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terça-feira, 17 de outubro de 2017

A falta de visão que o caminhoneiro tem de motos e bicicletas

Três vídeos com a visão do caminhoneiro para você entender a dificuldade que é ver uma moto no trânsito:



Te poupei todo o tempo que ele ficou preso sem poder sair da garagem porque os manés não deram vez... 

Se quiser e tiver 7 minutos para perder, veja a tensão que ele passa já no começo do dia de trabalho só para sair da garagem.

E agora vendo a cabine, note como os veículos, principalmente moto e bicicleta, aparecem pequeninos nos espelhos.

Elas desaparecem totalmente quando entram no ponto cego da cabine: 

A moto já sumiu do espelho, mas ainda não está visível na janela da porta.

Imagem: Vídeo https://youtu.be/MZPLsoPDmII aos 07:33

Esta imagem foi feita aos 7:33, note que a moto ainda não apareceu e o ciclista de camisa preta permaneceu oculto à frente da coluna e do visorzinho da câmara de ré em cima do painel (coisa ainda rara por aqui).

Se o motociclista ou o ciclista tentassem aproveitar o trânsito lento para costurar na frente do caminhão, dificilmente seriam percebidos a tempo de evitar um esbarrão suficiente para derrubar a moto ou bicicleta debaixo da roda dianteira.
Imagem: Vídeo https://youtu.be/eHoRMhq_uaI aos 7:15. Esse vídeo foi incluído na postagem Nunca ultrapasse um veículo lento pela direita com outros bons exemplos de situações complicadas com caminhões e caminhoneiros.

Fica ainda mais fácil não perceber motos e bicicletas porque os caminhoneiros aproveitam esses momentos de trânsito quase parado para checar os compromissos do dia...

E veja o espelho do lado direito:

É praticamente impossível enxergar uma moto nos espelhos do lado direito — esse é o motivo de ultrapassagens pela direita serem proibidas.

O segundo vídeo é bem legal, mostra a rotina diária de um caminhoneiro de carga líquida, a moto aparece aos 4:55Recomendo fortemente não assistir os primeiros 30 segundos do vídeo, se você assistir não conseguirá desassistir, depois não reclame, quem avisa amigo é.


Eu avisei, não avisei? Teimoso!

O que vale destacar aqui é que cargas líquidas são as mais perigosas.

Mudanças bruscas no volante desequilibram a carga, esses caminhões tombam com mais facilidade, então não conte com a possibilidade que um deles venha a desviar de você em uma emergência.

Entre botar fogo (ou despejar leite) num quarteirão inteiro, perder o patrimônio de meio milhão e arriscar parar no hospital ou além, mais alguns meses sem faturar o frete de cada dia — ou atropelar um motociclista imprudente — adivinha qual a melhor mais tentadora opção para o caminhoneiro?

Neste terceiro vídeo, é apenas um furgão, mas a dificuldade de visualização nos espelhos é a mesma.

Note como o espelho direito raramente é monitorado.

O espelho direito somente é olhado no momento em que o motorista quer voltar para a pista de veículos lentos depois de ultrapassagens.



A imensa maioria dos motoristas não procura por motos no espelho, motos só são lembradas na hora de falar "cara, desculpa, não te vi!"...

E motos têm o péssimo mau hábito de rodar bem acima da velocidade dos outros veículos, causando surpresas.

Se um motociclista apressado resolve se enfiar pelo lado direito de um caminhão ou ônibus, e até mesmo um carro ou uma moto pilotada por mim, ele não será visto.

Dificilmente haverá tempo de evitar um susto — ou um acidente bem feio.

Note que tanto no furgão quanto nos caminhões as colunas da cabine encobrem tranquilamente uma motocicleta e até um carro inteiro.

Agora você entende porque tem tantos vídeos no youtube de caminhões arrastando carros por aí.



Ao compreender a dificuldade que é dirigir um veículo com mais de quatro rodas, ainda mais os grandalhões, você aprende a respeitá-los.

Assim você não cria situações difíceis para eles e extremamente perigosas para você.

Um abraço,
Jeff

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Meu espelho vive se soltando

Outra coisa que chama a atenção e irrita nesse vídeo da fechada do caminhão é o espelho da moto desregulado e totalmente solto.
Imagem: Vídeo da postagem acima, ou veja em tela grande direto no youtube.

Isso é algo muito comum, de uma hora para outra o espelho começa a se soltar a toda hora por causa da vibração da moto e não basta apertar, ele se solta novamente.

Por causa do esforço aplicado a uma grande alavanca localizada na ponta do guidão, a tentativa de apertar o espelho com a moto em movimento causa mudança brusca da trajetória com sério risco de acidente. Assim me disseram, porque eu nunca faria uma besteira dessas. Nem repetiria a tentativa toda vez que isso acontece. E nem ficaria incomodado com isso. Sou um cara calmo e não cometo atos impensados. Meus movimentos são friamente calculados.

Como fixar o espelho para que não se solte?

Esse é um problema que tem me irritado seriamente nos últimos dias na Jezebel. Ela é uma garota vibrante, no bom sentido.

Apesar de já ter apertado várias vezes, o espelho volta a se soltar no dia seguinteQUE ÓDIO!!!! QUE RAIVA!!!! GRRRRR!!! шторм!!!! ветер!!! молнии!!!

E um aperto excessivo pode danificar a rosca do manicoto (o suporte do espelho preso no guidão). Não que isso tenha acontecido comigo algum dia em um passado tão distante que eu nem me lembro mais.


Você pode colocar uma arruela de pressão ou de borracha debaixo da porca de fixação, problema resolvido.


Na Edith eu eliminei o mesmo problema colocando aneizinhos de borracha (O-rings) debaixo da porca, e funcionou razoavelmente bem.
Precisei colocar mais de um e eles se deformaram mais do que o esperado — mas o espelho ficou firme.

Anexo comentário feito pelo leitor José Carlos Ayres (obrigado!) e minha resposta:

Acredito que o líquido trava rosca também traria um bom resultado. No caso da arruela de pressão, o ideal é a de aço inox, assim evita-se ferrugem.

Bem lembrado, pode ser até mais fácil de encontrar e comprar do que uma arruela de pressão. Trava-rosca tem até em supermercado. 

Esmalte de unha colocado na rosca é um quebra-galho, mas não funcionou bem na Edith. 

E me ocorreu agora que aquela fita veda-rosca de teflon também pode fazer esse efeito de eliminar vibração e exercer pressão sobre a fixação do espelho — solução que ainda não testei.

O bom de fazer postagens é que isso faz lembrar dos reparos pendentes, o que ajuda a proteger minha segurança. E mantém a Jezebel feliz.

Um abraço,

Jeff

sábado, 30 de julho de 2016

Espelhinhos da modinha e mimimis

Existe uma modinha de colocar espelhinhos menores que os originais no guidão da moto.

Alguns são pequenos e fixados nas extremidades do guidão, o lugar da pior visualização possível, outros são fixados no lugar dos originais.

Não caia nessa...


Eles oferecem pouca visibilidade, dificultando visualizar carros e motos se aproximando bem na hora em que você precisa decidir uma mudança de faixa. Isso foi explicado pelo próprio piloto no vídeo acima.

Se você não consegue ver nada além dos ombros no espelho, é porque você está regulando errado.

Não existe somente a regulagem da ponta da haste do espelho — com uma ferramenta, você pode soltar a base da haste e posicionar o espelho mais avançado, aí a regulagem da ponta da haste mostrará além dos seus ombros.

Os espelhos estão lá para mostrar carros te ultrapassando, te oferecendo perigo, e não para ver quem está atrás de você — moto não tem retrovisor central como os carros, para ver quem vem bem atrás você precisa mover a cabeça. 

Outra modinha é a dos espelhos fixados por baixo do guidão — são estilosos, mas complicam do mesmo jeito. E olha que alguns são originais de fábrica...

Espelhos por baixo do guidão seriam fundamentais em motos com guidão seca-suvaco, se o pessoal que usa seca-suvaco estivesse preocupado em usar espelhos — espelhos são obrigatórios, moto sem espelho dá apreensão para o pátio. Como se o pessoal que usa seca-suvaco estivesse preocupado em ser pego... 

E é ilusão pensar que espelhos são desnecessários em uma moto, ilusão que pode complicar bastante algo simples na hora da real necessidade.


Tem espelho por aí que além de ser minúsculo, pode ser usado como fatiador de presunto.

Só que na maior parte do tempo a carne gorda mais próxima de sua moto e com maior chance de ser espetada é a sua. Sabe aquela abaixadinha básica para calibrar o pneu? Pois então. Enfiar um desses no olho não é legal.

Outros motociclistas também correm o risco de se machucar com uma coisa dessas — o trânsito aqui no Brasil não é como o da Califórnia, o espaço aqui é bem mais disputado e o pessoal tira fina mesmo de raspar ombro no espelho.

Um espelho desse tipo se torna inútil para sua função principal — mostrar claramente carros e motos que possam te colocar em perigo.

A indústria de acessórios precisa ganhar dinheiro, mas você é o principal interessado na sua própria segurança.

E ATENÇÃO! 

Interrompemos esta postagem para a apresentação da campanha CHEGA DE MIMIMI!

Vou aproveitar esses vídeos para combater um mimimi muito comum por aqui na terra brasilis.

O mimimi "bati atrás porque o cara parou sem motivo".

Note nos vídeos que, apesar de as motocicletas terem batido contra alguém que parou de repente, os pilotos não ficaram reclamando.

Eles simplesmente assumiram que deveriam ter prestado mais atenção.

É assim que os adultos agem.


Imagem: http://www.umsabadoqualquer.com/

Bateu atrás, a culpa é sua, é assim que a coisa funciona — o motorista da frente tem todo o direito de parar na hora em que precisar.

Seja porque o motorista viu (ou acha que viu) algo que você não viu — um pedestre, um cachorro, um gatinho, um piu-piu, um filhote de canguru, um diabo da tasmânia que caiu de um caminhão, ou teve uma pane mecânica, ele pode parar e é você quem tem que se preocupar em não bater atrás — é o que diz a lei.

Então chega de fazer mimimi porque você motociclista não manteve uma velocidade compatível e uma distância prudente.

Adultos assumem aquilo que fazem e não ficam tentando jogar a culpa em cima dos outros.

Chega de mimimi!

Popor hoje é só, pessoal!

Abraços, 

Jeff

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Como não ser atropelado por caminhão em cruzamentos

Imagens e reportagem: http://g1.globo.com/goias/transito/noticia/2014/07/motociclista-morre-apos-colidir-contra-caminhao-em-goiania.html

A reportagem e a versão da polícia dizem que o caminhão atropelou a moto quando o motorista abriu para fazer uma conversão à direita, mas olhando o local no google view, isso é impossível.


Imagem: Google Street View
https://www.google.com.br/maps/@-16.709404,-49.317991,3a,75y,90h,89.8t/data=!3m4!1e1!3m2!1s6l9tm_flCYor-k96brAReA!2e0

Ele teria de abrir para a direita para fazer uma conversão à esquerda antes de chegar à avenida do Contorno.

Mas este é o único ângulo da avenida Milão que coloca um bosque atrás do caminhão e uma calçada gramada do lado direito da rua, portanto no meu entender a colisão ocorreu depois da avenida do Contorno. A imagem é de 2011, muita coisa mudou — os postes foram substituídos por fiação subterrânea e metade da avenida do Contorno ainda não havia sido asfaltada.

Para ficar naquela situação, o caminhão teria saído da avenida do Contorno fazendo uma conversão à esquerda, e fechou a motociclista que vinha na preferencial pela rua Milão.

Ou seja, ao contrário do que dizem na reportagem, a motociclista não teria tentado ultrapassar o caminhão pela direita. O motorista não a teria visto e entrou na frente dela. 

É aquela história, nunca confie que irão respeitar sua preferencial. Os motoristas podem não estar te vendo, podem estar desatentos, cansados, com sono, bêbados, chapados... 

E os mortos não podem dar sua versão dos fatos. Ao jogar a culpa sobre eles, os causadores de acidentes escapam mais facilmente das consequências de um processo judicial. 

Não posso provar que tenha sido o que aconteceu aqui, mas isto é Brasil. Até os presidentes e presidentas sabem de nada, inocentes. 

Mas vamos aproveitar para analisar outros aspectos daquela versão oficial dos fatos, porque é outra situação possível e muito perigosa que acaba tendo o mesmo resultado.


Reportagem: http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2014/03/colisao-entre-caminhao-e-moto-deixa-dois-feridos-em-campo-grande.html

A tentativa de ultrapassar um caminhão pela direita é uma causa muito comum de acidentes, por isso que ultrapassagens pela direita são proibidas, é o ponto cego do caminhoneiro, etc. 


O que o motorista vê pelos espelhos...
Imagem: BBC / http://ibikelondon.blogspot.com.br/2013/04/advice-for-us-all-cycling-safely-with.html
Imagem espelhada para mostrar a situação de veículos com direção no lado esquerdo.


E o que ele está deixando de ver.
Sim, todos eles estão invisíveis para o motorista.
Imagens: BBC / http://ibikelondon.blogspot.com.br/2013/04/advice-for-us-all-cycling-safely-with.html
Imagem espelhada para mostrar a situação de veículos com direção no lado esquerdo.

Então, automaticamente, a motociclista lá de Goiânia estaria errada se a situação fosse realmente essa, correto?

Não necessariamente. 

Existe uma condição em que os condutores estão autorizados a ultrapassar pela direita em conformidade com as regras de trânsito, mas não com as leis implacáveis da vida real, portanto exige prudência.

Imagine que o caminhão realmente se deslocava lentamente na faixa da esquerda, antes do cruzamento, sinalizando que iria fazer uma conversão à esquerda, esta situação aqui:



Imagem: Google Street View 
https://www.google.com.br/maps/@-16.709404,-49.317991,3a,75y,90h,89.8t/data=!3m4!1e1!3m2!1s6l9tm_flCYor-k96brAReA!2e0

Ao ver a carreta sinalizando a conversão à esquerda, o motociclista inicia uma ultrapassagem permitida pela direita — já que o código de trânsito diz que é proibido ultrapassar pela direita, a menos que o veículo sendo ultrapassado esteja sinalizando uma conversão à esquerda.

Mas para poder fazer essa conversão, ao chegar perto do cruzamento o motorista do caminhão é obrigado a jogar o cavalo mecânico para a direita, senão as rodas da carreta passarão por cima do canteiro.


Mesmo que olhe pelo espelho, ele não verá uma moto se aproximando no enorme ponto cego atrás e à direita do caminhão.


O motorista do caminhão fica numa situação extremamente complicada. Não tem alternativa: 


Se sinalizar para a direita na hora de abrir a curva para o cavalo mecânico, alguém poderá tentar ultrapassá-lo no momento da conversão à esquerda, colidindo, e o motorista será responsabilizado; sinalizando para a esquerda, ele autoriza a ultrapassagem pela direita, mas é obrigado a fazer a manobra na direção contrária da que está sinalizando. 


Não há uma maneira de ele alertar os outros condutores de que, apesar de estar sinalizando em uma direção, o caminhão precisará ir momentaneamente para a direção oposta.


A única pessoa que pode evitar cair nessa armadilha é o motociclista, mas para isso ele precisa saber que essa manobra e esse perigo existem.


E como ninguém nas auto e motoescolas ensina estes macetes que seriam de sua obrigação ensinar, os motoristas e motociclistas novatos desconhecem essa manobra básica das carretas e veículos longos e se lançam nessa armadilha fatal. 


O resultado é esse, mais uma cidadã brasileira agora está morta com apenas 27 anos. 



Imagens e reportagem: http://g1.globo.com/goias/transito/noticia/2014/07/motociclista-morre-apos-colidir-contra-caminhao-em-goiania.html

Quantos jovens mais irão morrer pelo mesmo motivo, a falta de um ensino abrangente nas auto e motoescolas?

Eu tinha opinião de que os centros de formação de condutores não passam informações úteis e dão apenas o feijão com arroz básico para tirar a carta básica.

Mas esta semana pude ler uma cartilha de primeira habilitação e fiquei surpreso com a qualidade do material, há muitas informações relevantes de pilotagem defensiva.

Mas continuo com a opinião de que os CFCs realmente não formam condutores aptos a enfrentar o trânsito nas ruas. Aquele percurso de parquinho de diversões é ridículo — alguém chegou aqui no blog perguntando no google para que servem a terceira, quarta e quinta marchas...

Enquanto isso, nossa juventude morre pelas ruas, avenidas e estradas.


Um abraço triste,


Jeff

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Espelho mágico

Lembra de uma postagem que eu falava disso?

Tenho boas novidades!

Olha só o que acontece quando o motorista regula o espelho do carro para ver a traseira na hora de estacionar:


Veja o vídeo em http://noticias.terra.com.br/mundo/videos/carro-bate-em-caminhao-e-e-arrastado-a-80kmh-em-estrada,7657022.html

Ele não vê quem está do lado e entra na frente de um caminhão, porque essa regulagem errada maximiza o ponto cego — em compensação, permite ótimas balizas em vagas de estacionamento. Se o pessoal pensasse um pouco, veria que é mais vantajoso ajustar os espelhos para a segurança no trânsito e esticar o pescoço só na hora da baliza...

E você que anda de moto?

Você comete o mesmo erro quando regula os espelhos preocupado em ver quem está atrás de você e não quem está a ponto de te ultrapassar.


Mas encontrar uma regulagem dos espelhos que elimine o ponto cego nas proximidades de sua moto é uma arte.

A boa visualização do ponto cego limita seu campo de visão, impedindo que você veja veículos se aproximando velozmente de você. Resolve por um lado, piora por outro. E o inverso também é verdadeiro.



Onze em cada dez motociclistas regulam o espelho desse jeito aí do lado, bem horizontal, porque pensam que isso aumentará seu campo de visão.

Até mesmo os fabricantes divulgam as fotos de seus modelos com os espelhos na horizontal.



Edith me deu uma ajuda e tanto quando se recusou a deixar que eu regulasse o espelho do jeito que até então eu achava certo.

Afrouxar a contraporca e girar a haste só permitia uma visão limitada ao ponto cego ou à área distante. Já estava pensando em instalar espelhinhos auxiliares...


Pois bem, graças à teimosia da Edith descobri uma regulagem verdadeiramente mágica do espelho que permite ver quem está atrás de você na mesma faixa, quem vem se aproximando nas faixas ao seu lado e, acredite se puder, quem está no ponto cego pronto para te ultrapassar.


Sim, seus problemas acabaram!


Em espelhos que permitam o giro, basta girar o espelho sobre seu eixo, deixando-o bem caído sobre o manete.

Com a regulagem ensinada por Edith, consegui um panorama super completo pelos espelhos. 


A posição é esta aqui:

Com os espelhos bem caídos, o canto superior interno monitora a faixa atrás de você, o lado diagonal superior monitora a faixa ao seu lado, e a extremidade mais distante vai buscar o ponto cego. Os cantos inferiores permitem ver faróis e lanternas de quem está por perto, o que é fundamental para sua segurança à noite.


Note que não é suficiente deixar o espelho paralelo ao manete, ele precisa ficar bem mais caído que o manete para chegar ao resultado. E a haste tem que estar fixada na posição de abertura correta.


É a melhor regulagem que eu já encontrei, perfeita para esse formato de espelho tipo gota. Infelizmente, nem todos os espelhos a permitem.


Por uma daquelas coincidências que conspiram para a felicidade do blogueiro, hoje pela manhã estávamos atrás de uma moto também com os espelhos caídos, e ela parou no posto de gasolina. Parei junto e aproveitei para trocar ideias.

Falei sobre a dica do óleo — aviso todo mundo que posso (surpresa: ele fazia a medição e o abastecimento da maneira correta!)

Comentei que poucas pessoas descobrem o nível de óleo correto e a posição ideal dos espelhos, e ele respondeu que aprendeu esses macetes porque andava de moto desde os 12 anos.


Vivência a gente adquire com o tempo.


Ou lendo blogs.


Um abraço,


Jeff

PS: Respondendo à pergunta de impulso do leitor Carlos Estevam: 

Por quê diabos as motos não têm quatro retrovisores, dois regulados pros pontos cegos e dois normais?

O motivo está dito na postagem Espelhos e espelhos: custo e a falta de uma lei que os obrigue a fazer isso.

Durante muito tempo eu usei quatro espelhos, os normais mais dois auxiliares convexos. Você pode ver um deles logo abaixo do espelho normal na foto de Jezebel postada nas Dúvidas sobre a Kansas 150.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Espelhos e espelhos

Qual a diferença do espelho original para os espelhos mais baratos?

Normalmente, os espelhos originais são convexos e com tratamento anti-ofuscante, enquanto os espelhos mais baratos são planos e sem tratamento.

A diferença pode levar você a um acidente.

Qual a diferença de um espelho convexo para um espelho plano?



Uma bola de natal é um exemplo extremo de espelho convexo.

A curvatura reflete tudo à volta dela, mas deforma a imagem. 


Os objetos mostrados ficam pequenos. 

Já um espelho plano não diminui o tamanho da imagem, mas em compensação mostra uma área muito mais limitada.

Transpondo isso para os espelhos da moto:

O espelho plano barato vai diminuir sua área de visão, aumentando a área do ponto cego na sua lateral: ele favorece acidentes do tipo entrar na frente de um veículo te ultrapassando.

O espelho convexo amplia sua área de visão, eliminando a área de ponto cego na sua lateral; em compensação, os objetos mostrados em tamanho menor podem levar a pensar que um carro está longe, quando na verdade ele está bem próximo de você.

Se você não considerar isso na hora que fizer a reposição dos espelhos originais, poderá ser induzido a um erro de avaliação, então é fundamental se ligar nessa diferença.

Como visto, nenhum dos dois tipos é perfeito; para minimizar essas desvantagens, a instalação de um espelhinho convexo sobre o espelho plano é uma opção barata e interessante.


http://pt.aliexpress.com/item/RACAR-2-diameter-car-blind-spot-mirror-black-1pcs-set-200sets-lot/348855625.html


















A imagem acima mostra bem a diferença de visualização dos dois tipos de espelhos, o convexo é o redondo colado sobre o espelho plano normal dessa van.

Instalei esse tipo de espelho na minha moto, mas o resultado ainda não é perfeito:

A impossibilidade de ajuste individual não permite otimizar a eliminação da área de ponto cego.

Estou procurando espelhinhos convexos desse tipo, mas maiores do que esse:


http://pt.aliexpress.com/item/2-Side-Wide-Angle-Sector-Adjustable-Convex-Blind-spot-Car-rearview-mirror/619794018.html

Ficando em ângulo, eles podem ser ajustados para a posição ideal.

Eliminar os pontos cegos à sua volta é um fator de segurança importante.

Esses espelhinhos são muito comuns lá fora, e algumas montadoras estão soltando carros com ele já instalado. 

A indústria de motocicletas não está nem aí.

Um componente que custa 2 ou 4 reais o par aumentaria demais os custos e eles iriam à falência. 

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 19 de março de 2014

O que podemos aprender com o vídeo de ontem?

Passado o impacto emocional do filme de ontem, podemos usá-lo para tirar algumas lições que podem ser muito úteis no futuro.

Para quem não viu, parece que o vídeo foi removido do G1, mas encontrei no youtube neste link aqui.


Primeiro, o que causou a perda de controle do carro?


Ele se lançou em uma ultrapassagem sem ter noção exata do que teria pela frente.


Ele viu só a traseira e não percebeu que não era uma carreta comum, mas um bitrem, olha só que coisa:



t = 8 segundos
O motorista deveria ter recolhido ao ver que a ultrapassagem seria mais demorada do que o previsto, mas ele contou com a potência do motor.

Ele conseguiu ultrapassar o bitrem, mas foi obrigado a retornar para sua pista bruscamente para não colidir com o SUV que ia à frente da moto.


Para não sair da pista pelo lado acostamento, corrigiu excessivamente e perdeu o controle, vindo para a contramão.


Então o motorista não teve culpa?


Claro que teve. Mesmo que a placa de comprimento longo 30 metros tivesse caído, ele já havia ultrapassado outro bitrem, que só aparece aos 10 segundos no vídeo.



t = 10 segundos
Então ele tinha ciência de que veículos mais longos que o normal estavam se deslocando naquela estrada e deveria ter tido cautela.

Segundo o depoimento do motociclista, o carro teria ultrapassado os dois bitrens em uma única arrancada para não ficar preso entre os dois, mas o filme não consegue registrar isso e existe a possibilidade de ser apenas sua interpretação para o acidente.

O fato é que ninguém pode se lançar numa ultrapassagem dessa maneira, dando chance para o azar, nem que fosse um único caminhão ou bitrem.

Os motoristas dos bitrens fugiram da cena do acidente?

Os dois bitrens provavelmente eram de uma mesma empresa e seguiram viagem, sem parar para prestar socorro.

A carreta que vemos parada no acostamento vinha atrás dos dois bitrens.

Apesar de não terem feito nada para causar este acidente, tecnicamente eles abandonaram o local sim. 

Eles possivelmente consideraram que, não sendo causadores do acidente (e realmente não foram), nada poderiam fazer (mas poderiam telefonar para as autoridades) e estariam se envolvendo em um processo demorado e sem certeza do prevalecimento da Justiça (isso aqui é Brasil).

Seria difícil provar sua isenção de culpa apenas com depoimentos registrados em BO. Nós nunca saberíamos o que realmente ocorreu se não fosse a filmagem, e nem o juiz. 

De qualquer forma, ao testemunhar um acidente, é obrigação de todo motorista parar para prestar socorro. 

É o que diz a lei.

O motorista não viu o SUV vindo contra ele?

Viu sim, mas não conseguiu calcular corretamente o tempo necessário para fazer a ultrapassagem do bitrem.


Ele não considerou uma margem de segurança para voltar em condição controlada para sua pista.


Temos uma dificuldade natural para considerar a distância de uma ultrapassagem, e uma dificuldade ainda maior para avaliar a velocidade de veículos em sentido contrário e jogar esses fatores na mesma equação, o cérebro não tem capacidade de processamento para tanta informação em tão pouco tempo. 

Estas postagens comentam exatamente esse tipo de situação: 


O que salvou a vida do motociclista e garupa?

O piloto estava no lado esquerdo da faixa e teve reflexo de desviar a moto pela distância exata suficiente para se livrar do impacto.

O lado esquerdo é o preferido de 12 em cada 10 motociclistas, mas se ele não tivesse desviado, a colisão seria frontal e fatal.

Se ele já estivesse no lado direito da faixa, a filmagem não teria sido tão sensacional, e o susto não seria tão grande. 

Em rodovias de mão dupla, eu prefiro viajar o mais afastado possível do fluxo em sentido oposto para ter um tempo extra para escapar desse tipo de encrenca.

Ir pelo lado direito da faixa ainda te dá a alternativa de ir para o acostamento ou, na pior das hipóteses, ter um contato com a natureza na beira da estrada. 

São três vantagens que o lado esquerdo da pista não te proporciona. 

Se o piloto não tivesse sido ninja, talvez não sobrasse nem a câmera para contar a história. 

As pessoas no acostamento, inclusive o piloto e o garupa, poderiam ter sido atropelados.

Em um acidente, a atenção está voltada para as ferragens e as vítimas.

Motoristas reduzindo a velocidade para ver o que está acontecendo podem causar um engavetamento com carros se esparramando para o acostamento e atropelando os circunstantes.

Muitos socorristas profissionais já foram vitimados dessa maneira; se você não puder ajudar, não fique por perto. 

Você será mais útil correndo uns 200 metros antes do acidente para sinalizar a necessidade de reduzir a velocidade para os outros motoristas, sem colocar sua vida em risco.

Por que sinalizar de tão longe? 200 metros não é exagero?

Porque os motoristas precisam de tempo para te ver, entender seus sinais e reagir. 

Um carro a 100 km/h percorre quase 30 metros por segundo. Se ele levar 2 segundos para entender e agir, e 1 segundo para frear, ele terá desperdiçado 90 metros e vai se estabacar na fila de carros quase parados olhando o acidente e tentando não atropelar os curiosos.

Acredite, mesmo sinalizando o perigo à frente, ainda terá um sem noção que não reagirá e causará outro acidente.

Já vi muita coisa nesta vida.

A última lição que o vídeo nos ensina:

Difícil achar um motociclista que saiba regular os espelhos da moto.

Os espelhos estão muito fechados, permitindo ver a traseira da própria moto. 

Essa regulagem permite ver os veículos atrás da moto, mas o perigo maior não vem por trás (epa!), mas sim de quem está te ultrapassando, na diagonal do ponto cego que essa regulagem proporciona.

Claro que é bom saber se tem um caminhão muito perto de você, mas os espelhos mais abertos enquadrariam um carro ou uma moto ultrapassando o caminhão atrás de você.

Essa é uma situação muito mais perigosa, porque se ele precisar jogar o carro para cima de você por uma ultrapassagem mal calculada, tenha certeza de que ele o fará.

Espelhos abertos também permitirão ver quem está atrás de você, basta dar uma jogada rápida de cabeça para um lado ou outro. Isso também ajuda a destravar o pescoço em viagens longas.

A posição mais aberta dos espelhos também facilita ver se a área ao lado e atrás está livre para você sair para uma ultrapassagem, mas atenção:

Nunca dispense aquela olhadinha rápida por cima do ombro para conferir se ninguém ficou oculto no ponto cego!

O espelho aberto te mostrará um veículo próximo, mas não alguém em velocidade superior ao permitido cortando todo mundo.

Era isso, acho que eu disse tudo.

Um abraço,

Jeff