao tirar a moto da revisão, faça uma conferência básica, porque essas besteirinhas acontecem até nas oficinas de confiança. 

São facilmente resolvíveis, se você não se desesperar na hora de pesquisar as causas simples possíveis.

No dia seguinte, madrugada da viagem, foi só dar um tapa no despertador, perder a hora e seguir para a estrada com atraso de duas horas.

Como sempre.

Um abraço,

Jeff
PS: Se eu demorar a postar novamente, é porque minha internetim chinfrim está menos do que indigna. E viva o legado da copa! Só que não...