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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Ressonância, oscilação e instabilidade

O que você faria numa situação dessas?


O que causou isso não foi apenas um problema da pista, nem a quebra de algum componente — a moto simplesmente começou a oscilar cada vez mais até sair totalmente do controle.

É o famoso shimmy, a moto está "shimando".

Na verdade, apesar de mais comuns nas esportivas, isso pode acontecer quase com qualquer moto, até em bicicletas, e a qualquer momento — só depende de uma série de fatores coincidentes.

Mas o que causa isso? Possessão demoníaca? Artes do tinhoso?

Negativo. 

É um fenômeno natural chamado ressonância.  

A ressonância ocorre quando vibrações diferentes coincidem em múltiplos de uma das frequências. Com isso elas se somam e se reforçam, se amplificando.

Há diversas vibrações atuando simultaneamente em uma moto: a vibração do motor, as oscilações da suspensão, desbalanceamento das rodas, a turbulência do ar (você não vê, mas atrás de você existe um turbilhão de ar permanente que aumenta e diminui a pressão sobre a traseira da moto).

E a oscilação da maior mola que você encontra em sua moto, o chassi rígido (ou não)... 

O aço parece uma coisa rígida para a força que você consegue fazer, mas ele tem uma certa flexibilidade e se deforma elasticamente (retorna à forma original) quando sofre um grande esforço, tipo passar pelas irregularidades do asfalto

Se o projeto permitir uma flexibilidade tal que deixe o quadro entrar em ressonância, você verá cenas como estas (tenha um pouco de paciência, vale muito a pena):



As motos dos anos 60 e 70 atingiram velocidades inalcançadas por suas predecessoras, e ressonância induzida pela pista e pela turbulência do ar à sua volta começou a se tornar um problema.

Ao contrário do que se pensa, a ressonância não acontece apenas em altas velocidades. Ela pode aparecer em velocidades bem mais baixas.


No filme você vê motos entrando em ressonância em velocidades de 50-55 km/h, enquanto em outras ela surge a 135 km/h.

Fatores importantíssimos para a ocorrência desse fenômeno em baixa velocidade são o ângulo da suspensão dianteira e a rigidez do quadro. 


Já viu carrinho de supermercado balançando a roda de um lado para outro?

É ressonância em baixa velocidade devido ao ângulo entre o eixo do pivô e o ponto de contato da roda com o solo. 

Um dos casos de maior repercussão atualmente é a fama de instabilidade em baixa velocidade atribuída a alguns modelos de motos da harley-davidson.



Os modelos Road King, Ultra Classic, Electra Glide e Série FLH foram apontados por alguns pilotos como inerentemente instáveis, podendo entrar em ressonância em velocidades relativamente baixas.

Isso é visto no vídeo acima e no link abaixo, onde é feito um teste comparativo entre motos da harley e da bmw pelos CHiPs (California Highway Patrol), onde nas mesmas condições a harley dança e a bmw não.

O assunto foi divulgado nesta reportagem de uma afiliada da CBS News, assista esse outro vídeo bem interessante lá na reportagem deste link.

A harley, em atitude típica dos fabricantes, nega que a culpa seja de seu projeto de quadro (que não mudou muito desde os anos 60 e 70)...


Imagem: http://www.kpho.com/story/14896060/some-harley-motorcycles-plagued-by-death-wobble-5-16-2011

... mas ao que parece reforçou os quadros das novas motos para torná-los ainda mais rígidos. 

Se os quadros não tinham problema, por que fizeram isso?


Note que a harley afirma que todas as motocicletas podem estar sujeitas a oscilação e instabilidade (o que é verdade) por motivos que nada têm a ver com seus projetos (bem, como direi, ahn... isso é relativo. O vídeo das motos antigas lá em cima deixa evidente que os projetos dos anos 60 e 70 eram mais suscetíveis a esse fenômeno, e hoje ele não é mais tão comum).

Os projetos das motos dos anos 60 e 70 foram melhorados com acertos de quadro, ajustes de molas e amortecedores da suspensão, mudanças de ângulo de cáster (a inclinação do garfo dianteiro), pneus, centro de gravidade da moto, etc. 

E quando ainda assim o problema persiste, instalam-se amortecedores de direção para evitar que pequenas oscilações virem uma instabilidade perigosa. 


Amortecedor de direção: http://en.wikipedia.org/wiki/Steering_damper

No entanto, esse fenômeno é típico de motos leves esportivas. Pela lógica, as grandes e pesadas motos da harley não deveriam ser propensas a esse fenômeno. 

Então por que especificamente esses modelos de motos estariam sofrendo dessa síndrome?

Nossa teoria é que
a causa do problema seria a turbulência gerada pelos alforjes laterais somada ao chassi longo, suspensão macia e quadro com frequência ressonante coincidente com a vibração do motor e a induzida pelo vento sobre os alforjes e carenagens.

O centro de gravidade mais para trás das grandes custom V2 tende a anular o peso (massa) da frente, deixando a suspensão dianteira proporcionalmente mais leve. Conheça mais sobre isto nesta excelente postagem do Tite.


Isso facilita a amplificação da vibração gerada pela turbulência sobre a parte traseira da moto: tudo gira em volta do Centro de Gravidade do conjunto moto/piloto. 

Quando esse CG está deslocado para trás, como nas motos custom, o peso sobre a suspensão dianteira é relativamente menor, e a força do vento sobre a grande área dos alforjes rígidos atua com um braço de alavanca em relação ao CG, e a suspensão dianteira com outro braço mais longo. 


É como se fosse uma gangorra com lados diferentes, um mais comprido que o outro, mas no plano vertical. A articulação está no CG da moto e os pontos de aplicação de força nos contatos das rodas com o solo.

Uma pequena vibração lateral na traseira da moto com ponto central no centro de gravidade se torna uma vibração amplificada na dianteira mais leve, multiplicada pelo maior braço de alavanca na frente. 


Isso reforça a oscilação e, se ela não for amortecida e vier a coincidir com a frequência ressonante natural do quadro, tenderá a aumentar cada vez mais.

A ressonância surge em uma determinada velocidade, que varia para cada modelo de moto. 


Mas também existe algo anormal e facilmente corrigível que pode causar grande vibração: o desbalanceamento das rodas.


A moto chega a uma determinada velocidade (nas CG antigas, perto dos 80 km/h) e começa a oscilar. 


Se isso coincidisse com a frequência ressonante do quadro e suspensão da moto, a oscilação se amplificaria; felizmente, não é o caso nas motos pequenas — passou dessa velocidade, a oscilação desaparece. 


Pneus bem calibrados e rodas bem balanceadas eliminam esse grande fator causador de vibração que em motos maiores pode virar oscilação e instabilidade.

Bom, tudo muito bom, tudo muito bem (só que não), você me pergunta o que fazer se de repente descobrir que aquele acessório novo que você instalou (bolha, alforjes laterais, etc.) está fazendo sua moto entrar em ressonância — já que isso nunca aconteceria com uma moto original, nas palavras dos fabricantes. Sei.

Imagine a cena, você na estrada e sua moto começa a dançar cada vez mais rápido. 

A primeira coisa que você pensa é que furou um pneu e a reação natural é levantar tronco e cabeça, o que piora a situação ainda mais.

Agora que você descobriu mais essa manha tinhosa de algumas motos, já sabe a solução:

Você tem de sair da frequência ressonante, acelerando ainda mais (opção arriscada!), ou diminuindo a velocidade na esperança que a instabilidade diminua.

Mas só isso não basta, porque o problema pode evoluir muito rapidamente: 

Para interromper de vez a ressonância, antes que ela chegue a um ponto incontrolável, além de diminuir a velocidade você terá de fazer aquilo que vimos o piloto da Dunlop fazendo:

Deite-se sobre o tanque de combustível — isso aumenta o peso sobre a suspensão dianteira e ajuda a neutralizar a ressonância. 

Um abraço, e espero que você nunca precise usar esta dica,

Jeff

sábado, 14 de junho de 2014

A luva da moto

A história desta postagem é curiosa.

A pergunta "qual o tipo de arame que prende a luva da moto?" trouxe um leitor até o blog e me fez quebrar a cabeça.

Nunca descarto perguntas desse tipo, porque apesar de parecerem incompreensíveis, podem ser regionalismos para peças que conheço por outro nome.

Pensei que fosse esse aquecedor de punho aqui, algo bastante comum no inverno de Santa Catarina e provavelmente do Rio Grande do Sul, talvez Paraná. (Duvido que seja presa com arame.) 


Imagem: xt660.com.br

Mas uma pesquisa por "luva da moto" no google me levou a esta reportagem:


Reportagem: http://rondoniaempauta.com.br/nl/policial/luva-da-moto-escapa-e-motoqueiro-fratura-mao-na-br-364/

E Rondônia certamente não é mercado para esse tipo de luva.

Continuei confuso, não conseguia imaginar qual peça da moto seria essa tal luva capaz de se soltar e provocar uma queda.

Nem imaginar uma luva comum se soltando da mão e causando uma queda...


Até que tive o estalo: 


Esse problema já havia acontecido comigo! 

Não cheguei a cair, sempre programei uma postagem a respeito e sempre esqueci....

O que o pessoal de Rondônia chama de luva da moto é a manopla, a empunhadura do guidão.

No lado direito ela é colada em um tubo plástico móvel e forma o acelerador, do lado esquerdo ela é colada diretamente no cano do guidão.
Imagem: http://gumahd76.blogspot.com.br/2011/04/red-choppers-customizacao.html


Quer dizer, ela deveria ser colada... 

As oficinas e algumas montadoras de segunda linha simplesmente encaixam as manoplas no guidão sob pressão.

Com o peso da mão do piloto, a vibração e principalmente, se chover, a manopla esquerda começa a escorregar para fora do guidão muito lentamente. 

Sempre que eu percebia isso acontecendo, eu a empurrava torcendo para a posição, mas enquanto o guidão estivesse molhado ela sempre se soltava novamente.

Como o problema desaparecia com o fim da chuva, eu nunca lembrava de solucionar o problema definitivamente, até que um dia ela realmente saiu do guidão e quase causou uma queda.

A solução para isso é muito simples e barata, não depende de oficina.

O certo é usar aquelas colas de alta resistência, mas podem ser difíceis de achar. Uma alternativa que você pode usar é fita isolante.

Pois é, fita isolante. 

Tire a manopla e passe uma camada reforçada de fita isolante por toda a extensão onde a manopla se encaixa no guidão. 

Aqueça a manopla com água quente ou um secador de cabelos e instale-a ainda quente. Ela precisa entrar justa. 

Depois que a manopla esfriar, ela sairá do lugar somente usando um jato de ar quente (ou uma talhadeira...)

Um procedimento simples e que pode evitar um tombo perigoso.

Um abraço,

Jeff
PS: Mas continuo não fazendo ideia do arame usado para prender a luva da moto.... será que ele estava falando do cabo do acelerador? É ruim, hein?

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Parece uma ideia legal, mas é uma enorme burrada

Uma das coisas mais úteis e importantes de sua moto são aquelas duas bolinhas que ficam na ponta dos manetes.

As pobrezinhas nunca são reconhecidas por esse trabalho importantíssimo:

Impedir que suas mãos escapem na hora de uma frenagem de emergência.

Na hora que você mais precisa, elas estão ali impedindo que você se estababaque na traseira de um carro, principalmente nos dias de chuva.

Mas tem gente que acha elas feias, e mete a serra 
sem dó.

As coitadinhas das bolinhas não merecem isso.

É uma péssima ideia.

Na verdade, é uma grande burrada.

Caso tenha caído nessa, jogue esses manetes no lixo.

Não tente repassar esse mico para os outros.


Imagem: Acho que o vendedor prefere ficar anônimo.

Um abraço,

Jeff

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A experiência com o novo guidão

Outro dia eu precisei trocar o guidão da minha moto, lembra?

A coisa complicou porque o guidão já não era o original, e não quis abrir mão do conforto do guidão mais alto.

Eu tinha duas opções:

1) Mandar fazer uma réplica, aguardar a cromagem por 15 dias e gastar 500 dinheiros, 

2) Arriscar um guidão que era pouquitita coisa mais alto e mais largo (uns 2 cm), estava à pronta entrega e custava 50 dinheiros.


Foi uma decisão terrivelmente difícil, mas no dia seguinte lá estava eu com Jezebel lépida e fagueira.



Já o guidão...

Imagem: porquinho à venda no ebay

Incrível como aquela diferença pouquitita deixou a pilotagem instável. 

Qualquer movimento no guidão implicava em borboleteadas federais pelas estradas da vida.

A direção ficou muito, muito leve. Eu sabia que guidões mais altos mudavam a ciclística, mas não imaginei que tão pouca diferença pudesse alterar o tanto que alterou.

O bom disso foi que tive que reaprender a pilotar minha moto, e de quebra arranjei assunto para esta postagem.

Vamos lá:

Eu somente voltei a ter controle sobre a moto quando passei a usar os pés para pilotar a moto.

Não, eu não passei a pilotar numa posição estranha...

O que eu passei a fazer foi reaprender a usar a força sobre as pedaleiras para compensar as fugas de trajetória da moto.

Eu já tinha comentado sobre a importância de firmar os pés nas pedaleiras para dominar a moto, mas essa experiência serviu para reafirmar essa necessidade.

Passados dois dias, nem parece que cheguei a pensar em jogar fora o guidão novo e procurar outro mais próximo ao antigo.

Se você não se sente seguro ao pilotar sua moto, experimente mudar sua postura e verá como a pilotagem melhorará:

Sente-se bem próximo ao tanque (ao centro de gravidade da moto); firme os pés nas pedaleiras e relaxe a musculatura dos braços e ombros.

Sua pilotagem melhorará muito em questão de minutos.

Um abraço, e bom divertimento,

Jeff

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A moto tem que se adaptar a você

E não você à moto.

Não pense que sua moto é uma máquina imexível.

Não tenha receio de fazer os ajustes que a tornarão mais gostosa de pilotar.

E também mais segura, por incrível que pareça.

A primeira regulagem que você pode fazer é a do guidão.

Sim! O guidão pode ser regulado!


Imagem: http://ponttolavabo.com.br/blog/ 

É incrível o que você consegue com uma boa regulagem do guidão!

Basta afrouxar muito pouco aqueles quatro parafusos (só os dois de baixo podem ser suficientes) para que você consiga girar o guidão para mais perto ou mais longe de você. 

É a diferença entre pilotar abaixado e pilotar confortavelmente.

Mas essa não é a única regulagem possível:

Afrouxando os parafusos que fixam os manicotos (os suportes dos manetes de freio e embreagem), você pode posicioná-los para que fiquem mais fáceis de acionar.

Uma pequena mudança pode melhorar, e muito, a aplicação de força nos comandos.

E já que você está por ali, aproveite e ajuste os espelhos.

Esses salva-vidas devem ficar posicionados de maneira a te mostrar carros e motos numa aproximação perigosa. 

Ou seja, não adianta ficar vendo seu ombro e o carro atrás de você, se o perigo está no cara te ultrapassando na faixa ao lado.

E a última regulagem que ninguém faz é a do farol.

Muita gente roda por aí com um farolzinho que não alumia porque nem imagina que basta afrouxar dois parafusos, girá-lo no suporte e ganhar um holofotão.

O pessoal confia que as concessionárias entregam as motos totalmente ajustadas, mas isso está looonge da realidade.

Conheça melhor sua moto e descubra quanta coisa boa você anda perdendo...

Ah, nem vou falar da regulagem do(s) freio(s), porque isso é o básico do básico, né?

Um abraço,

Jeff

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A diferença entre ir para a oficina ou ir para o hospital

Pode acontecer de um dia sua moto tentar te avisar que não está legal e precisa ir ao médico à oficina com urgência.

Se você não der a devida atenção ao que ela diz, você é que poderá acabar na emergência do hospital. 

Sexta-feira Jezebel tentou me avisar que não estava se sentindo bem... percebi que o espelho esquerdo começou a vibrar num ritmo diferente, menos para um samba e mais para uma rumba.

Não dei bola, porque ultimamente ela tem feito um monte de charmes, tipo soltar as porcas das pedaleiras e do suporte do escapamento só para chamar a atenção.

Mas ao cair da tarde (depois que as oficinas fecham), colocando a moto sobre o cavalete central, percebi um pequeno, leve, sutil, quase imperceptível movimento da ponta do guidão... e novamente do lado esquerdo...

Ora, o que nunca se mexeu, de repente começa a se mexer? 

Aí tem...


Imagem: A imagem ilustrativa é uma piada, não a leve a sério. A menos que seja necessário.

E tinha mesmo. 

Inspecionando com cuidado, encontrei uma grande rachadura na dobra do guidão.


Imagem: Dan Floripa - SC
Atraso da Imagem: Mr. Smith, CIA - Washington DC, USA


Tala para reforço de guidão, mais um produto das Organizações Tabajara.

Na verdade, essa rachadura não apareceu do nada, mas foi consequência de anos e anos de esforços repetitivos, um fenômeno físico chamado fadiga, somado a um defeito do material de fabricação e um pequeno tombo com a moto parada que não chegou a entortar o guidão, mas fez com o que o cromado se descascasse bem ali.

Com o uso, e da mesma forma que um clipe dobrado várias vezes, o guidão começou a rachar num ponto em que um problema metalúrgico do aço (provavelmente excesso de enxofre), se juntou a um ponto de concentração de tensões: a curva imposta ao tubo durante a fabricação e lesionada naquele tombinho.

O fato de ser um guidão mais alto multiplicou o efeito de alavanca, esse tipo de coisa não acontece com um guidão normal.

Os anos de esforços aplicados sobre o guidão na hora de subir e descer da moto se encarregaram do resto. (Nota mental: Não se apoiar no guidão para subir e descer da moto; colocar a moto no cavalete central forçando somente a alavanca do cavalete com o pé).

Mas o importante nessa história é o seguinte:

Se eu não tivesse investigado e percebido que o guidão estava rachado, ele iria se quebrar quando eu freasse a moto, certamente me levando para o chão -> maca do SAMU -> corredor do Hospital Geral. 

E o pior de tudo, Jezebel iria para o pátio, sei lá por quantos dias.

Ter entendido o que ela me dizia permitiu que eu voltasse para casa apenas tomando o cuidado de não fazer força no lado esquerdo do guidão.

Como segunda-feira ela já havia marcado consulta para trocar os rolamentos da caixa de direção e roda traseira, no sábado somente fui atrás de um guidão novo e hoje deixei a moto na oficina. 

Moral da história: 

Fique atento para o que sua moto te sussurra para que ela não precise explicar de uma maneira dolorida.

Mas atenção:

Você não deve sair pilotando sua moto sem condições de segurança! Você pode morrer por causa disso!

O que eu quero dizer é que você precisa saber distinguir o que é uma situação administrável de outra que exija o transporte da moto até a oficina. 

Ou seja, conheça sua moto para adquirir a noção do que você pode e não pode fazer com ela numa situação de emergência.

Isso pode ser a diferença entre você conseguir levar a moto para a oficina ou ela te levar para o hospital.

Um abraço,

Jeff
ATENÇÃO:
Conferir o óleo apenas tirando a vareta é errado e está destruindo seu motor! Os fabricantes divulgam informações contraditórias e o prejudicado é você. Veja a denúncia neste link.

domingo, 4 de novembro de 2012

Parece boa ideia, mas não é - Parte I

Pilotar com dois dedos no manete do freio 


PORQUE NÃO É UMA BOA IDEIA:

Essa é uma técnica de pilotagem para motos esportivas usada em competições. 






É uma postura cansativa que pode ser mantida durante pouco tempo, e que não oferece firmeza, conforto e segurança para a pilotagem.

No trânsito do dia a dia, você ficará com a mão dolorida de manter os dedos nessa posição. 


Como resultado, na hora de uma frenagem realmente de emergência, no susto, você poderá não ter força suficiente em apenas dois dedos para frear a moto. 




Imagem: http://www.ehow.com/how_7251797_change-throttle-grips-motorcycle.html

É preferível ter controle total do acelerador e, se for necessário frear fortemente, usando os quatro dedos, conforme mostrado abaixo (mas só na hora de frear!).

Muitas e muitas vezes você poderá escapar de uma encrenca acelerando fortemente a moto. 


Mas para isso, você precisará ter controle total do acelerador, segurando-o firmemente com toda a mão.

Frear usando os quatro dedos também impede que, numa situação de pânico, você continue a acelerar ao mesmo tempo que freia.

Nessa batalha entre o motor os freios, quem perde é você.

Um abraço,

Jeff
PS: Fui alertado pelo meu amigo Cássio que o texto poderia ser interpretado como se eu estivesse recomendando pilotar o tempo todo com os 4 dedos no manete!

Não é isso não, a foto só mostra como se deve frear corretamente.


Você deve segurar o acelerador com toda a mão, e somente levar os dedos ao manete na hora de frear.


Obrigado pelo aviso, Cássio!