quarta-feira, 9 de abril de 2014

A volta

Resumo da volta:

Primeiro dia: Santo André ao Tio Doca (Campina Grande do Sul): 412 km.

Segundo dia: Tio Doca (Campina Grande do Sul) a São José: 324 km.

Total geral: 1702 km, fora os rolezinhos pelo ABC.


A volta não teve tantas novidades, a melhor delas foi a invenção que salvou minha consciência de dores atrozes:

Fiz uma almofada eficiente e viajei com o conforto de uma HD Ultra Expensive Super Plus. Invenção aprovada pelo MacGyver!

O caminho de volta é meu velho conhecido — para fugir do movimento inicial da Régis Bittencourt e evitar o engarrafamento da serra do Café, eu pego a Imigrantes e a Manoel da Nóbrega pelo litoral até encontrar a BR-116, depois o contorno viário de Curitiba, BR-376 e BR-101 direto até chegar em casa.


Imagem: https://maps.google.com.br

Tio Doca é um posto/restaurante/hotel pouco antes de Curitiba. Foi um dos pioneiros naquela rota, e conserva um charme dos anos 70, acho que é por isso que gosto de lá. 

A comida também é boa, e você dorme ao som dos caminhões passando pela BR.


Imagem: http://5aidade.blogspot.com.br/2011/08/indo-para-o-sul_29.html

É, realmente não sei porque gosto de parar lá. Talvez porque meu pai tenha parado lá na viagem que fizemos em 1966...

Ou então porque eu invoquei que ia comprar um boné do Tio Doca.

Sabe aqueles bonés da Route 66

Pois é, mas aqui é Brasil, uso boné do Tio Doca.

Mas não é que só tinha boné da série comemorativa da copa do mundo?

Boné branco com letras em cores patriotas e bola bordada, aquela bola clássica de padrão preto e branco dos anos 70... nem com toda a boa vontade deu para comprar, sinto muito, Tio Doca.

Logo depois de entrar em Santa Catarina tem uma placa, Estrada Bonita. Fica em Pirabeiraba, logo antes de Joinville. 

Entrei para conhecer a Estrada Bonita, e puxa, que estrada bonita.

Imagem: http://www.sctur.com.br/joinville/estrada_bonita.asp

Pena que a alegria só durou 3,5 km, porque depois vira estrada de terra brita. Assim não tem boniteza que valha a pena, meia volta, caminho de casa.

Aqui em Santa Catarina é muito comum você pegar uma bela estrada rumo à serra, e ela ser asfaltada somente até a primeira cidade. É uma pena, porque afasta potenciais turistas...

Almocei logo depois de Joinville no Zandoná, um balcão de buffet do tamanho de um trem, e quando você termina com o prato cheio, descobre que ainda tem direito às carnes do churrasco. Como não iam caber no prato de ninguém, eles já te fornecem um prato extra só para as carnes.

Nunca comi tanto por 19,90 reais...

Fato pitoresco que aconteceu na ida e eu me esqueci de contar:

Curitiba tem bronca da BR-116. Não há uma placa sequer indicando que você está passando pela rodovia, não há uma sinalização indicando Porto Alegre ou São Paulo.

Para quem vem do litoral de Santa Catarina, o mapa do google diz que basta seguir em frente que você chega na BR-116, mas você chega ao centro da cidade e não vê a danada.

O motivo?

Em Curitiba a BR-116 não se chama BR-116... é “Linha Verde”.


A menos que você seja um turista...

“Linha Verde”... cara, que ódio do político que inventou essa.

Como é que o forasteiro que precisa pegar a BR-116 vai adivinhar que uma rodovia conhecida nacionalmente como BR-116 foi rebatizada no trecho urbano como “Linha Verde”?

“Linha Verde”... anote, porque vindo a Curitiba você precisará dessa informação.

Nas próximas postagens eu contarei particularidades da viagem, como o consumo de óleo (você vai se surpreender) e a velocidade com que um bitrem rasteja pela serra da Ribeira (é menos do que você imagina).

Um abraço,

Jeff

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