Hoje tem três postagens curtas sobre assuntos diferentes, as outras estão na sequência, não se esqueça de ler.
Do fundo do baú, velho de 75 anos, um filme do treinamento com motos do exército dos EUA:
Com direito a capote no sargento e no cameraman.
Naquela época não existia esse negócio de moto para trilha, moto para estrada, moto para pista, moto para dia nublado sem ameaça de chuvisco.
Você tinha que saber pilotar essas máquinas em qualquer condição de falta de pista, até mesmo debaixo de chuva pesada.
No caso, chuva de balas.
Trazendo essa experiência para os dias de hoje, essas motos robustas e a técnica de parar em curtíssima distância apeando a moto seriam aplicáveis para as condições atuais do Brasil.
Motos robustas para aguentar a má qualidade do asfalto, e técnicas de parar repentinamente para se livrar das balas perdidas nos assaltos aos carros-fortes.
Ainda faltam cinco meses, mas nunca é cedo demais:
Tenha um feliz 1942!
Um abraço,
Jeff
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sexta-feira, 29 de julho de 2016
domingo, 7 de setembro de 2014
O que é fundir o motor?
O que é fundir o motor? O que é motor travado? Como saber se o motor fundiu?
Bom, só posso falar pelo que eu vi e vejo por aí, porque nunca fundi nenhum, sempre tratei meus motores muito bem... hehehe
Mas pelo que tenho visto, é algo assim:
Dica encontrada no google+
Esse caso é bem dramático.
Se fosse um motor de Kansas, eu ia achar que era da moto de um conhecido meu — ele também quebrou tudo, moeu pistão, empenou a biela, estourou válvulas... só não trocou a corrente de comando porque todo mundo sabe que motor varetado não usa corrente de comando. (hahahahahahaha... é uma longa história... Foi mal aí, conhecido! Mas deixe pra lá, afinal sua Preciosa chegou aos 30 mil km sem problemas sempre usando apenas 1 litro de óleo e eu era só o cara interessado em denegrir a imagem da dafra, lembra? O facebook não esquece... A propósito, Jezebel completou 75 mil km e manda lembranças!)
O que causou a quebra do motor?
Podem ser vários motivos... acreditar na quantidade do manual e não verificar o nível corretamente, rodar com pouco óleo, óleo de viscosidade inadequada para nossa temperatura, não repor o óleo entre as trocas, achar que amaciar o motor é bobagem, brincar de cortar giro, fazer wheelie, empinar, dar o gás, fazer zoeira, etc., etc., etc.
Em resumo, ser um cupim de ferro.
Qual a diferença entre travar, fundir e estourar o motor?
Apesar de o pessoal em geral não fazer distinção, eu uso fundir, travar e estourar como maneiras de dizer que o motor sofreu um dano interno muito grave (pede retífica e troca de anéis, no máximo também o pistão), gravíssimo (retífica e troca de várias peças caras como biela e rolamento do virabrequim — é o caso acima) ou desesperador (seu motor já era, bateu com as 10, pode sair mais barato comprar outra moto e uma coroa de flores do que consertar esse motor).
Mas há quem chame um motor fundido de travado, porque travar é o sintoma do motor fundido. Motor travado é do vídeo. Já motor estourado eu uso quando a carcaça também trinca ou se parte em pedaços.
É, pode acontecer, e a carcaça desse motor aí de cima não estourou por muito pouco. Se é que uma inspeção mais detalhada posterior não irá mostrar trincas não percebidas durante a desmontagem.
Em todos os casos, sua moto irá para a oficina e você vai gastar a maior grana se quiser que ela volte a viver. Se a carcaça estourar, não terá salvação; aí, só trocando o motor inteiro.
Uma travada dessas acontece porque o motor se superaquece (por abuso ou falta de óleo), as peças se dilatam além dos limites de projeto, se derretem ou acabam travando e se quebrando.
Pelo estrago desse motor aí de cima, ou ele sempre rodou com óleo abaixo da quantidade correta, ou permaneceu um bom tempo na faixa vermelha (sabe aquela modinha de manter o acelerador no máximo com a moto parada para ver o motor cortar giro, ou seja, atuar a proteção do motor? Pois é...).
Mas o limitador de giro não é uma proteção para impedir que o motor estoure?
Não exatamente. O limitador não é santo milagreiro.
O corte de giro é uma proteção para uma ocasião excepcional, tipo você ser obrigado a fazer uma ultrapassagem desesperada reduzindo marcha porque vem vindo um caminhão na contramão. Uma vez na vida e outra nunca mais.
A limitação eletrônica da rotação ou número de giros do motor (rpm = rotações por minuto) existe porque, se esse limite do motor for ultrapassado, as molas do cabeçote não terão tempo de empurrar as válvulas de volta contras as sedes, elas sairão de sincronismo e continuarão abertas durante a subida do pistão, trombando com ele.
O resultado final seria o mesmo do vídeo, somado com a perda das válvulas, balancins e até o próprio cabeçote.
Se realmente o motor travou por ficar muito tempo em rotação excessiva, e o cabeçote ficou inteiro (conforme o mecânico diz), pode ser porque a proteção do corte de giro tenha feito seu papel.
Ué... Se foi por acelerar demais e o corte de giro funcionou, por que o motor estourou?
Nesse caso, o motor teria estourado porque, mesmo superaquecido, continuou em alta rotação sem arrefecimento (sem ventilação).
Assim, ó:
Os caras lá fora se divertem esmerilhando motores e motos que chegaram ao fim da vida útil porque no exterior moto é coisa barata; moto usada é descartável, sai mais barato jogar fora do que consertar para tentar vender.
Esse cara aí estourou o motor na frente de todo mundo para dar showzinho pra galera, e aí os manés tupiniquins veem o vídeo, acham bonito queimar pneu, acham que o cara deu azar, que não vai acontecer com eles, fazem a mesma coisa com motos novinhas e as destroem por burrice.
O resultado para o motor é o que se vê:
Com o excesso de calor, os pistões se dilatam, perdem a resistência (amolecem), o esforço do motor é máximo, os anéis travam contra o(s) cilindro(s), a(s) biela(s) continua(m) seu movimento, força(m) o(s) pino(s), arrebenta(m) a bagaça e aí danou-se tudo.
O segundo motor não apenas fundiu, ele estourou. Deu pt (perda total) da carcaça.
Se o motor tivesse estourado com a moto em movimento, as peças poderiam ter entrado no câmbio e travado a roda traseira, derrubando o piloto.
Será que aquele primeiro motor fundiu por falta de óleo ou óleo de viscosidade incorreta, como você sempre fala no blog e avisa todo mundo?
Quando o motor abre o bico apenas por lubrificação inadequada, ele pifa com a moto em movimento e o acontecimento tende a ser um pouco menos dramático (para o motor, não para o proprietário).
O motor dá sinais de que está prestes a morrer e vai perdendo potência, soltando muita fumaça (como no vídeo), você percebe que algo está errado, encosta a moto e o motor bate as botas mesmo é na hora em que para de girar, aí os anéis do pistão superaquecidos se fundem com a parede do cilindro.
Para o motor travar (fundir), não precisa estourar os componentes, basta que a biela ou outras peças se deformem que o motor ficará travado.
Em alguns casos, você poderá até ficar em pé sobre o pedal de partida com o câmbio em neutro que o motor não irá girar:
Nos motores normais esse travamento geralmente ocorre antes que o pistão exploda, mas o estouro com quebra de biela é comum de acontecer nos motores mexidos (os famosos "kits de cilindro e cabeçote 225cc para moto 150").
Nesses motores envenenados, a nova parte de cima faz mais força do que a velha parte de baixo foi projetada para aguentar, aí estoura biela/pistão, estoura rolamento do virabrequim, periga trincar até a carcaça, é perda total igual no segundo vídeo.
Se uma travada do motor ocorre no trânsito de uma avenida ou rodovia movimentada, pode causar um acidente muito sério porque ninguém espera que você vá diminuir a velocidade sem motivo aparente e sem acender a luz de freio. O óleo na roda traseira também não ajuda.
Se quele primeiro motor estourou no meio de um bobódromo, com o cara parado se exibindo para os amigos, não deve ter machucado nada além do ego. Tomara que alguém no bobódromo tenha filmado o e colocado no youtube.
Agora um alerta para os amantes do contato com alama natureza:
Motos de trilha são bastante vulneráveis a fundir ou estourar o motor.
Trabalhando sempre em giro alto, motor muito exigido, sendo empinadas frequentemente, muito provavelmente descuidadas quanto à reposição do óleo...
Assista o vídeo abaixo e veja um monte de motos de trilha fundindo e estourando o motor.
É bom para saber o que esperar caso isso aconteça, mas torço que você nunca passe por essa situação (Por causa do uso severo, as otos de trilha consomem muito óleo em poucas horas, e nunca vi trilheiro carregando óleo de reserva. As fábricas adoram os trilheiros.)
Quase ao final do vídeo, uma moto laranja se revolta por ser tão maltratada e mostra ao piloto que não está feliz. Não é por nada não, mas essas ruivas têm personalidade.
Talvez você estranhe o barulho dos motores, porque hoje em dia não se fabricam mais motos com motores 2 tempos no Brasil; apenas uma das motos do filme usa motor de 4 tempos iguais aos nossos, é aquela branca que aparece aos 1:45.
Motores de 2 tempos trabalham muito quentes porque geram muita potência (quase o dobro dos motores 4T) e no ato de fundir, furam o pistão. Não deixa de ser uma fusão do metal.
Atualização:
Para mais informações sobre motores fundindo e estourando, veja as postagens:
Coisas que você não sabe sobre o limite de giros do motor
O motor da minha moto vive fundindo
Um abraço,
Jeff
Bom, só posso falar pelo que eu vi e vejo por aí, porque nunca fundi nenhum, sempre tratei meus motores muito bem... hehehe
Mas pelo que tenho visto, é algo assim:
Esse caso é bem dramático.
Se fosse um motor de Kansas, eu ia achar que era da moto de um conhecido meu — ele também quebrou tudo, moeu pistão, empenou a biela, estourou válvulas... só não trocou a corrente de comando porque todo mundo sabe que motor varetado não usa corrente de comando. (hahahahahahaha... é uma longa história... Foi mal aí, conhecido! Mas deixe pra lá, afinal sua Preciosa chegou aos 30 mil km sem problemas sempre usando apenas 1 litro de óleo e eu era só o cara interessado em denegrir a imagem da dafra, lembra? O facebook não esquece... A propósito, Jezebel completou 75 mil km e manda lembranças!)
O que causou a quebra do motor?
Podem ser vários motivos... acreditar na quantidade do manual e não verificar o nível corretamente, rodar com pouco óleo, óleo de viscosidade inadequada para nossa temperatura, não repor o óleo entre as trocas, achar que amaciar o motor é bobagem, brincar de cortar giro, fazer wheelie, empinar, dar o gás, fazer zoeira, etc., etc., etc.
Em resumo, ser um cupim de ferro.
Qual a diferença entre travar, fundir e estourar o motor?
Apesar de o pessoal em geral não fazer distinção, eu uso fundir, travar e estourar como maneiras de dizer que o motor sofreu um dano interno muito grave (pede retífica e troca de anéis, no máximo também o pistão), gravíssimo (retífica e troca de várias peças caras como biela e rolamento do virabrequim — é o caso acima) ou desesperador (seu motor já era, bateu com as 10, pode sair mais barato comprar outra moto e uma coroa de flores do que consertar esse motor).
Mas há quem chame um motor fundido de travado, porque travar é o sintoma do motor fundido. Motor travado é do vídeo. Já motor estourado eu uso quando a carcaça também trinca ou se parte em pedaços.
É, pode acontecer, e a carcaça desse motor aí de cima não estourou por muito pouco. Se é que uma inspeção mais detalhada posterior não irá mostrar trincas não percebidas durante a desmontagem.
Em todos os casos, sua moto irá para a oficina e você vai gastar a maior grana se quiser que ela volte a viver. Se a carcaça estourar, não terá salvação; aí, só trocando o motor inteiro.
Uma travada dessas acontece porque o motor se superaquece (por abuso ou falta de óleo), as peças se dilatam além dos limites de projeto, se derretem ou acabam travando e se quebrando.
Pelo estrago desse motor aí de cima, ou ele sempre rodou com óleo abaixo da quantidade correta, ou permaneceu um bom tempo na faixa vermelha (sabe aquela modinha de manter o acelerador no máximo com a moto parada para ver o motor cortar giro, ou seja, atuar a proteção do motor? Pois é...).
Mas o limitador de giro não é uma proteção para impedir que o motor estoure?
Não exatamente. O limitador não é santo milagreiro.
O corte de giro é uma proteção para uma ocasião excepcional, tipo você ser obrigado a fazer uma ultrapassagem desesperada reduzindo marcha porque vem vindo um caminhão na contramão. Uma vez na vida e outra nunca mais.
A limitação eletrônica da rotação ou número de giros do motor (rpm = rotações por minuto) existe porque, se esse limite do motor for ultrapassado, as molas do cabeçote não terão tempo de empurrar as válvulas de volta contras as sedes, elas sairão de sincronismo e continuarão abertas durante a subida do pistão, trombando com ele.
O resultado final seria o mesmo do vídeo, somado com a perda das válvulas, balancins e até o próprio cabeçote.
Se realmente o motor travou por ficar muito tempo em rotação excessiva, e o cabeçote ficou inteiro (conforme o mecânico diz), pode ser porque a proteção do corte de giro tenha feito seu papel.
Ué... Se foi por acelerar demais e o corte de giro funcionou, por que o motor estourou?
Nesse caso, o motor teria estourado porque, mesmo superaquecido, continuou em alta rotação sem arrefecimento (sem ventilação).
Assim, ó:
Os caras lá fora se divertem esmerilhando motores e motos que chegaram ao fim da vida útil porque no exterior moto é coisa barata; moto usada é descartável, sai mais barato jogar fora do que consertar para tentar vender.
Esse cara aí estourou o motor na frente de todo mundo para dar showzinho pra galera, e aí os manés tupiniquins veem o vídeo, acham bonito queimar pneu, acham que o cara deu azar, que não vai acontecer com eles, fazem a mesma coisa com motos novinhas e as destroem por burrice.
O resultado para o motor é o que se vê:
Com o excesso de calor, os pistões se dilatam, perdem a resistência (amolecem), o esforço do motor é máximo, os anéis travam contra o(s) cilindro(s), a(s) biela(s) continua(m) seu movimento, força(m) o(s) pino(s), arrebenta(m) a bagaça e aí danou-se tudo.
O segundo motor não apenas fundiu, ele estourou. Deu pt (perda total) da carcaça.
Se o motor tivesse estourado com a moto em movimento, as peças poderiam ter entrado no câmbio e travado a roda traseira, derrubando o piloto.
Será que aquele primeiro motor fundiu por falta de óleo ou óleo de viscosidade incorreta, como você sempre fala no blog e avisa todo mundo?
Quando o motor abre o bico apenas por lubrificação inadequada, ele pifa com a moto em movimento e o acontecimento tende a ser um pouco menos dramático (para o motor, não para o proprietário).
O motor dá sinais de que está prestes a morrer e vai perdendo potência, soltando muita fumaça (como no vídeo), você percebe que algo está errado, encosta a moto e o motor bate as botas mesmo é na hora em que para de girar, aí os anéis do pistão superaquecidos se fundem com a parede do cilindro.
Para o motor travar (fundir), não precisa estourar os componentes, basta que a biela ou outras peças se deformem que o motor ficará travado.
Em alguns casos, você poderá até ficar em pé sobre o pedal de partida com o câmbio em neutro que o motor não irá girar:
Nos motores normais esse travamento geralmente ocorre antes que o pistão exploda, mas o estouro com quebra de biela é comum de acontecer nos motores mexidos (os famosos "kits de cilindro e cabeçote 225cc para moto 150").
Nesses motores envenenados, a nova parte de cima faz mais força do que a velha parte de baixo foi projetada para aguentar, aí estoura biela/pistão, estoura rolamento do virabrequim, periga trincar até a carcaça, é perda total igual no segundo vídeo.
Se uma travada do motor ocorre no trânsito de uma avenida ou rodovia movimentada, pode causar um acidente muito sério porque ninguém espera que você vá diminuir a velocidade sem motivo aparente e sem acender a luz de freio. O óleo na roda traseira também não ajuda.
Se quele primeiro motor estourou no meio de um bobódromo, com o cara parado se exibindo para os amigos, não deve ter machucado nada além do ego. Tomara que alguém no bobódromo tenha filmado o e colocado no youtube.
Agora um alerta para os amantes do contato com a
Motos de trilha são bastante vulneráveis a fundir ou estourar o motor.
Trabalhando sempre em giro alto, motor muito exigido, sendo empinadas frequentemente, muito provavelmente descuidadas quanto à reposição do óleo...
Assista o vídeo abaixo e veja um monte de motos de trilha fundindo e estourando o motor.
É bom para saber o que esperar caso isso aconteça, mas torço que você nunca passe por essa situação (Por causa do uso severo, as otos de trilha consomem muito óleo em poucas horas, e nunca vi trilheiro carregando óleo de reserva. As fábricas adoram os trilheiros.)
Quase ao final do vídeo, uma moto laranja se revolta por ser tão maltratada e mostra ao piloto que não está feliz. Não é por nada não, mas essas ruivas têm personalidade.
Talvez você estranhe o barulho dos motores, porque hoje em dia não se fabricam mais motos com motores 2 tempos no Brasil; apenas uma das motos do filme usa motor de 4 tempos iguais aos nossos, é aquela branca que aparece aos 1:45.
Motores de 2 tempos trabalham muito quentes porque geram muita potência (quase o dobro dos motores 4T) e no ato de fundir, furam o pistão. Não deixa de ser uma fusão do metal.
Atualização:
Para mais informações sobre motores fundindo e estourando, veja as postagens:
Coisas que você não sabe sobre o limite de giros do motor
O motor da minha moto vive fundindo
Um abraço,
Jeff
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