quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O desgaste do disco de freio levará a uma queda... inspecione sua moto!

O leitor Eduardo comentou na postagem Nada como uma pane no meio do nada para tornar a aventura divertida :

Bom dia Jeff.

Minha mensagem hoje é de alerta pra quem não inspeciona a moto regularmente. E eu tenho falhado neste fundamento.

Ontem fui até a concessionária trocar a pastilha do freio traseiro da Falcon. 

E... o mecânico percebeu, antes de começar o serviço, que o disco estava rachado. 

Ele já estava bem gasto, não tenho certeza se a espessura ainda estava dentro da tolerância. Fiquei exposto a um acidente sério. 

Dias antes, tinha consultado todas as concessionárias do Rio e ninguém tinha o disco em estoque. Ontem por acaso o disco já tinha chegado. 

Andei reparando nas Falcons que vejo paradas, o disco e as pastilhas traseiros desta moto se desgastam muito rápido. E esta é minha primeira moto com freio a disco na roda traseira.

Ótimo alerta, Eduardo! 

A tolerância para o desgaste dos discos de freio é pequena, e com a desculpa de tornar a moto mais leve, as fabricantes usam a menor espessura possível.

Eles poderiam perfeitamente instalar um disco 2 mm mais espesso, mas aí ia durar a vida toda, nada de vender peças de reposição...

Também contribui para o desgaste prematuro o hábito do pessoal aprendido na motoescola de usar somente o freio traseiro, cujo disco já é mais fino que o dianteiro. Justamente porque deveria ser menos utilizado.

O rompimento do disco de freio em alta velocidade certamente levaria a uma queda. 

E para todo mundo saber o quão frágeis são os componentes do freio da sua moto, veja este vídeo:



Tudo na sua moto é projetado para uso normal. 

Abusar da sua utilização pode quebrar a pinça do freio no primeiro dia de uso...

Inspecione sempre todos os componentes vitais de sua moto e use-os apenas de acordo com sua capacidade.

A pinça quebrou em uma freada mais brusca que felizmente aconteceu com a moto quase parada, mas em alta velocidade poderia causar um acidente.

Da mesma forma que um disco de freio excessivamente gasto poderia se romper e travar totalmente a roda causando um possível atropelamento.

Inspecionar a moto é fundamental.

Pense em sua moto como um avião que voa a um metro do solo. 

E trate-a com o mesmo cuidado — afinal, uma queda sempre é dolorida.
Imagem obtida em: http://filmesegames.com.br/2013/snoopy-e-o-barao-vermelho-snoopy-and-the-red-baron-botao-solitario/

Um abraço,
Jeff

17 comentários:

  1. Boa noite Jeff.
    A parte que eu mais gostei desta postagem foi a seguinte frase...
    " e com a desculpa de tornar a moto mais leve, as fabricantes usam a menor espessura possível."
    Tudo nestas motos atuais é extremamente reduzido, fino, pequeno, baixíssima resistência e ridículo. É só ver os pneus finíssimos, com banda baixíssima, tecnologia ultrapassada, tudo na moto é de plástico, estrutura do chassi finíssima, freios que se acabam rápido, a manutenção tem que ser constante e o povo ainda acha isso muito bom, pois acha-se peças em qualquer lugar, parece que são mais baratinhas e o detalhe principal... a moto é cara pra burro.

    Abração.

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    1. Pois é, José Carlos...

      Nossas motinhos de baixa cilindrada lá fora custam só um terço do que custam aqui.

      Por isso lá elas são descartáveis, mas aqui são veículos que muitas vezes representam o comprometimento da renda e também o sustento de uma família.

      É irresponsável essa busca pelo custo mínimo, estou preparando uma postagem especial sobre um caso tenebroso recente, felizmente fora do Brasil.

      Um abraço,
      Jeff

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    2. Em carros é a mesma coisa, ainda mais com os novos veiculos repletos de eletrônica. O povo compra e acha que não precisa fazer manutenção.
      Anota aí, daqui uns anos vai estar cheio de Peugeot 208 com problemas por aí.

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    3. Daqui a alguns anos?

      Vejo tantos renaults e peugeots fazendo um barulho horrível de motor mal lubrificado desde que esses carros chegaram ao Brasil...

      Na verdade, de todas as marcas desde que começaram a papagaiada do óleo para 10 mil, 20 mil quilômetros...

      Um abraço,
      Jeff

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  2. Olá, Jeff! Mais uma motociclista a descobrir esse blog precioso! Parabéns e obrigada por compartilhar informações valiosas com embasamento.
    Sobre disco de freio: a meu pedido, a concessionária trocou as pastilhas originais do freio dianteiro e traseiro de minha moto. Daí passei a ouvir um rangido ao movimentar/empurrar a moto desligada. Não é muito alto, mas incomoda, soa como um alerta. O que pode ser?
    Obrigada!
    Cici.

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    1. Olá, Cici! Obrigado!

      Esse barulho pode ser característica do material usado na fabricação da pastilha, ou então ela ainda não se assentou direito no disco.

      Depois que ela se desgastar, se encaixará nos sulcos existentes e esse barulho deverá diminuir. Se não sumir em uma ou duas semanas, então é característica mesmo do material da pastilha.

      Recomendo sempre usar pastilhas originais, já levei um tombo por usar pastilhas vendidas como "melhores que as originais".

      A eficiência do freio não está no travamento da roda, mas sim na eficácia da frenagem progressiva, que sempre é melhor quando a roda não trava totalmente, é só ver o caso do freio ABS.

      Pastilhas que fazem barulho geralmente são mais duras que as originais, tome cuidado quando frear com pista molhada.

      Se ela travar com mais facilidade que a original, retorne para a marca da pastilha antiga (caso tenha mudado). Não se arrisque a tomar um tombo por causa disso.

      Tudo de bom,
      Jeff

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    2. Oi, Jeff! Obrigada pelo esclarecimento!
      Então, eu troquei as pastilhas pelas originais vendidas na concessionária, já faz cerca de 5 meses. Tenho a sensação de que os discos estão mais ásperos!?!
      Enfim, as pastilhas novas são da marca Y-teq (Yamaha). Acontece que descobri que as originais de verdade (vindas da fábrica numa moto zero) são da marca Nissin. Ao pesquisar na Internet, verifiquei que a Y-teq é de qualidade inferior, como se fosse uma 2a linha oferecida pela Yamaha, que inclusive oferece uma gama de produtos seguindo a mesma linha...
      Acho que as concessionárias deveriam no mínimo deixar isso claro... Vou começar a comprar produtos de qualidade e levar num bom mecânico quando precisar trocar. Fiz assim com o óleo após ler as informações que você disponibilizou aqui no blog.
      Agradeço novamente!
      Abraço!
      Cici.

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    3. Que bom que as informações do blog estejam sendo úteis.

      Não conhecia essa segunda linha da yamaha. A honda faz a mesma coisa.

      Mas com freios o resultado é sensível e até perigoso.

      Tudo de bom,
      Jeff

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  3. Olá Jeff.
    Estava voltando da aula essa semana e acabei acompanhando uma Twister.
    O motorista parava no semáforo, mas não largava a embreagem.
    Como trabalho com automóveis eu aprendi que isso faz mal, desgasta. Não custa nada colocar no neutro e engatar de novo quando abrir o sinal.

    Para motos é a mesma coisa?

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    1. Olá, Rafael!

      Essa atitude desgasta os discos de embreagem sim, ainda mais se o cabo estiver mal regulado, o que é super comum.

      Muita gente faz isso porque tem dificuldade para encontrar o neutro, e pensa que isso é normal, quando na verdade é falta de óleo no motor e falta de regulagem correta do cabo.

      Mas tem outro motivo para ficar com a marcha engatada no semáforo:

      Poder sair rapidamente numa emergência.

      Ao perceber pelo espelho alguém se aproximando sem atenção, poder arrancar imediatamente pode livrar o piloto de uma colisão traseira.

      Mas eu prefiro deixar no neutro, evita superaquecimento do motor e desgaste precoce da embreagem.

      E claro, fico atento aos espelhos e ao barulho dos motores à nossa volta.

      Um abraço,
      Jeff

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  4. Jeff..comprei uma kansas como primeira moto e também por influência de um blogueiro e motoqueiro que salva muitas vidas e que merece sempre ser elogiado pela atitude...parabens...é muito difícil encontrar o neutro na kansas e nos grupos de Facebook todos reclamam do mesmo...vc conhece a fórmula mágica do neutro da kansas...minha linda kansas tbm atende por Larissa Riquelme...ABS

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    1. Olá, Marcelo!

      Parabéns por ter conquistado a Larissa Riquelme!

      Depois me passa quem é esse blogueiro aí, pretendo bater altos papos com ele!

      A fórmula mágica do neutro da Kansas? Você não vai acreditar, tenho sim:

      http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2013/05/minha-primeira-moto-sera-uma-kansas.html

      Além dessa, tenho mais 27 postagens falando só sobre a Kansas, clique neste link:

      http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/search/label/Kansas

      Um abraço, e muitas felicidades com sua nova moto,

      Jeff

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  5. Bom dia Jeff, tudo bem?
    Estava vendo este vídeo do Madeira e pensei "qual seria a opinião do Jeff a respeito da quebra do motor?".
    https://www.youtube.com/watch?v=axmCBnse7Wk
    Abraços e boa semana!

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    1. Obrigado, Daniel!

      Caraca, as Versys JÁ estão dando pau?

      Parece que foi outro dia que um amigo meu... ops, deixa pra lá.

      Fadiga do parafuso da biela? Nunca em uma moto tão nova.

      Não é volume de vendas como ele disse não, é a tradição de colocar pouco óleo em motos compradas por clientes que querem abrir o gás e não se preocupam em amaciar o motor.

      Aí junta a fome com a vontade de comer, e o motor dá esses problemas...

      Acaba acontecendo em maior proporção com as kawasaki pelo perfil de motos tipicamente esportivas engolidoras de asfalto.

      Uma moto nova vazar óleo e líquido de arrefecimento é queima de vedações causada por aquecimento excessivo.

      E a gente sabe o que causa aquecimento excessivo...

      Enquanto os proprietários não tomarem conhecimento da grande sacanagem que é esse negócio do óleo, muita gente tomará prejuízo achando que deu azar...

      Um abraço,
      Jeff

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  6. Boa tarde Jeff.

    Já que você voltou ao assunto. Lembrei que as pastilhas da Tornado, fabricadas no Japão, quando vão chegando ao limite de uso, produzem um ruído e vibração na manete. Ultimamente tenho usado as Hamp, fabricadas no Brasil, vou ficar atento pra ver se elas tem essa característica também.
    Quanto ao disco que quebrou, ele já veio bastante desgastado quando comprei a Falcon e a moto tinha só 22.000 Km (como você disse, devido ao uso excessivo do freio traseiro).
    Só precisei trocar o disco dianteiro da Tornado, depois de mais de 130.000 Km. Troquei também o burrinho do freio.
    A Tornado tem freio traseiro a tambor. Sempre troquei as lonas com muito menos frequência que as pastilhas.
    Até de bicicleta, eu exijo mais dos freios dianteiros. Como na frenagem o peso se desloca para a frente, a aderência será maior da roda dianteira. Já travei a traseira da Tornado várias vezes passando sobre "costelas de vaca" de asfalto, mesmo sendo a tambor.
    Já com garupa, na moto, é necessário um pouco mais do traseiro, para evitar afundamento excessivo da frente. E dizem, que as Harley pedem mais uso do traseiro, por conta da distribuição de peso.

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    1. Olá, Eduardo!

      Tudo que você disse é fato. Inclusive, a pilotagem com garupa também exige maior aplicação do freio traseiro, além da regulagem do freio a tambor, aliviando o pedal para para evitar superaquecimento das lonas devido à mudança de geometria da suspensão e consequente acionamento involuntário do freio traseiro.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Edu, vi esse video tambem e pensei a mesma coisa! Mas o Madeira ja´ se tornou um "guru" sobre motos e o que ele diz o povo engole sem pensar.Nem comentei no canal dele.So´ aqui mesmo pra gente falar ás claras.Aquele abraço!

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