Dúvidas quanto às postagens anteriores da CB Twister e CB 300

Lendo a postagem da denúncia do óleo da nova CB Twister, CB 300 e antiga Twister, certamente alguém irá dizer que estou falando besteira... já estou acostumado com as críticas.

Os defensores cegos da honda vão dizer que essa informação do 1,8 litro de óleo é da primeira nota fiscal de entrega da moto, já que no primeiro enchimento é necessário colocar mais óleo porque a moto vem vazia da fábrica.

Concordo, é possível que o dono tenha se confundido na hora de gravar o vídeo e falou em primeira revisão quando na verdade essa quantidade foi colocada apenas na revisão de entrega.

Mas se fizeram isso de colocar 1,8 litro apenas no primeiro enchimento e colocaram apenas 1,4 litro na primeira revisão, essa moto está seca de óleo e o proprietário já está tomando prejuízo.

Será mais uma moto a enriquecer a fama (da pior maneira) de motos honda dando problema — é incrível que a honda continue dando esses tiros nos pés e nas mãos.

O depoimento feito pelo proprietário Eduardo que transcrevi na postagem de ontem mostra que ele recebeu a moto zero km conforme o velho esquema lesivo de entregar a moto com o mínimo de óleo — portanto não colocaram 1,8 litro na moto dele nem no primeiro abastecimento.

Então a expectativa de que as concessionárias estariam se emendando pode muito bem não passar de apenas uma esperança otimista da minha parte.

Aí você me pergunta — mas afinal, quanto óleo vai de verdade na minha moto?

Eu gostaria de deixar claro que saber a quantidade não é o mais importante.

O que é realmente importante é manter o óleo no nível correto medindo da maneira certa.

Saber a quantidade apenas facilita fazer o procedimento de troca.

Mas assim que sua moto começa a rodar, o óleo começa a ser queimado, isso é algo normal para qualquer motor.

O nível irá abaixar em uma velocidade que dependerá do modo de pilotagem de cada um, da extensão dos trajetos de cada um, da quilometragem acumulada de cada moto.

Você sempre precisará começar com o nível máximo na troca e verificar periodicamente tipo a cada 300 km para ver se há necessidade de colocar mais óleo ou não.

É por isso que o realmente importante é saber medir da maneira correta, ligando e desligando o motor frio antes de remover a vareta ou conferir o visor.

Colocar a quantidade certa e depois não conferir o nível por 1000 km não te garante que você não percorreu as últimas centenas de quilômetros com o nível muito abaixo do ideal.

Trocar o óleo a cada 1000 km não é garantia nenhuma de proteção ao motor — manter o nível sempre correto é que é.

Depois que você descobrir a quantidade correta necessária para que o óleo atinja o nível superior da vareta / visor de óleo, sempre reponha o óleo consumido para seu motor durar muitas e muitas vezes mais quilômetros do que a imensa maioria dura hoje.

A melhor coisa que você pode fazer é:

Não perca tempo com argumentos e discussões do tipo eu acho isso, eu acho aquilo, quanto eu coloco.

Faça você mesmo a medição do nível de óleo em todas as revisões da concessionária, seguindo fielmente as instruções do Manual do Proprietário, comprove por si mesmo quem é que diz a verdade — e complete o óleo até atingir o nível superior do medidor ou visor conforme determinado pelo fabricante.

Faça você mesmo a medição do nível de óleo em todas as trocas de óleo fora da concessionária e comprove por si mesmo o que é o melhor para sua moto — você não precisa perguntar para ninguém "quanto óleo eu coloco no motor".

Faça você mesmo a medição do nível de óleo todas as vezes que você mesmo trocar o óleo e comprove por si mesmo se ela precisa de mais óleo ou não — faça essas medições regularmente. 

Colocar óleo e esperar passar 1000 km ou 3 mil km é condenar você mesmo a pagar por uma retífica que seria evitada com um cuidado tão simples quanto esse, medir e repor o óleo consumido sempre que necessário.

Não se baseie no que você acha que é ou no que sempre todo mundo fez — praticamente todo mundo sempre fez tudo errado.

Alguns conseguiram boas quilometragens do motor por coincidência e com gasto desnecessário, como o pessoal que eu conheci que troca o óleo a cada 600 km. 

Não há necessidade disso, é gastar mais do que o necessário para manter o motor por um prazo razoável.

O cara que mais toma prejuízo é o cara que pensa que sabe das coisas ou vai pela opinião dos outros sem botar a mão na massa.

Ontem mesmo tentei alertar o proprietário de uma moto, ele botou no rosto aquele sorrisinho cínico que estou tão acostumado a ver, e disse:

— Não me preocupo com o óleo, eu tenho um mecânico de confiança.

— Mas o seu mecânico de confiança sabe desse macete?

— Se der problema, ele terá de assumir a responsabilidade.

Então tá. 

Minha vez de retribuir o sorrisinho e desejar meus melhores votos ao cidadão. Se ao dar boas novas não sou bem recebido, vou embora e lá não volto mais.

Conheço outro exemplo de uma pessoa dos tempos em que eu fazia esse alerta da quantidade de óleo no fórum da dafra.

Ele sempre dizia que era errado colocar mais óleo, que o fabricante sabe melhor do que ninguém o que faz. Quanto a saber o que faz, eu concordo.

Em um passeio até Ilhabela, nossas motos estacionadas lado a lado, tentei mostrar para ele o procedimento de medição — ele não quis ver, se recusou.

Para ele, só valia a palavra do fabricante.

Que ele não soube interpretar corretamente quando leu o manual do proprietário, só entendeu a parte que dizia 1 litro de óleo.

Um dia se gabou no facebook de que sua preciosa moto havia chegado aos 30 mil km rodados sempre com apenas 1 litro de óleo (a Kansas usa 1,4 litro de óleo).

E ainda soltou a punhalada pelas costas: 

"Isso prova que quem fala que precisa mais óleo só quer denegrir a imagem da marca".

Bem, o cara que mais falava isso era eu, seguido pelo Daniel e pelo Vinícius e mais uma pá de pessoas lá no fórum que comprovaram na prática a necessidade de mais óleo.

A sabedoria vem com o tempo e para uns demora um pouco mais, para outros não chega nunca.

Aos 40 mil km ele postou de novo no facebook:

Motor da preciosa travou, teve de retificar o cilindro, trocar pistão, anéis, a biela empenada, as válvulas empenadas... 

Faltou pouco para dar perda total, gastou uma nota preta.

Colocaram no orçamento do conserto até uma corrente de comando nova — o detalhe é que a Kansas não usa corrente de comando.

Hummm... agora lembrei que esqueci de avisar ele disso... ah, ele não ia ouvir mesmo, azar dele.

Então moçada, tenham menos fé no que te falam, gastem um pouco de tempo lendo e entendendo o manual do proprietário e sujem um pouco as mãos fazendo o procedimento básico da medição do nível de óleo.

É fácil e não requer prática nem tampouco habilidade, como dizia um saudoso professor de Física dos meus tempos de cursinho.

Afinal, é fazer apenas o que o manual do fabricante manda fazer.

O que não falta é malandro querendo arrancar dinheiro de otário, não seja trouxa.

A menos, claro, que você queira.

Quem avisa amigo é, mas cada um é cada um, e eu não tenho nada a ver com a moto de ninguém... 

Ninguém é obrigado a fazer o que eu falo ou o que o fabricante diz no manual.

Apenas seja sábio na sua decisão, porque o prejuízo e o risco poderão ser muito grandes.

Um abraço,

Jeff