Por que complicar fazendo a primeira marcha para baixo e as outras para cima?
Essas perguntas passam pela cabeça de todo novato quando fica em dúvida se a próxima marcha é para cima ou para baixo e o motor... coitado do motor.
À primeira vista, seria mais simples se todas as marchas fossem para o mesmo lado, né mesmo?
Com o neutro lá embaixo, era só lembrar de sempre levar o pedal para cima para subir as marchas, e levar para baixo para reduzir.
Mas o câmbio das motos tem a primeira para baixo e as outras para cima por um bom motivo:
Segurança.
Imagina uma situação em que você precise reduzir as marchas até a primeira para sair rápido de uma encrenca, tipo...
Você está em um congestionamento de motos e é obrigado a parar sobre uma linha de trem, a moto apaga e as grandes hastes de seus óculos te impedem de ver o trem até quando ele já está em cima de você, apitando. E pra piorar, nem capacete você está usando.
Ah, isso não acontece, muito improvável, exagerado e dramático, né?
Well, it happens sometimes...*
Aí no sufoco você joga todas as marchas pra baixo, liga o motor e acelera tudo que pode, só para descobrir que o motor está em neutro... xi, ferrou.
Ao obrigar que a primeira marcha esteja sempre lá em baixo, os projetistas garantem que na hora do pânico você não fique vendido.
Mas nem sempre o câmbio das motos foi assim.
Antes era muito pior.
Amanhã eu falo sobre o câmbio suicida.
Imagine o porquê do nome...
Um abraço,
Jeff
* Na verdade, os motoqueiros não estão nem aí com a ferrovia, eles é que obrigam o trem a parar. Bikers rule.
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