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sexta-feira, 6 de março de 2020

Flagra de moto (quase) ultrapassando pela direita

Reportagem em Joinville flagrou acidente com uma moto cometendo o mesmo erro que as bicicletas apresentado na postagem do último dia 4.

Veja o vídeo do acidente no site do g1 (a partir dos 2:50):
Vídeo e reportagem: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2020/03/05/camera-flagra-acidente-entre-motociclista-e-caminhonete-em-joinville-video.ghtml

Não importa se o motorista deu seta ou não, isso não vai consertar o tanque da sua moto nem o amassado da sua perna, não adianta reclamar.

É aquele caso das bicicletas, nenhum motorista espera uma ultrapassagem por uma magrela naquele lugar.

Principalmeeeeeente, não vai amenizar a dor do orgulho ferido e da coluna lombar. E da almofada bumbar.

Não vai servir de desculpa para não pagar a pintura da lateral do carro, se riscar.

Ultrapassagens pela direita são proibidas, não tem o que mimimizar.

Se a moto estivesse ultrapassando pela esquerda, o motociclista não teria dado azar. Óbvio, né? Nem precisava explicar.

E se no próximo cruzamento a picape fosse virar à esquerda, teria menor chance de pegar a moto porque ela estaria visível no espelho e o motorista teria ouvido ela roncar.

Um abraço, e bom fim de semana pra passear, se a chuva passar,

Jeff
PS: Semana que vem poucas postagens irei publicar.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Já sabe a causa, né?

Acidente ocorrido em Franca com moto na preferencial e carro entrando na frente — o que aconteceu?
Vídeo e reportagem: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2020/02/24/motociclista-e-arremessado-por-cima-do-carro-apos-colisao-em-franca-veja-video.ghtml

Primeira coisa, a moto está se aproximando rapidamente pelo lado esquerdo do carro — uma possiblidade é que o motorista tenha entrado na frente porque a moto ficou oculta pela coluna dianteira direita, como vimos na postagem de ontem.

Mas vamos conferir o local do acidente no google Maps pela visão do motociclista. 

Felizmente temos um carro fazendo a mesma manobra do vídeo, o que ajuda a explicar:
Imagem: Google Maps

Notou outra coisa?

Há um poste na ilha central — nesse ângulo, com o motorista um pouco mais atrás, um poste consegue encobrir totalmente uma moto se aproximando.

Então o que acredito que aconteceu foi o seguinte:

No primeiro momento com a moto ainda longe, o poste ficou alinhado com a moto e impediu a visão da motocicleta.

Saca só a visão do motorista:

Imagem: Google Maps

Quando a moto estava mais próxima, o motorista já tinha visto que não vinha ninguém e estava mais preocupado em olhar para a frente.

Nesse momento, o carro já estava posicionado com a coluna dianteira direita encobrindo a motocicleta e o motorista não teve condição de perceber a moto pelo canto do olho.

O motorista se preocupou apenas em fazer a conversão e entrou na frente da moto.

A reconstituição seria perfeita se ambos os carros estivessem posicionados exatamente como os veículos do acidente, e se o carro de filmagem do google se movesse na mesma velocidade que a moto... mas ele sempre se move abaixo da velocidade máxima permitida.

Como o motociclista poderia ter evitado esse acidente?

Prevendo que isso poderia acontecer porque os motoristas têm dificuldade para ver objetos pequenos se aproximando em alta velocidade como as motos.

Além de desaparecer contra a paisagem de fundo, a moto pode ficar oculta por causa de postes, árvores e da coluna dianteira do carro.

O piloto da moto poderia ter se preparado para a situação reduzindo a velocidade e traçando uma estratégia para evitar a colisão — desviando do carro ou se preparando para entrar na rua lateral, se necessário.

O motociclista acidentado não sabia disso, mas você que acompanha o blog sabe e não cairá nessa armadilha.

Não precisa agradecer, apenas repasso o que aprendi:

Compartilhar conhecimento é o que nos torna humanos, ajudar uns aos outros é o que nos torna motociclistas.

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

A preferencial nunca é da moto

Mais um bom exemplo para ilustrar porque você nunca deve pensar que sua moto terá a preferencial respeitada:
Vídeo e reportagem: https://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2020/02/22/motociclista-e-arremessada-apos-ser-atingida-por-carro-dirigido-por-adolescente-em-maringa-video.ghtml

Não são só os adolescentes sem habilitação que desrespeitam a preferencial.

A maioria dos motoristas (e motociclistas) não se liga nesse detalhe em ruas tranquilas de bairro, vejo isso todos os dias nos cruzamentos aqui perto de casa.

Além de não estarem atentos a motocicletas, qualquer motorista pode deixar de ver uma moto nos cruzamentos porque ela pode ficar oculta atrás da coluna dianteira do carro.

Esse tipo de acidente é mais comum exatamente em situações como esta — com o carro do lado esquerdo da motocicleta.

Nessa direção, a coluna dianteira direita encobre uma área maior da visão do motorista.

Já a coluna do lado esquerdo encobre uma área menor e o motorista pode perceber melhor o som da motocicleta se aproximando, mas ainda assim existe o risco de você passar batido. Literalmente.
O motorista, quando muito, dá uma olhada rápida para ver se não vem outro carro, então ele só olha na sua direção por um breve instante.

Se coincidir de ele dar essa olhada no momento em que você e sua moto estão encobertos pela coluna, já era. Pior que geralmente é o que acontece.

No instante em que a moto aparece na frente do carro, o motorista não tem tempo de parar, não dá tempo nem de pisar no freio — e o motociclista nem imagina que uma coisa tão inesperada possa ocorrer.

Essa ocultação está relacionada à distância entre os veículos em cada faixa de rolamento, ao ângulo de visualização, e à posição e distância entre o motorista e cada coluna dianteira.  

Então, a melhor coisa a fazer é sempre encarar os cruzamentos já contando que você e sua moto não serão vistos e que nunca irão respeitar sua preferencial.

Mesmo na preferencial, sempre diminua a velocidade e olhe duas vezes para cada lado antes de iniciar a travessia — um primeiro olhar pode não perceber um carro ou outra moto se aproximando em alta velocidade.

Se você atravessa na inocência achando que ninguém vai desrespeitar sua preferencial, na hora em que você percebe que o carro (ou a outra moto) não vai parar, já não dá tempo de fazer mais nada — só limpar o capô e beijar o asfalto.

Mas se você chegar ao cruzamento preparado para essa possibilidade, já com os dedos no freio dianteiro e o pé pronto para atuar o freio traseiro, você não será pego de surpresa e conseguirá evitar a colisão — esse cuidado simples já me livrou de incontáveis acidentes.

Só tome cuidado para não reduzir a velocidade bruscamente se houver um carro ou outra moto muito perto atrás de você — eles não estarão esperando que você reduza ou pare de repente e não terão tempo de reagir.

Além disso, a moto tem a capacidade de reduzir bastante a velocidade só com o freio-motor, e o freio-motor não aciona a luz de freio.

De repente você evita a batida no cruzamento, mas é derrubado por quem vem atrás... Não bom.

Nessa situação, se você precisar parar totalmente, mantenha-se em uma posição que permita a passagem livre do fominha que vem atrás de você.

Evite ser atropelado no cruzamento, deixe o fominha passar te xingando e assista de camarote a batida dele com o sujeito que não respeita a preferencial.

E, se ninguém se feriu a ponto de precisar de socorro, se mande de lá antes que os dois comecem a discutir quem irá pagar o prejuízo...  

Nessas discussões, sempre pode sobrar uma bala perdida para quem não tem nada a ver com a encrenca.

Um abraço,

Jeff

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Cruzamentos em ladeiras

Outro acidente com reportagem 'muito informativa' do G1: "As causas do acidente não foram divulgadas."
Imagem e reportagem: G1

Como não sou o G1, eu arrisco dizer a causa do acidente fazendo uma análise simples do local e das imagens.

Este é o cruzamento da avenida Getúlio Vargas com a rua Antenor Navarro na cidade de Campina Grande, Paraíba:
Imagem: Google Maps

O motociclista estava na Antenor Navarro, a rua onde a imagem foi feita, e colidiu contra a lateral do ônibus que descia a Getúlio Vargas. 

É um cruzamento com semáforos, portanto alguém atravessou o vermelho — e sendo o local um cruzamento em uma ladeira onde a avenida é preferencial, posso afirmar com 95% de certeza que o ônibus atravessou o farol no vermelho.

Então o motorista do ônibus é 100% culpado, ponto final?

Não, e explico o porquê.

A Getúlio Vargas é uma ladeira e quem vem pela Antenor Navarro não tem visão de quem está descendo a ladeira (lado esquerdo da foto).

Ônibus (e caminhões) são veículos pesados e não conseguem parar rapidamente — ainda mais descendo uma ladeira.

Frear bruscamente um ônibus pode derrubar os passageiros, uma situação que o motorista inconscientemente irá evitar.

Então, ao ver o semáforo fechando para ele, com o ônibus em uma ladeira, os motoristas (todos os motoristas) fazem um cálculo de probabilidades e escolhem a opção mais razoável para eles, que geralmente é seguir em frente:

Passar no amarelo ou logo depois de o sinal ficar vermelho não irá causar um acidente porque os carros estão parados e irão demorar alguns segundos para começar a atravessar o cruzamento, e ninguém em baixa velocidade vai entrar na frente ou na lateral de um ônibus...

Só que esse cálculo não considera motos

Motos são ágeis.

Motos aceleram rápido, conseguem arrancar rapidamente muitas vezes ainda antes de o sinal ficar verde, cortam entre os carros parados com rapidez, e os motociclistas também fazem o seu próprio cálculo de probabilidades:

Ninguém vai passar no vermelho, todos os carros irão começar a parar assim que o sinal ficar amarelo.

Só que esse cálculo não considera ônibus. 

Ônibus (e caminhões) são pesados e difíceis de parar.

Muitas vezes estão rodando com freios desgastados ou com carga acima da máxima recomendada, o que piora ainda mais a situação.

E o resultado são acidentes como este.

Para não cair nesse tipo de armadilha, sempre verifique se realmente todo mundo parou, ou vai conseguir parar, antes de atravessar o cruzamento — ainda mais se a outra via for uma ladeira.

Não caia na armadilha do "não vou reduzir para não perder o embalo". 

Como disse, tenho 95% de certeza de ter acontecido isto, desrespeito à sinalização, porque é assim que a maioria dos acidentes em cruzamentos acontecem — independente de serem em ladeiras ou locais planos.

Os outros 5% são causados por falhas na própria sinalização.

Mas no caso dos ônibus e caminhões em ladeiras, há uma tendência para esse tipo de ocorrência por conta da dinâmica da condução desse tipo de veículo, ele induz os motoristas a esse comportamento potencialmente fatal para nós, motociclistas.

Então a solução é nunca confiar que a preferência seja sua, mesmo que o semáforo esteja verde para você e sua moto.

E tem também as colisões de moto contra moto.

Mas esse é um assunto para outra postagem.

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

O acidente da T-9

No dia em que o blog voltou a ser publicado, ocorreu um acidente trágico em Goiânia que eu creio que valerá a pena entender como aconteceu para que ajude a evitar que ocorra com outros motociclistas:


Reportagem: https://g1.globo.com/go/goias/transito/noticia/2020/02/11/motociclista-morre-apos-acidente-de-transito-no-setor-bueno-em-goiania.ghtml

Segundo a reportagem do G1, a moto bateu contra a traseira de um carro que parou para um pedestre passar, apesar de o semáforo estar aberto para carros e motos.

E numa atitude rara, as autoridades de trânsito admitiram que o acidente pode ter sido causado pela sinalização confusa no local, com duas faixas de pedestres em um intervalo de 10 metros.

Na verdade, a situação é ainda pior, são três faixas de pedestres em menos de 50 metros:


Imagem: Google Maps

A primeira faixa fica antes do cruzamento da avenida T-9 com a rua T-30, e o semáforo fica posicionado lá na frente, depois do cruzamento e da segunda faixa.

Essas duas faixas têm semáforos para pedestres sincronizados com o semáforo principal do cruzamento.

A terceira faixa, aquela que não deveria existir, está 10 metros à frente, não possui semáforo para pedestres, e foi onde ocorreu o acidente.

Por que ela está lá? 

Para atender ao fluxo relativamente grande de pessoas que se dirige à emissora de TV e se recusa a caminhar 10 metros a mais para atravessar a avenida na faixa do cruzamento porque... pedestres são e continuarão sendo pedestres.

Foi nessa faixa redundante que a motorista parou para a passagem de alguém.

Culpada a motorista?

Não. 

O pedestre pode ter atravessado distraído, podia estar falando ao celular (muito comum), pode ter ameaçado atravessar correndo para bater cartão, pegar o ônibus... há mil motivos para a motorista decidir parar o carro naquela faixa de segurança.

O principal motivo: 

Motoristas (e motociclistas) são obrigados a respeitar a faixa de pedestres.

Quem atropela alguém na faixa acaba arcando com a indenização por danos físicos e morais com agravante de não prestar a devida atenção à sinalização local — e também acaba arcando com o pagamento dos honorários do advogado da vítima.

Seria diferente se o pedestre estivesse fora da faixa — nessa situação, mesmo que a moto estivesse andando no corredor com o trânsito parado, o pedestre seria responsabilizado por contrariar o artigo 69 do Código de Trânsito Brasileiro: culpa exclusiva da vítima. Fonte: https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=ATROPELAMENTO+DE+PEDESTRE+NA+TRAVESSIA+DE+FAIXA

Mas note que a vítima somente seria responsabilizada se a moto estivesse em velocidade compatível com as condições no momento — passar que nem doido pelo corredor cai naquela área cinzenta e aí a sentença dependerá da interpretação do juiz, muito possivelmente o motociclista será responsabilizado.

Como o acidente da T-9 poderia ter sido evitado?

Três fatores, o primeiro e o principal deles:

1) Foco na pilotagem. Foco exclusivamente na pilotagem.

Testemunhas afirmam que o motociclista cumprimentou outro motoboy no cruzamento.

Essa distração por uma fração de segundo ao buzinar para um amigo fez toda a diferença.

O que poderia ter ficado somente em uma freada brusca, uma desviada de emergência, eventualmente até uma colisão leve, acabou resultando em um acidente fatal — totalmente evitável se o foco do piloto estivesse voltado exclusivamente para o trânsito.

Já postei este vídeo em uma postagem antiga, mas ele ilustra tão bem um acidente deste tipo que vou repeti-lo aqui, olhada lateral e acidente aos 1:13:

Esse acidente do vídeo só não foi fatal porque a motinha não estava na mesma velocidade que aquela outra que fez a ultrapassagem logo antes do acidente.

Então aí entra o segundo fator que poderia ter salvado uma vida:

2) Manter-se dentro de limites de velocidade razoáveis. 

Para quem trabalha com a moto, não há caixinha extra que compense um único acidente, não se mate para fazer mais uma ou duas entregas por dia, o risco não compensa. 

E não tenho a informação, mas um terceiro fator pode (ou não) ter influenciado o desfecho do acidente da T-9:

3) Capacete firmemente afivelado.

Motoboys costumam rodar com o capacete desafivelado ou frouxo para facilitar o trabalho — desafivelar e prender novamente o capacete rouba alguns segundos a cada entrega...

Mas o capacete é a última barreira entre seu cérebro e o asfalto ou a traseira de um carro — na hora do acidente, o capacete mal afivelado é a primeira coisa que voa e não dá tempo de fazer mais nada. 

Capacete voou, você já era.

Então sempre considere esses 3 pontos quando for sair com sua moto, seja a trabalho, seja a passeio. 

Um abraço aos leitores, e meus sentimentos à família do motociclista de Goiânia,

Jeff

domingo, 19 de novembro de 2017

Vídeo com as quatro maiores causas de acidentes fatais de moto

O acidente deste vídeo publicado pelo canal Wolf Biker Motovlog é chocante mas não tem sangue.

O piloto provavelmente morreu ao bater a cabeça no solo e/ou quebrar o pescoço — a gente sempre torce pelo melhor, o corpo humano é capaz de coisas surpreendentes, mas não tenho mais informações.

No entanto, o vídeo é um exemplo fantástico dos principais erros que todo mundo comete e não percebe ao pilotar uma moto na cidade.

Primeira coisa, o piloto não foi prudente.

A velocidade em que ele veio era maior do que os 20 a 40 km/h recomendados para vias estreitas de bairros.

O pessoal pensa que o perigo está somente quando você roda na velocidade máxima, ou pelo menos acima dos 80 km/h.

Mas acidentes podem ser fatais a partir de 50 km/h, memorize este número.

Mesmo que a moto estivesse dentro do limite urbano de 60 km/h, já seria demais para rodar naquela rua.

Segunda coisa, faltou cautela ao chegar na intersecção.

A preferencial ali é difícil de identificar.

Provavelmente a moto estava na preferencial, o mesmo caminho do ônibus, mas a separação do asfalto deixa margem para dúvidas.

Você nunca chega em uma velocidade que te impeça de impedir um acidente porque alguém desrespeitou a preferencial em uma intersecção ou cruzamento.

Carros ou motos poderiam vir nos dois sentidos e o motociclista não conseguiria parar, como não parou.

Os outros sempre poderão errar, mas o motociclista não pode errar nunca, senão o resultado é esse do vídeo.

Terceira coisa, ele não previu que um veículo poderia estar atrás do ônibus e cruzar a frente dele.

Veículos opacos sempre ocultam outros veículos menores e você só descobre quando não dá mais tempo de fazer nada.

A única saída é prever que isso possa acontecer e rodar em velocidade que te permita evitar o acidente.

E finalmente, mas não menos importante:

Ele perdeu todas as chances de sair dessa apenas com um susto quando não afivelou o capacete corretamente. 

Um capacete frouxo é a primeira coisa que voa longe em uma batida.

Se estivesse bem afivelado, permaneceria na cabeça e amorteceria o impacto contra o solo.

Talvez até mudasse a trajetória contra a parede.

Sinceramente, torço para que o rapaz tenha sobrevivido e aprendido essa lição dolorosa.

Mas se a lição não serviu para ele, que sirva para você não cometer os mesmos erros tão comuns.

Erros básicos e facilmente evitáveis que estão matando muita gente dessa maneira triste. 

Um abraço, especialmente ao meu amigo Daniel que me enviou o vídeo,

Jeff
PS: Como observado pelo leitor Patrick Lemos, ele estava pilotando de chinelos. 

É nessas horas em que se precisa frear desesperadamente que o chinelo costuma escorregar da pedaleira. Principalmente se estiver molhada.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Motociclistas apressados e cruzamentos

Vídeo de reportagem do g1 mostra acidente onde picape atravessa no amarelo e motociclista apressado tenta cruzar antes de o sinal abrir para ele.
Vídeo e reportagem: http://g1.globo.com/ceara/noticia/imagens-mostram-que-sinal-estava-amarelo-quando-medico-bateu-em-motociclista.ghtml

Aliás, a reportagem descreve o caso de maneira errada.

O motociclista não foi atingido nem o médico bateu na moto — foi a moto que bateu na lateral da picape que cruzava com o sinal ainda amarelo.

Infelizmente, muitos motociclistas acabam se dando mal por conta dessa afobação de não esperar o sinal abrir.

Ou sair assim que o sinal abre.

Alguns semáforos são armadilhas que permanecem fechados mesmo depois que todo o trânsito parou, mesmo depois de bloquear as travessias de pedestres...

Isso pode fazer com que algum condutor que conheça essa manha do semáforo resolva aproveitar esse tempo e cruzar a via, na certeza de que ninguém irá furar... 

O acidente acontece justamente quando dois condutores têm a mesma má ideia.

Nada justifica tentar atravessar enquanto o semáforo ainda está vermelho para você.

Não é só distração, é uma pressa injustificável que causa acidentes fatais como esse da reportagem.

Fique ligado para não se envolver em uma situação dessas.

A afobação para ganhar 30 segundos pode não ter volta.

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Um acidente bem típico

Repare nesta imagem e me diga o principal fator que causou este acidente:
Imagem e reportagem: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2017/07/17/interna_cidadesdf,610189/acidente-deixa-motociclista-gravemente-ferido-na-br-020.shtml

Não vale dizer que o carro entrou na frente da moto!

Também não vale dizer que o motorista não viu a moto, porque a resposta estará somente 50% correta.

Quero saber se você percebe a causa fundamental, o motivo de o carro ter entrado na frente da moto... há várias dicas na imagem acima.

Ainda não matou a charada?

Aí vai a dica definitiva:
Imagem e reportagem: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2017/07/17/interna_cidadesdf,610189/acidente-deixa-motociclista-gravemente-ferido-na-br-020.shtml

Agora ficou fácil, né?

Olhe o tamanho das sombras no asfalto...

O motorista não viu a moto porque o sol estava brilhando forte por trás dela logo ao amanhecer.

O acidente ocorreu à 07:20 da manhã, e as fotos provavelmente foram feitas por volta das 8:00...

Na hora do acidente, o sol estava ainda mais baixo no horizonte, as sombras estavam ainda mais longas do que as das fotos.

A moto simplesmente desapareceu ofuscada pelo sol, e o motorista entrou na frente dela.

Um carro, ônibus ou caminhão seriam percebidos muito mais facilmente. Entretanto, dependendo da intensidade solar e da falta de nuvens, eles também poderiam desaparecer ofuscados pelo Sol.

Pense nisso quando estiver pilotando logo de manhã cedo e também ao cair da tarde.

Se o sol estiver baixo no horizonte, se você ver vir enxergar sua sombra bem longa diretamente à sua frente, ou se ela estiver apontando na direção de um carro pensando em atravessar a pista — quase certamente o motorista não estará te vendo.

Então redobre triplique aumente muito sua atenção e já se prepare para uma possível fechada.

Saber que não está sendo visto, imaginar que você e sua moto são invisíveis o tempo todo, é um dos fundamentos da pilotagem defensiva.

Estar atento a detalhes como esse evita situações bem perigosas.

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 11 de julho de 2017

Muita gente se ferra fazendo isso

Vídeo do g1 mostrando porque você nunca deve fazer ultrapassagens em um trevo ou cruzamento:
Imagem, reportagem e vídeo: http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/motorista-de-land-rover-foge-apos-atingir-motociclista-no-trevo-da-mg-167-em-varginha-mg.ghtml

Independente de a conversão que a range rover fez ser proibida:

Durante uma ultrapassagem, você e sua moto estão ocultos pelo carro da frente.

Um motorista que pretenda entrar na via ou cruzá-la fará seu cálculo considerando apenas o carro — sem ver você.
Enquanto você estiver encoberto no campo de visão do outro motorista, ele não fará ideia de que você está se aproximando.

Se ele achar que consegue atravessar na frente do carro lento que você está ultrapassando, ele avançará e acertará você em cheio.

Fazer uma ultrapassagem nesse momento resulta no que o vídeo mostra.

Respeitar a regra de trânsito básica de não fazer ultrapassagens em cruzamentos (e similares) evitaria muitos motociclistas passeando de ambulância por aí.

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 20 de junho de 2017

Mais cruzamentos e preferenciais traiçoeiras

O leitor Péricles contribuiu com dois bons exemplos de preferenciais traiçoeiras, assunto comentado na postagem anterior.

Segue seu relato em azul:

A rua é larga e tem visão, mas as valetas obrigam os veículos a quase pararem, e causam às vezes alguma confusão porque sempre tem um que quer aproveitar e cortar a frente do cidadão.
Imagem: Google Street View

Talvez pela imagem você não tenha boa noção, mas essas são bem fundas e "secas", sabe. 

Se quiser se aventurar pelo street view, no próximo quarteirão seguindo em frente tem mais.

E se vc contornar a delegacia você vai encontrar uma que eu particularmente xingo toda vez que tenho que fazer aquela curva por cima dela.
Imagem: Google Street View

Por que a reclamação do Péricles?

Porque passar com a moto inclinada sobre uma valeta funda resulta em uma mudança de atitude da moto suficiente para te desequilibrar.

Passar sobre obstáculos como valetas, lombadas e trilhos em diagonal sempre é um risco, a melhor maneira é cruzá-los em linha reta.

Mas nesta esquina isso fica praticamente impossível, daí a reclamação.

Sobre elas te derrubarem, isso é verdade. 

Tem uma outra aqui que quase já me derrubou, porque apesar de aparecer sinalizada no street view, hoje em dia é apenas um buraco fundo, sem sinalização e extremamente perigoso.

Como não andamos sempre por ali, pode acontecer de só vermos o buraco quando já estamos em cima dele.

Esse é o grande problema da sinalização pintada, ela requer manutenção, e isso só é feito — quando é feito — em véspera de eleição.

Atendendo ao convite do Péricles, botei meu chapéu de Indiana Jones virtual e me aventurei pelo quarteirão.

Acabei encontrando este exemplo interessante de outra armadilha viária:
Imagem: Google Street View

Note como a sinalização pintada no chão pode ficar apagada e encoberta (seta 1).

Nessa situação, um veículo parado pode encobrir a indicação para outro veículo passando pela direita dele.

O carro parado também encobrirá esse outro veículo desrespeitando a preferencial para a visão de uma moto seguindo reto na preferencial (visão da câmera), uma armadilha muito comum para nós motociclistas.

Essa imagem também mostra um bom recurso para identificar uma preferencial, apontado na seta 2, a placa de PARE:
Imagem: Google Street View

Agora você já sabe porque a placa PARE é a única que tem esse formato de octógono:

Para ser reconhecida pelas costas...

Ver uma placa dessas por trás pode ser sua melhor referência para saber que você está na preferencial em um cruzamento.

Mas nunca se esqueça de que não importa de quem é a preferencial, é sempre o motociclista quem se ferra, então não confie que irão respeitá-la.

Eu nem ia comentar sobre o motociclista pensando em entrar na contramão...

Mas essa atitude dele pode ser um fator de distração determinante para um acidente.

Preocupado com a atitude dele, você deixa de prestar atenção no tráfego da transversal.

Lembra da postagem anterior sobre o acidente entre carro e ônibus?

Você lembra que imediatamente antes do acidente fatal uma moto fez uma conversão brusca e quase causou um acidente? 
Imagem, vídeo e reportagem: http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/video-mostra-o-momento-do-acidente-que-vitimou-a-cantora-eliza-clivia-e-o-marido-em-aracaju.ghtml

Aí eu pergunto:

Será que o motorista do carro acidentado não se distraiu justamente por causa dessa atitude do motociclista?

Eu consigo imaginar o motorista olhando preocupado para ver se o motociclista tinha sido atropelado, avançando o carro sem perceber que estava cortando a frente do ônibus...

Uma distração que poderia explicar um acidente aparentemente incompreensível.

Depois da postagem pronta, o amigo Cássio comentou que o motorista acidentado da banda pode ter sido induzido a atravessar a preferencial ao ver o motociclista entrando despreocupado.

Como o Cássio disse:

Sobre o acidente, não é aquele caso de repetição? 

Ele viu o motociclista entrando e repetiu. 

Ou, como já aconteceu no meu bairro lá em Goiânia, resolveram mudar a preferencial de uma rua e todo dia tinha um acidente, até o pessoal do local se acostumar, entendo que houve sim imprudência, mas, causada por uma "imitação" ou costume, não sei.

São duas possibilidades que merecem ser lembradas como coadjuvantes para acidentes como aquele do vídeo.

Repetir o procedimento de quem vai à frente já fez muita gente avançar o sinal vermelho induzido pela malandragem de alguém.

Há espaço para o apressadinho, mas não para quem vem atrás — e o distraído acaba entrando na frente de um caminhão, ônibus, outro carro ou mesmo uma moto... 

A "esperteza" de um motociclista pode acabar resultando na morte de um amigo.

É por isso que devemos sempre manter uma atitude correta no trânsito — nossas atitudes não podem confundir os demais condutores.

Mesmo que não venhamos a sofrer as consequências, outros poderão se machucar por nossa causa. 

E precisamos sempre manter nosso radar farejador de encrencas ativado no máximo.

Acidentes nunca são resultado de uma única causa, mas da soma de vários fatores, tipo uma negligência de um condutor somado a uma distração de outro.

Ruas tranquilas de bairros — e do centro da maioria das cidades — sempre têm armadilhas como essas esperando para nos derrubar.

Nossa única defesa é pilotar com extrema atenção e dentro de limites de velocidade razoáveis.

Um abraço — e um agradecimento especial ao Péricles pela colaboração exemplificando essas arapucas viárias, e também ao amigo Cássio, que eu ia me esquecendo de agradecer aqui na postagem,

Jeff
PS: Depois da postagem pronta, apareceu o verdadeiro motivo para o acidente do carro que atravessou na frente do ônibus:

O motorista estava olhando para o GPS.
Fonte: http://maceio.7segundos.ne10.uol.com.br/noticias/2017/06/19/90573/motorista-nao-obedeceu-a-sinalizacao-diz-integrante-da-banda-de-eliza-clivia.html

sábado, 17 de junho de 2017

O que este acidente entre carro e ônibus nos ensina

Este vídeo do acidente que vitimou os integrantes da banda de forró lá no centro de Aracaju nos ensina coisas importantes sobre o respeito à preferencial:
Imagem, vídeo e reportagem: http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/video-mostra-o-momento-do-acidente-que-vitimou-a-cantora-eliza-clivia-e-o-marido-em-aracaju.ghtml

O acidente aconteceu na esquina das ruas Maruim e Arauá.

Pesquisei para ver quem estava na preferencial, e era o ônibus na rua Arauá.

Esta é a visão de quem estava no ônibus:
Imagem: Google Street View Cruzamento das ruas Aaruá e Maruim em Aracaju - SE

E esta é a visão de quem vem pela rua Maruim, por onde o carro da banda passou:
Imagem: Google Street View Cruzamento das ruas Maruim e Aaruá em Aracaju - SE

A placa de PARE é pequena, muito pouco visível, e está no poste do lado esquerdo da rua, o que não me parece ser o local ideal.

Mas a lombada bem sinalizada é uma clara referência para a diminuição da velocidade, que infelizmente o carro da banda não percebeu.

Nem ele nem o motociclista logo no início do vídeo:
Imagem, vídeo e reportagem: http://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/video-mostra-o-momento-do-acidente-que-vitimou-a-cantora-eliza-clivia-e-o-marido-em-aracaju.ghtml

O motoqueiro foi obrigado a fazer uma manobra brusca para não entrar na frente do carro branco.

O motociclista teve sorte, os integrantes da banda não.

Respeitar os avisos de preferencial e diminuir a velocidade nas lombadas e valetas pode ser uma diferença de vida e morte.

Como identificar uma preferencial mal sinalizada?

As preferenciais costumam ter maior fluxo de veículos, mas nem sempre eles estão circulando no momento em que você chega ao cruzamento.

A existência de redutores de velocidade em uma via é a melhor referência de que a preferencial está logo à frente.

Nesse caso da rua do acidente, foi instalada uma placa e uma lombada.

Mas geralmente, a simples existência de uma valeta à sua frente é suficiente para caracterizar que a preferencial não é de quem precisa reduzir para passar por ela.

Em ruas de bairro isso pode ser uma armadilha:
Imagem: Google Street View Cruzamento de duas ruas aleatórias de bairro aleatório na cidade aleatória de um amigo aleatório que não sou eu

Assim como as lombadas, as valetas são redutores naturais de velocidade — os veículos são obrigados a reduzir a velocidade para passar na valeta.

Se não houver sinalização em contrário, a valeta impõe (aos ajuizados) a redução de velocidade e, portanto, indica que a preferencial é dos veículos da outra via.

Na imagem acima, o motociclista está claramente na preferencial.

Isso fica claro para quem circula por este lado da rua. 

Mas note que do outro lado do cruzamento não existe valeta.

Se o condutor vindo no sentido oposto não perceber a valeta do lado de cá do cruzamento, poderá causar um acidente. 

Tantos acidentes aconteceram que atualmente esse cruzamento foi sinalizado.

Mas os critérios adotados por quem instala a sinalização nem sempre são os mesmos que os de uma pessoa de bom senso. Como eu.

Atualmente esse cruzamento recebeu sinalização de PARE justamente na via que não é cortada pela valeta.

O resultado é que ninguém respeita a sinalização e quem vem pela rua e é obrigado a reduzir a velocidade para passar na valeta continua ficando em maus lençóis...

Parabéns só que não aos responsáveis pela sinalização viária.

De qualquer maneira, mesmo que a preferencial seja sua, nunca confie nisso.

Sempre tome cuidado com as vias laterais, porque a maioria dos acidentes acontecem porque alguém não respeitou alguma regra de trânsito.

Mesmo que a preferencial seja sua, não confie.

Observe atentamente para ver se alguém não se esqueceu disso em todos os cruzamentos.

Da mesma forma que o carro avançou a preferencial e foi colhido por um ônibus, ele poderia ter entrado na frente de uma motocicleta.

Da sua motocicleta.

Um abraço,

Jeff