quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Não vá na onda dos amigos

Essa quem me contou foi um vizinho amigo meu.

Quando ele tinha vinte e nada anos, aquela idade onde todas as ideias são boas, ele e um amigo tiveram a ideia de irem a um encontro de motos numa cidade próxima, uns 300 km.

Para chegarem lá e aproveitarem o dia, saíram logo de madrugada.

Você já viu os pampas de madrugada?

Nem você nem ninguém, porque é uma neblina cerração nevoeiro bruma névoa nebulosidade de cortar com serrote.

Imagem: http://blogduasrodas.motonline.com.br/2011/04/25/com-neblina-atencao-redobrada/   Dicas para viajar com neblina

Novato em viagens, estrada escura, desconhecida, namorada futura esposa na garupa, meu vizinho vinha no ritmo que ele achava seguro, ou seja, beeem devagar.

Naquele ritmo só iam chegar ao findar do encontro.

Como o amigo conhecia bem a estrada, falou pra ele: “Vai colado comigo, para onde eu for você vai atrás, senão a gente não chega lá”.

Parecia boa a ideia (só parecia) e assim fizeram, o amigo ia para a direita e lá ia o casal atrás, o amigo fazia curva para a esquerda, e lá tombava o casal vizinho para a esquerda.

Chegaram num trecho que não precisavam fazer muitas curvas, a estratégia estava dando certo, pegaram confiança e foram cada vez mais rápido.

Mas... (há sempre um mas...)

Ninguém avisou que estavam construindo uma nova rotatória bem ali no meio da estrada... sabe como é obra neste Brasilzão, né?

Quando o farol clareou aquele monte de terra e pedras no meio do caminho, o amigo desviou tão rápido que, quando meu vizinho viu, já estava domando potro xucro lá no areião.

Vizinho e futura esposa voaram e fizeram um pouso forçado, por sorte não morreram, mas a perna dele ganhou um talho respeitável e a moto estava toda torta.

Voltar para trás e seguir em frente dava na mesma, optaram por fazer um curativo improvisado e seguir até o encontro para obter ajuda por lá.

Chegaram e já levaram ele direto para o hospital, que a perda de sangue era grande, só não desmaiou na estrada porque o estoque era muito.

O lado bom é que no encontro o pessoal viu o estado dos viajantes e se solidarizou. Ao fim do dia, alguém emprestou uma moto para eles voltarem para casa enquanto a deles era consertada (ia levar alguns dias). 

O pessoal que participa de encontros de moto é bacana.

Ficou a lição, ele nunca mais entrou nessa de ir na onda de amigos, nem pegar vácuo de motos, carros ou caminhões na estrada.

Você nunca sabe o que está lá na frente e, na hora que aparece um imprevisto, o da frente tira o dele da reta e atrás sobra para o seu.

Um abraço,


Jeff

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